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Campos Neto destaca impacto do Pix e Open Finance e vê Brasil como referência em inovação bancária

Campos Neto destaca impacto do Pix e Open Finance e vê Brasil como referência em inovação bancária

Ex-presidente do Banco Central e atual vice-presidente do Nubank defende avanço da digitalização financeira e reforça papel do país na agenda de inclusão e sustentabilidade

O ex-presidente do Banco Central e atual vice-presidente do Nubank (ROXO34), Roberto Campos Neto, afirmou que o Brasil se consolidou como referência mundial em inovação financeira, graças ao avanço do Pix e do Open Finance, que promoveram a bancarização de 47 milhões de brasileiros.

As declarações foram dadas durante o painel “Conectando os Mercados Globais: Parcerias para Sustentabilidade e Prosperidade”, promovido pelo Milken Institute, e que reuniu também Melanie Nakagawa, diretora de Sustentabilidade da Microsoft (MSFT; MSFT34), e Isabelle Millat, chefe de Finanças Sustentáveis do Barclays Europa (BARC.L; ACWX39).

Inclusão e eficiência financeira

Campos Neto destacou que a modernização do sistema financeiro brasileiro foi guiada por uma visão de longo prazo sobre o papel da tecnologia nas finanças.

“Sabíamos que o futuro seria mais digital e que a tecnologia é o instrumento mais democrático que existe. Por isso, o Pix e o Open Finance nasceram como projetos de inclusão”, afirmou.

Segundo ele, o modelo brasileiro gerou avanços expressivos em bancarização e competitividade.

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“Em cinco anos, conseguimos monetizar de 25% a 30% da população. Cerca de 47 milhões de brasileiros abriram sua primeira conta bancária”, disse.

“Hoje temos mais de 1,2 bilhão de contas e um mercado com barreiras de entrada muito mais baixas”, complementou.

Campos Neto explicou ainda que o Pix criou ganhos diretos de eficiência para pequenos negócios, ao reduzir custos de transação e eliminar a dependência de dinheiro físico.

“Há uma nova economia local surgindo em cidades pequenas, onde antes não havia agências bancárias nem caixas eletrônicos”, destacou. 

Open Finance e o futuro digital

O ex-presidente do BC apontou o Open Finance como o passo seguinte dessa revolução, ao permitir portabilidade imediata de produtos e dados bancários, ampliando a competição.

“Hoje é possível, em poucos cliques, migrar investimentos e serviços entre bancos. Isso é competição em tempo real”, ressaltou.

Campos Neto afirmou que a combinação entre Open Finance, tokenização e inteligência artificial deve moldar o próximo ciclo de transformação.

“O cruzamento desses três elementos será o grande vetor de disrupção. Quem conseguir integrar o sistema bancário tradicional ao espaço digital será o vencedor”, explicou. 

Microsoft vê Brasil como peça-chave na agenda climática

A diretora de Sustentabilidade da Microsoft, Melanie Nakagawa, destacou que o Brasil ocupa papel estratégico na transição energética global e na adoção de tecnologias climáticas.

Ela lembrou que a empresa criou o Climate Innovation Fund, de US$ 1 bilhão, para investir em soluções sustentáveis, incluindo projetos de reflorestamento e remoção de carbono no Brasil, em parceria com o BTG Pactual (BPAC11) e o IFC.

“Queremos ser uma empresa carbono-negativa até 2030, e o Brasil é central nessa estratégia. O país reúne biodiversidade, energia limpa e inovação tecnológica — três fatores essenciais para escalar soluções sustentáveis”, afirmou Nakagawa.

A executiva também mencionou o uso de inteligência artificial e sensores para monitorar desperdício de água em cidades brasileiras, e destacou o potencial do país na produção de energia renovável para data centers da companhia.

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Barclays aposta em finanças sustentáveis e taxonomia verde

Representando o setor financeiro, Isabelle Millat, do Barclays (BARC.L; ACWX39), reforçou que o banco pretende mobilizar US$ 1 trilhão em financiamento sustentável até 2030, apoiando projetos de descarbonização e mobilidade elétrica, inclusive no Brasil.

“A transição energética exige inovação tecnológica e também inovação financeira”, afirmou. “O avanço da taxonomia verde brasileira, alinhada a padrões internacionais, é um passo decisivo para atrair investidores e escalar a agenda ESG na região.”

Millat citou exemplos de projetos apoiados pelo Barclays em infraestrutura de baixo carbono e microcrédito para empreendedoras brasileiras, destacando o papel do país em conectar investidores globais a oportunidades sustentáveis na América Latina.

Brasil como ponte entre inovação e sustentabilidade

Encerrando o painel, os participantes concordaram que o Brasil emerge como ponte entre mercados emergentes e desenvolvidos, combinando inclusão financeira, inovação tecnológica e recursos naturais.

“A inclusão financeira é essencial para o desenvolvimento sustentável”, resumiu Campos Neto. “Quando as pessoas têm acesso ao sistema financeiro, elas planejam melhor, empreendem mais e ajudam a transformar a economia.”