Nesta quinta-feira (08), o Banco Central Europeu (BCE) anunciou o aumento na taxa de juros da zona do euro de 0,5% para 1,25%. Diante disso, a equipe de research do BTG Pactual (BPAC11) divulgou um documento analisando o movimento de alta nas taxas de juros na Europa e nos comentários de Jerome Powell, presidente do Fed (Federal Reserve), sobre política monetária.
Powell participou hoje de um evento do Cato Institute, em Washington. O chairman indicou que deve seguir com tom hawkish, movimento de alta nos juros, mesmo com os novos dados fortes de atividade econômica (ISM de manufatura, serviços e payroll).
A equipe de research do BTG Pactual avalia que a taxa de juros americana subirá 0,75 bps na próxima reunião do FOMC, agendada para o dia 21 de setembro.
J. Powell apontou que há muito trabalho para ser feito e que os dirigentes do Fed vão agir com precisão, sem se “distrair por considerações políticas externas”.
“Suas falas deram mais suporte para o Dólar (DXY) mesmo em um dia de front-loading do BCE”, explica o relatório do BTG.
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Os analistas do banco de investimentos relatam que Powell considera que um crescimento abaixo da tendência, desde que não uma recessão, seria um fenômeno positivo para o Fed. Uma vez que isso permite o balanceamento do mercado de trabalho, o que sustenta o tom hawkish.
“Nesse sentido, se mostrou bastante confiante em não infringir o mandato duplo do FOMC (sigla em inglês de Comitê Federal de Mercado Aberto), que também precisa pensar na sustentabilidade do mercado de trabalho”, indica o relatório.
Na última quarta-feira (07), os dirigentes Loretta Mester, Lael Brainard, Susan M. Collins e Michael S. Barr sinalizam que devem votar neste tom hawkish. De acordo com o BTG Pactual, os nomes citados acima entendem que é necessário assistir um tempo maior de desaceleração da inflação para pensar em outro cenário.
BTG repercute alta nos juros na Europa
Christine Lagarde, durante a entrevista coletiva, reforçou que o aumento na taxa de juros da Europa “não é um ritmo usual de elevação de juro e que o BCE continua distante da sua taxa neutra”.
Apesar disso, a decisão foi unânime, embora repleta de discussões. O relatório informa que alguns membros do Conselho do BCE se surpreenderam com o CPI (Índice de Preços ao Consumidor) de agosto, que foi de 9,1%.

Além dos juros, o BCE revisou a inflação para cima e o PIB da zona do euro para baixo.
“Como toda reunião de fim de trimestre, o BCE efetuou as revisões das suas principais projeções, a saber: CPI 2022 (de 6,8% para 8,1%); CPI 2023 (de 3,5% para 5,5%); CPI 2024 (de 2,1% para 2,3%); PIB 2022 (de 2,8% para 3,1%); PIB 2023 (de 2,1% para 0,9%). Vemos um risco para frustração de crescimento em 2023, dado nosso cenário de contração neste segundo semestre”, diz o relatório do BTG Pactual.
Diante disso, Lagarde indicou quatro motivos para o menor crescimento do PIB europeu:
- inflação já estava afetando o poder de compra do consumidor;
- a pressão foi intensificada pela situação do mercado de energia;
- a desaceleração global afeta a Europa, reflexo do aperto monetário de outros países;
- incerteza segue elevada.
Diante disso, a francesa reforçou que uma política fiscal planejada, de forma temporária, é preciso para dar suporte ao bloco europeu e com foco específico, para não atrapalhar a política monetária.
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