O presidente da Petrobras ($PETR4), Jean Paul Prates, foi demitido do cargo nesta terça-feira (14) um dia após a divulgação dos resultados trimestrais da petroleira no primeiro trimestre do ano. De acordo com matéria do jornal O Globo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já teria uma sucessora a Prates, seria a ex-diretora geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustívei (ANP), Magda Chambriard.
Prates teve uma gestão marcada por desencontros de informação e principalmente por embates políticos com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. A petroleira divulgou nota dizendo que recebeu “solicitação de que o Conselho de Administração da Companhia se reúna para apreciar o encerramento antecipado de seu mandato como Presidente da Petrobras de forma negociada”.
Ainda de acordo com a nota, caso o conselho confirme a decisão de demitir Prates, ele deverá apresentar sua renúncia ao cargo de membro do conselho de administração da petroleira.
Em Nova York, nos Estados Unidos, os ADRs da companhia tombaram 7,5% no after market da bolsa norte-americana.
Entenda a “fritura” de Jean Paul Prates
O processo de “fritura” de Jean Paul Prates à frente da Petrobras ocorre por conta de embates com o ministro de Minas e Energia e ainda com o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa. A situação ficou mais delicada quando a empresa não anunciou dividendos extraordinários quando ocorreu a publicação do balanço referente ao último trimestre do ano passado (4TRI23).
O impasse durou várias semanas, até que a empresa finalmente decidiu por distribuir 50% dos dividendos extraordinários, enquanto a outra parte fica mantida em uma reserva da companhia.
Há pouco mais de um mês, Silveira chegou a negar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha cogitado a demissão do presidente de Prates.
Durante especulações sobre o cargo na estatal, outros nomes foram mencionados, incluindo o atual presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, um quadro histórico do Partido dos Trabalhadores, bem como Clarice Coppetti, Diretora de Assuntos Corporativos da Petrobras, e Bruno Moretti, secretário de Análise Governamental (SAG) da Casa Civil, ligado ao ministro Rui Costa.
Em uma coletiva de imprensa realizada não ocasião, Silveira argumentou que um Ministro de Minas e Energia não teria autoridade para interferir na escolha do presidente da Petrobras, pois essa é uma prerrogativa do presidente da República.
Quem é Magda Chambriard
Magda Maria de Regina Chambriard é uma engenheira civil brasileira que atuou como diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) de março de 2012 a 2016, durante o governo de Dilma Rousseff.
Ela se formou em engenharia civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1979 e concluiu pós-graduações em engenharia química pela COPPE/UFRJ em 1989, além de engenharia de reservatórios e avaliação de formações pela Universidade Corporativa da Petrobras em 1980, seguida por engenharia de reservatórios e produção em 1983 na mesma instituição. Magda ingressou na Petrobras em 1980 como engenheira estagiária.
Em 2002, iniciou sua trajetória na ANP como assessora de diretoria e em 2005 assumiu a Superintendência de Exploração (SEP) da agência, responsável pela regulação e fiscalização das atividades exploratórias no Brasil. A partir de 2006, acumulou também a Superintendência de Definição de Blocos (SDB).
Após ser sabatinada e aprovada pelo Senado Federal, Magda Chambriard assumiu como diretora da ANP em novembro de 2008 e, posteriormente, foi nomeada diretora-geral em março de 2012, sucedendo o ex-diretor-geral Haroldo Lima. Ela deixou o cargo em dezembro de 2016, com a nomeação de Décio Oddone.
Atualmente, Magda Chambriard é diretora da Assessoria Fiscal da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, desde abril de 2021, e sócia da empresa Chambriard Engenharia e Energia, desde janeiro de 2018.
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