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Campos Neto: tensões no Mar Vermelho podem manter juros elevados por mais tempo

Campos Neto: tensões no Mar Vermelho podem manter juros elevados por mais tempo

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, alertou nesta quarta-feira (21), que as tensões geopolíticas no transporte marítimo no Mar Vermelho podem resultar na interrupção da desinflação global, levando a um cenário prolongado de juros elevados. Campos Neto falou em evento promovido pela Frente da Economia Verde.  

Os conflitos provocados por militantes houthis, aliados ao Irã, têm afetado o transporte marítimo na área. Isso porque eles vêm atacando navios internacionais de carga em apoio ao grupo terrorista Hamas, alvo de Israel na guerra em Gaza, impactando o transporte e comércio global.

Inflação convergendo para a meta no Brasil

No contexto doméstico, o presidente do Banco Central abordou a situação da inflação de serviços no Brasil, destacando que permanece em um patamar “um pouco acima” do ideal, porém convergendo para a meta.

Ele reconheceu a dificuldade em prever a trajetória final de juros – atualmente, a expectativa do mercado é que a Selic fique em 9% ainda este ano, sendo que se encontra hoje em 11,25%.

O comentário vem após dados de janeiro do IPCA, inflação oficial do país, indicaram uma inflação de serviços elevada, excluindo itens voláteis como passagens aéreas.

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Campos Neto também ressaltou as expectativas de inflação ainda acima da meta para os próximos anos. Ele mencionou a importância de uma queda de juros com credibilidade, destacando a necessidade de expectativas de inflação decrescentes.

Brasil tem “dificuldade histórica” de ajustar gastos

No que diz respeito ao cenário fiscal, Campos Neto observou que o país está em um processo de trajetória de dívida que tende a se estabilizar ou aumentar em um ritmo mais lento devido ao arcabouço fiscal.

No entanto, ele apontou a necessidade de soluções mais profundas para a questão a longo prazo, incluindo discussões sobre a convergência da dívida. O presidente do Banco Central também citou a histórica dificuldade do Brasil em ajustar a parte de gastos de seu Orçamento.

“Temos uma diferença muito grande entre a previsão do mercado e o que o governo do Brasil tem de metas fiscais. O Brasil tem uma dificuldade histórica grande de ajustar a parte de gastos”, disse Campos Neto.