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Tenho ações da Petrobras (PETR3; PETR4) em carteira: o que fazer?

Tenho ações da Petrobras (PETR3; PETR4) em carteira: o que fazer?

As ações da Petrobras ($PETR3; $PETR4) tiveram um ano de forte volatilidade em 2024, oscilando entre R$ 42,90 e R$ 34,68. As variações refletiram as instabilidades no preço do barril de petróleo e a interferência política na companhia, especialmente após uma crise na presidência da estatal. 

A destituição de Jean Paul Prates pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 14 de maio de 2024 evidenciou o impacto das divergências internas e pressões governamentais sobre a gestão da empresa.

A crise de liderança da Petrobras

Jean Paul Prates assumiu a presidência da Petrobras em janeiro de 2023, com uma proposta de modernização da estatal e maior atenção a investimentos em energias renováveis. No entanto, o executivo enfrentou forte oposição do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que criticou sua gestão em áreas estratégicas, como a política para o gás natural e a distribuição de dividendos.

Um dos principais pontos de tensão foi a proposta de distribuição de dividendos extraordinários no valor de R$ 43,9 bilhões, justificada pela alta lucratividade da empresa, impulsionada pelos preços elevados do petróleo. 

Prates contava com o apoio de acionistas minoritários e parte do Conselho de Administração para a aprovação, mas indicados políticos alinhados a Silveira rejeitaram a proposta.

Segundo o ministro, o recurso poderia ser mais bem empregado em “investimentos estratégicos, como a transição energética e o fortalecimento da política de gás natural”. Por outro lado, acionistas minoritários argumentaram que “a distribuição era um direito, em função dos lucros acumulados, e um fator crucial para atrair novos investidores”.

Essas divergências se intensificaram, culminando na decisão de Lula de substituir Prates por Magda Chambriard, ex-diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), em maio. A mudança gerou receios no mercado sobre a ampliação da interferência estatal na Petrobras, o que foi refletido na queda das ações logo após o anúncio.

Impacto no mercado e na percepção dos investidores

A rejeição dos dividendos extraordinários e a troca de comando trouxeram repercussões para as ações da Petrobras. Investidores interpretaram os movimentos como priorização de agendas políticas em detrimento dos interesses econômicos. 

Para analistas do BTG Pactual ($BPAC11), o episódio destacou o desafio histórico da Petrobras: equilibrar seu papel como motor de políticas públicas e, ao mesmo tempo, manter-se como uma empresa de capital misto que atende aos interesses do mercado.

Embora reconheçamos que os desenvolvimentos políticos e as novidades de fusões e aquisições possam ocasionalmente impactar o desempenho das ações, a empresa ainda oferece uma combinação atraente de valor e crescimento”, pontuou a equipe de Research do BTG Pactual. Eles acrescentam que o aumento da produção nos campos do pré-sal é um fator-chave para elevar os níveis de retorno sobre o capital investido (ROIC).

Além disso, o plano de negócios de cinco anos da Petrobras foi bem recebido pelo mercado. “O desempenho das ações na sexta-feira (alta de 4%) reflete o efeito da redução da percepção de risco de uma curva de investimentos que não compromete a capacidade de sustentar pagamentos robustos de dividendos no futuro”, destacaram os analistas do BTG.

Análise da EQI Research: Petrobras e o mercado de petróleo

A EQI Research também mantém uma visão positiva sobre a Petrobras, destacando sua relevância em carteiras recomendadas. A estatal representa 20% da carteira de dividendos recomendada e 15% da carteira de ações recomendadas pela EQI. 

Segundo a casa de análises, o petróleo é a commodity favorita para investimentos, por conta de dois fatores principais: “o limitado incremento de oferta global, em um cenário de transição energética que antevê uma queda de demanda de forma mais drástica do que consideramos factível, e a geopolítica global, com várias guerras regionais potencialmente escalando para conflitos mais amplos.” Esse contexto cria um ambiente de suporte aos preços do petróleo, favorecendo os resultados da Petrobras.

