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IPCA: inflação piora em janeiro e sobe acima do esperado

IPCA: inflação piora em janeiro e sobe acima do esperado

A inflação oficial medida pelo IPCA, Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, do IBGE, subiu 0,42% em janeiro, ante de 0,56% em dezembro e expectativa de 0,35%. Na comparação com janeiro de 2023, a inflação subiu 4,51%, ante expectativa de 4,43%.

A alta no primeiro mês do ano foi impulsionada principalmente pelo aumento de 1,38% no grupo alimentação e bebidas, o de maior peso no indicador, representando 21,12%.

Com esse resultado, os alimentos exerceram o maior impacto sobre o índice do mês, contribuindo com 0,29 ponto percentual. Este é o maior aumento para um mês de janeiro no grupo de alimentação e bebidas desde 2016 (2,28%).

gráfico IPCA
Fonte: IBGE

De acordo com o gerente da pesquisa, André Almeida, a alta de preços em janeiro, assim como em dezembro, foi liderada pelo grupo alimentação e bebidas devido a impactos climáticos, como temperaturas elevadas e chuvas intensas em várias regiões produtoras do país.

Segundo Almeida, historicamente, ocorre uma alta nos preços dos alimentos nos meses de verão devido a fatores climáticos que afetam a produção, especialmente de alimentos in natura. Este ano, esse efeito foi intensificado pela presença do fenômeno climático El Niño.

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A alimentação em domicílio ficou mais cara, registrando aumento de 1,81%, influenciada especialmente pelo avanço nos preços de itens como cenoura (43,85%), batata-inglesa (29,45%), feijão-carioca (9,70%), arroz (6,39%) e frutas (5,07%).

Por outro lado, o grupo de transportes, o segundo de maior peso no IPCA (20,93%), registrou uma deflação de 0,65%, com destaque para a queda de 15,22% nas passagens aéreas.

O grupo de saúde e cuidados pessoais (0,83%) teve aumento, com altas em higiene pessoal (0,94%) e produtos farmacêuticos (0,70%). O grupo de habitação (0,25%) foi impulsionado pelo aumento nos preços da taxa de água e esgoto (0,83%).

Quanto ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que abrange famílias com rendimentos de 1 a 5 salários mínimos, a alta foi de 0,57% em janeiro, acumulando 3,82% nos últimos 12 meses.

Tá, e aí?Stephan Kautz

Para Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, o IPCA veio ruim, acima do consenso e da projeção da casa, de 0,35%.

Ele aponta que houve aumentos em itens pontuais com perfumes e passagem aérea, com baixo impacto na política monetária. Mas o mais grave é a piora para serviços e núcleos da inflação, com reaceleração da inflação na comparação com dezembro.

“Apesar do número cheio, que veio acima do esperado, sugerir uma coisa pontual, quando analisamos o dado mais qualitativo, vemos uma inflação pior em janeiro”, afirma.

Para Kautz, a inflação estacionou em um patamar acima da meta, que é próximo de 3% ao ano. E isso corrobora o discurso do Banco Central de que é preciso manter a política monetária contracionista, ou seja, acima da taxa neutra de juros, ao final do ciclo de cortes.

A EQI Asset mantém a projeção de que a Selic chegue a 9,25% este ano, com ritmo de corte de juros sendo mantido em 50 pontos-base a cada reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

Ouça o áudio na íntegra:

Sobre o IPCA

Indicador oficial de inflação do Brasil, o IPCA abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, enquanto o INPC, as famílias com rendimentos de 1 a 5 salários mínimos, residentes nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju.

O próximo resultado do IPCA, referente a fevereiro, será divulgado em 12 de março.