A OpenAI, criadora do ChatGPT, iniciou os preparativos para uma oferta pública inicial (IPO) que pode avaliá-la em até US$ 1 trilhão, segundo informações da Reuters. Caso se concretize, o IPO da OpenAI colocaria a companhia entre as mais valiosas do planeta e seria uma das maiores aberturas de capital da história da tecnologia.
De acordo com três fontes ouvidas pela Reuters, a OpenAI estuda apresentar o pedido de registro da oferta já no segundo semestre de 2026, com listagem prevista para 2027. Em conversas preliminares, a companhia avalia captar pelo menos US$ 60 bilhões, cifra que ainda pode aumentar conforme as condições de mercado.
Embora os planos estejam em fase inicial, a diretora financeira Sarah Friar teria informado a associados que a listagem é considerada um passo natural dentro da estratégia de longo prazo da empresa. Segundo ela, a prioridade segue sendo a construção de um negócio “duradouro” e orientado à missão de avançar a chamada inteligência artificial geral (AGI).
A oferta viria após uma ampla reestruturação societária, que transformou a OpenAI em uma corporação de benefício público (Public Benefit Corporation). A reorganização colocou a fundação sem fins lucrativos como acionista relevante do grupo e reduziu a dependência direta da Microsoft, sua principal investidora.
Impactos do IPO da OpenAI para a Microsoft e o setor de tecnologia
Para a Microsoft (MSFT; MSFT34), que possui uma participação de 27% no OpenAI Group, o IPO da OpenAI representa tanto uma oportunidade quanto um risco. A gigante tecnológica investiu mais de US$ 13 bilhões na OpenAI desde 2019 e incorporou a tecnologia GPT em diversos produtos — do Office 365 e Windows à plataforma de nuvem Azure.
Com uma avaliação de US$ 1 trilhão, a fatia da Microsoft poderia atingir US$ 270 bilhões, quase o dobro do valor contábil atual. No entanto, analistas apontam que a abertura de capital pode redefinir os termos da parceria. A OpenAI já manifestou intenção de reduzir a participação nos lucros de parceiros — hoje em torno de 20% — para cerca de 8% até 2030, o que limitaria os ganhos futuros da Microsoft.
Além disso, uma nova base de acionistas, focada em rentabilidade e autonomia, poderia pressionar a OpenAI a renegociar seus contratos exclusivos com a Microsoft ou até firmar novas parcerias com rivais, como Google ou Amazon.
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IPO da OpenAI pode redefinir o mercado global de IA
Se confirmada, a listagem da OpenAI a colocaria imediatamente entre as dez empresas mais valiosas do mundo, ao lado de Nvidia (NVDA; NVDC34), Apple (AAPL; AAPL34), Microsoft, Alphabet (GOOG; GOGL34), Amazon (AMZN; AMZO34) e Meta (META; $M1TA34).
A startup já é avaliada em cerca de US$ 500 bilhões no mercado secundário, após uma rodada que contou com investidores como SoftBank e T. Rowe Price, tornando-a a startup mais valiosa da história.
Um IPO da OpenAI desse porte poderia estimular novas ofertas no setor, em meio ao boom de investimentos em inteligência artificial. Rivais como Anthropic (criadora do Claude), xAI (de Elon Musk) e Cohere vêm atraindo capital expressivo. A Anthropic, por exemplo, levantou US$ 13 bilhões a uma avaliação de US$ 183 bilhões, evidenciando o apetite dos investidores por IA generativa.





