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CEO Conference: Campos Neto defende meta de inflação e diálogo com governo

CEO Conference: Campos Neto defende meta de inflação e diálogo com governo

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que o Brasil deve manter o regime de metas de inflação, sem realizar grandes alterações, a fim de manter a credibilidade para receber investimentos no cenário internacional, e defendeu também uma atuação conjunta do BC com o governo no combate à inflação. As declarações foram dadas durante a participação de Campos Neto no CEO Conference, evento organizado pelo banco BTG Pactual, na manhã desta terça-feira (14).

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“Não é um período bom para se experimentar. Muitos países seguem assim, inclusive alguns de nossos vizinhos, então precisamos procurar manter a credibilidade. Tem dinheiro para entrar no país, tem uma boa vontade, e precisamos defender isso para continuar recebendo os investimentos”, explicou durante sua fala, intitulada “Política Monetária Brasileira”.

O evento foi moderado por Roberto Sallouti, CEO do BTG Pactual. Campos Neto se reúne nesta quinta-feira com os outros dois componentes do CMN (Conselho Monetário Nacional), os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento). Em pauta, um possível relaxamento da meta de inflação para o Brasil em 2023, hoje traçada em 3,25%. As falas foram similares às declarações dadas na segunda-feira no programa Roda Viva, da TV Cultura.

“É importante respeitar as instituições e jogar a regra do jogo. Quem determina a meta é o governo, a partir do CMN (Conselho Monetário Nacional), e o Banco Central segue essa meta a partir de suas diretrizes técnicas”, afirmou Campos Neto.

Presidente do BC, Roberto Campos Neto, na CEO Conference
Campos Neto durante conversa com Sallouti, do BTG Pactual – Foto: Divulgação

Ele voltou a defender a autonomia do BC na definição da política monetária para o combate à inflação. “A autonomia é muito importante e não sobre mim, mas sobre como o trabalho impacta na vida das pessoas”, afirmou, citando como exemplo o Peru, que vive grave crise política, mas manteve os índices econômicos relativamente estáveis por causa da autonomia da autoridade monetária. “É importante a gente preservar esse ganho para o Brasil.”

Campos Neto disse ainda que eventuais ajustes da meta da inflação não significam que o sistema será abandonado. “Divergências são normais, mas não adianta aumentar a meta só porque a meta não foi atingida. Vamos conversar e chegar a uma conclusão. O Banco Central propõe, mas quem decide é o governo.”

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O presidente do BC pediu, contudo, que os investidores tenham paciência com o governo . “O investidor geralmente é muito afoito, mas o governo ainda tem só 45 dias. A gente vê que o ministro Haddad já anunciou algumas ações de recuperação e ajuste fiscal, está trabalhando em novo arcabouço, é preciso ter um pouco de boa vontade”, explicou.

Por outro lado, Campos Neto enfatizou o posicionamento do mercado financeiro e, especialmente, a importância do pequeno investidor. “Hoje nós temos 34 milhões de cotistas de fundos. Então as pessoas falam muito de ‘rentista’, mas quem é o rentista? É a pessoa que trabalhou durante boa parte da vida, economizou, fez uma poupança e agora está investindo, está no mercado, e precisa ter sua posição respeitada.”

Preocupação global do BC

Campos Neto afirmou que o BC não pode atuar de forma isolada em relação à economia global, e que a política de juros e as metas inflacionárias devem acompanhar o que está sendo feito em outros países, tanto nas economias em desenvolvimento.

“Tenho acompanhado o que acontece nos países vizinhos, em outras economias emergentes, no México, por exemplo, para entender o que acontece com a inflação nesses países e ter a compreensão do processo”, disse.

O presidente do BC explicou ainda que o ruído sobre as taxas de juros não deve ser algo que assusta. “É normal ter gente do governo reclamando, isso faz parte do equilíbrio, do jogo político. É inclusive trabalho do Banco Central melhorar a comunicação para explicar de forma mais clara por que o juro real está alto”, afirmou Campos Neto. “O BC quer trabalhar junto, quer ser colaborativo e explicar o que é feito e quais são as açõe técnicas tomadas.”

Mas ele reiterou que os ajustes monetários não podem ser realizados com pressa. “O trabalho de controle da inflação não se dá no curto prazo. E não há nada que impeça realizar políticas sociais com responsabilidade fiscal, não são coisas excludentes.”

Campos Neto fala sobre inovações

Questionado pelo CEO do BTG Pactual, Roberto Sallouti, sobre as próximas inovações tecnológicas do BC, Roberto Campos Neto afirmou que o BC trabalha com processos. 

Depois da criação do Pix, um sistema de pagamentos, e do Open Finance, o compartilhamento de informações entre as instituições, o próximo passo será o Real Digital, que deve ser o início de um processo de tokenização da moeda. 

“O Pix trouxe eficiência para o setor bancário, aumentou a bancarização, com cerca de 9 milhões de novas contas, certamente trouxe vantagens para os bancos, embora tenha reduzido as receitas”, disse. “Mas é todo um processo que conta muito com a participação dos bancos e no qual eles também serão muito beneficiados”, concluiu.

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