A EQI Research ressalta que, localmente, a Petrobras tem apresentado resultados fortes e contínua geração de caixa operacional, o que reforça sua tese de investimento. Apesar dos desafios políticos, a estatal continua sendo uma peça central para investidores interessados em dividendos e exposição ao mercado de petróleo.

Dividendos e perspectivas de crescimento

Apesar do cenário conturbado, os dividendos da Petrobras continuam sendo atrativos. Segundo o BTG, os rendimentos estimados para 2025 podem alcançar 12% para ações ordinárias e 13% para preferenciais, assumindo preços de Brent a US$ 75/barril e câmbio de R$ 5,7/US$.

Além disso, a Petrobras anunciou dividendos extraordinários de US$ 3,4 bilhões (yield de 4%) no acumulado de 2024, consolidando mais de US$ 15 bilhões em pagamentos ao longo do ano. Para os analistas, isso demonstra a solidez da geração de caixa da companhia, apesar das pressões políticas.

“A confiança em pagamentos futuros maiores reduz a percepção de risco e permite que as ações sejam negociadas a múltiplos mais elevados”, explicaram os especialistas do BTG.

Riscos e oportunidades

Os investidores, no entanto, devem ficar atentos aos riscos de maior interferência política e à possível alocação de capital em projetos de retorno duvidoso, como os mencionados investimentos no setor de etanol. Segundo o BTG, iniciativas como essas têm retornos significativamente inferiores aos do pré-sal, que permanece como o principal motor de crescimento da Petrobras.

Se a Petrobras não fosse uma empresa estatal, muitos provavelmente concordariam que ela merece ser negociada a múltiplos mais elevados do que seus pares globais”, pontuaram os analistas. Ainda assim, destacam que a estatal negocia com um desconto de 20% em relação ao EV/EBITDA, oferecendo um prêmio de 4 pontos percentuais no rendimento total do acionista.

A EQI Research destaque que há, atualmente, pouco espaço para maior correção dos preços do petróleo a partir do nível atual, em torno de US$ 75 o barril Brent. “Cremos que boa parte das revisões baixistas nas estimativas de demanda mundial ocorridas ao longo do segundo semestre de 2024 já estão precificadas, assim como a percepção momentânea de menor risco geopolítico em regiões importantes para a produção e/ou escoamento de petróleo. De fato, a EIA (Energy Information Administration) estima preço médio do barril Brent em US$ 74 em 2025, com o aumento de produção estimado de 1,6 milhão de barris por dia, principalmente de países que não participam da OPEP (Organização de Países Exportadores de Petróleo). O crescimento de demanda é estimado em 1,3 milhão de barris por dia”, explica Felipe Reis, estrategista de ações.

“Continuamos positivos com as ações de Petrobrás. No solavanco geral do mercado acionário brasileiro nos últimos meses de 2024 o papel teve desempenho relativo muito superior ao Ibovespa. Creditamos tal fato às boas perspectivas de que a empresa mantenha sua geração de caixa forte, e, principalmente, à disposição de continuar distribuindo dividendos robustos aos acionistas, com retornos entre 10% e 15% no ano”, complementa.     

Estratégias para investidores

Com base no cenário atual, as estratégias recomendadas para quem possui ações da Petrobras incluem:

  1. Manter a posição: O rendimento elevado de dividendos e o desconto nos múltiplos de mercado tornam as ações atrativas para investidores focados em retorno de longo prazo.
  2. Aumentar a exposição: A valorização dos campos do pré-sal e a revisão de metas de alavancagem criam oportunidades para ganhos adicionais.
  3. Acompanhamento próximo: Dado o risco de decisões políticas, é essencial monitorar os desdobramentos da nova gestão e a evolução dos investimentos estratégicos.

Com sua forte geração de caixa e perspectiva de crescimento no pré-sal, a Petrobras continua a ser uma das opções mais robustas do mercado brasileiro, mesmo em meio a desafios políticos.

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