Suíça e Estados Unidos estão próximas de concluir um acordo histórico para reduzir tarifas de importação, atualmente em 39%, para cerca de 15%, segundo fontes ouvidas pela Bloomberg. As negociações, que vêm se intensificando nas últimas semanas, podem ser concluídas já nas próximas duas semanas, marcando um novo capítulo nas relações comerciais entre os dois países.
De acordo com as fontes, o avanço ocorre após uma reunião entre um grupo de bilionários e executivos suíços com o presidente Donald Trump no Salão Oval, na semana passada. O encontro foi considerado altamente positivo, levando Trump a instruir o representante comercial norte-americano, Jamieson Greer, a acelerar as tratativas com seus pares suíços — o que ocorreu na sexta-feira.
Embora os detalhes finais do acordo ainda não tenham sido divulgados, o entendimento deve abranger setores estratégicos, incluindo produtos farmacêuticos, tecnologia e bens de luxo, que compõem parte significativa das exportações suíças para o mercado norte-americano.
Suíça e Estados Unidos: “otimismo cauteloso”
Questionados pela imprensa, um porta-voz do governo suíço e representantes da Casa Branca preferiram não comentar o andamento das negociações. Ainda assim, fontes próximas às discussões afirmam que o clima entre Suíça e Estados Unidos é de “otimismo cauteloso”, com expectativa de que o acordo reduza barreiras e impulsione o comércio bilateral nos próximos anos.
Os Estados Unidos impuseram uma tarifa de importação de 39% sobre produtos provenientes da Suíça, a mais alta entre todos os países europeus. A decisão, anunciada no começo de agosto, provocou forte reação em Berna e foi descrita pela imprensa local como um golpe devastador à economia suíça, altamente dependente de exportações de alto valor agregado.
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Com o novo patamar, a Suíça passa a ocupar uma das posições mais desfavoráveis no cenário global, ficando atrás apenas de Síria, Laos e Mianmar.
A notícia dominou as manchetes da mídia suíça. O jornal Blick classificou o episódio como “a maior derrota do país desde a vitória da França na batalha de Marignano, em 1515”, destacando o impacto simbólico e econômico da medida.
O revés ocorre em um momento em que o governo suíço acreditava, na ocasião, estar fortalecendo o diálogo com Washington. Em maio, Genebra sediou um encontro entre líderes dos Estados Unidos e da China, em uma tentativa de evitar uma escalada da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.





