O documentário “Assassinato em Mônaco”, que estreia na Netflix (NFLX; NFLX34) nesta quarta-feira (17), resgata a história da morte do bilionário Edmond Safra, ocorrida em dezembro de 1999. O caso, que chocou o mundo pela brutalidade e pelas circunstâncias incomuns, volta a ser discutido a partir de novos depoimentos e da reanálise de materiais da época.
Dirigido por Hodges Usry, o filme reúne entrevistas com investigadores, jornalistas e pessoas diretamente ligadas ao caso, incluindo o homem condenado pelo crime. A proposta do longa é apresentar diferentes versões e permitir que o público avalie, com base nos fatos, quem pode ter sido o verdadeiro responsável pela morte de Edmond Safra.
O lançamento reacende o interesse por um episódio que abalou a imagem de segurança de Mônaco, conhecido por ser um dos lugares mais vigiados e exclusivos do mundo.
Quem foi Edmond Safra e por que sua morte causou tanto impacto?
Edmond Safra era um dos banqueiros mais influentes de sua geração. De origem libanesa e carreira internacional, construiu um império financeiro respeitado e mantinha residência em Mônaco, onde vivia cercado por rígidos esquemas de segurança.
Na época de sua morte, Safra enfrentava um estágio avançado da doença de Parkinson, o que exigia cuidados médicos constantes e a presença diária de um enfermeiro. Essa condição tornou o caso ainda mais delicado e levantou questionamentos sobre sua vulnerabilidade nos últimos meses de vida.
O fato de o crime ter ocorrido dentro de um apartamento de alto luxo, no edifício Belle Époque, reforçou a perplexidade global diante do assassinato.
A noite do crime e as versões oficiais
Em 10 de dezembro de 1999, Edmond Safra e sua enfermeira morreram no banheiro do apartamento, vítimas de asfixia causada por um incêndio planejado. Inicialmente, o enfermeiro americano Ted Maher relatou à polícia que dois homens invadiram o local, atacaram Safra e atearam fogo no ambiente.
As investigações, porém, desmontaram essa versão. As autoridades concluíram que Maher teria se ferido propositalmente e iniciado o incêndio, sendo posteriormente condenado a dez anos de prisão por orquestrar a morte de Edmond Safra.
Apesar da confissão, a defesa sempre alegou que Maher foi coagido e que assinou documentos em francês, idioma que não dominava, levantando dúvidas sobre a legitimidade do processo.
Máfia russa, herança bilionária e suspeitas persistentes
Mesmo após a condenação, outras teorias continuaram circulando. Uma delas aponta para a máfia russa, supostamente insatisfeita com negociações financeiras ligadas ao banco de Edmond Safra. O próprio Maher sustenta essa versão até hoje.
Outra linha de suspeita, amplamente debatida pela imprensa internacional, envolve a viúva Lily Safra, que possuía uma fortuna estimada em US$ 1,3 bilhão. Embora nunca tenha sido formalmente acusada, seu nome aparece em teorias e especulações revisadas pelo documentário.
Confira o trailer do filme:
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