O governador da Califórnia, Gavin Newsom, destacou nesta segunda-feira (10), em São Paulo, o potencial do Brasil como parceiro estratégico nas áreas de energia limpa e tecnologia.
De passagem pelo país para participar da COP-30 em Belém, capital do Pará, o líder do quarto maior PIB do mundo afirmou, durante evento no Milken Institute, que o Brasil tem papel relevante nas cadeias globais de minerais críticos e biocombustíveis — reforçando a importância de alianças entre economias emergentes e polos de inovação como a Califórnia.
“O Brasil é uma das principais democracias e economias do mundo, e deve estar no centro das parcerias estratégicas globais em sustentabilidade e inovação”, afirmou o governador.
Califórnia alcança 67% de energia limpa
Newsom ressaltou que a transição energética se tornou um vetor de competitividade e investimento, e não apenas uma agenda ambiental.
Segundo ele, a Califórnia já alcançou 67% de geração a partir de fontes limpas e, em nove de cada dez dias de 2025, o estado operou com 100% de energia renovável durante parte do dia.
“Mesmo sendo a quarta maior economia do mundo, conseguimos provar que crescimento e sustentabilidade podem caminhar juntos”, disse.
O governador afirmou que a estabilidade regulatória e a previsibilidade dos investimentos têm sido determinantes para atrair capital privado e desenvolver novas soluções energéticas, consolidando a Califórnia como referência mundial em transição verde.
Inovação e IA impulsionam demanda por energia
O avanço da inteligência artificial (IA) e de novas tecnologias têm impulsionado a busca por infraestrutura energética mais robusta, observou Newsom.
Ele destacou que a Califórnia abriga 32 das 50 maiores empresas de tecnologia do mundo e que, para sustentar esse ecossistema, o estado aprovou um dos maiores projetos de armazenamento de energia do planeta, com 2.300 megawatts de capacidade no Vale Central.
“A relação entre energia e inovação é direta. É isso que garante competitividade e crescimento sustentável no longo prazo”, afirmou.
Além do setor de baterias, o governador também mencionou o avanço de tecnologias nucleares e de fusão, que vêm ganhando espaço como parte da estratégia de diversificação energética do estado.
Crítica a Trump e defesa da estabilidade institucional
Em outro momento, Newsom fez uma breve referência ao cenário político norte-americano, criticando o presidente Donald Trump por adotar, segundo ele, uma postura que coloca em risco a estabilidade democrática e econômica dos Estados Unidos.
Sem se aprofundar no tema, o governador destacou que a Califórnia busca manter uma trajetória própria, baseada em previsibilidade e parcerias internacionais de longo prazo, independentemente das diretrizes da Casa Branca.
“Nosso compromisso é com a estabilidade, a inovação e o fortalecimento das parcerias internacionais”, afirmou.
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Parceria de longo prazo
Ao encerrar sua participação, Newsom afirmou que a Califórnia busca se consolidar como um parceiro estável e confiável na transição energética global.
Ele reforçou que o estado pretende ampliar o diálogo com países que compartilham valores de inovação, sustentabilidade econômica e governança previsível — e citou novamente o Brasil como exemplo de economia emergente com grande potencial de protagonismo internacional.
“Queremos construir pontes e ampliar parcerias com países que olham para o futuro. A Califórnia está comprometida com esse caminho”, concluiu.





