A EQI Research está iniciando a cobertura da Sabesp ($SBSP3) com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 115 por ação para o final de 2024, tendo um potencial de valorização de 59% e um múltiplo EV/RAB de 1,25X para o fim deste ano.
Em processo de privatização, a companhia de saneamento de São Paulo ainda tem o controle acionário por parte do governo paulista, que detém 50,26% das ações da companhia. A fatia restante, de 49,74%, faz parte do free float da empresa.

Sabesp (SBSP3): empresa está em ponto de inflexão
A EQI Research ressaltou em seu relatório, que a empresa está em um ponto de inflexão. Em vias de ser privatizada, a empresa tem executado de maneira bem-sucedida uma agenda de ganho de eficiência, reduzindo custos e otimizando investimentos, na visão da casa de análises.
“Atualmente a ação negocia a um múltiplo de 0,88x EV/RAB e uma Taxa Interna de Retorno (TIR) real de 11,9%. Na nossa visão, essa agenda de redução de custos e a redução do custo de capital próprio são as duas alavancas de valor para a tese”, diz trecho do relatório.
Além disso, a Research vê ainda uma expressiva geração de valor, com a companhia de saneamento executando seu programa de investimentos, de aproximadamente R$ 55 bilhões nos próximos anos, com custo de capital próprio mais baixo.
Além dos aspectos específicos da Sabesp, a EQI Research aponta que o setor de saneamento como um todo está posicionado como um dos principais setores para atrair investimentos no país nos próximos anos.
Isso porque a lei 14.026/2020 (o novo Marco Legal do Saneamento) abriu o setor para maior competição e garantiu segurança jurídica para a realização de investimentos privados com o objetivo de atingir a universalização da cobertura de saneamento básico no país até 2033.
“Acreditamos que a Sabesp, uma vez privatizada, pode se tornar o maior veículo de investimento em saneamento no país. Com economias de escala, menor custo de capital e expertise em execução, a companhia pode vencer concessões fora do estado de São Paulo e contribuir para a universalização do saneamento do país”, diz outro trecho do relatório.
Principais riscos da tese
Já sobre os principais riscos da tese de investimentos, a EQI Research ressalta as incertezas sobre o processo de privatização. Embora o estágio esteja avançado, o processo ainda não está concluído, faltando ainda etapas importantes, como definição do preço-mínimo e formação do livro de ofertas com os investidores de referência e, posteriormente, investidores em geral.
“Destacamos os riscos da oferta não cobrir o preço mínimo, de uma potencial judicialização do processo e eventuais questionamentos dos Tribunal de Contas sobre o processo”, diz.
Outro eventual risco é o relacionado à governança. O Estado de São Paulo ainda terá participação acionária relevante na companhia e peso nas decisões estratégicas, o que pode levar a atritos com o investidor de referência e com os demais acionistas.
Um terceiro eventual problema é a questão regulatória. A empresa opera na modalidade regulatório de base de ativos, com revisões tarifárias periódicas para adequar a tarifa, de acordo com as regras estabelecidas no contrato de concessão, para cobrir os custos de operação e remunerar o capital investido da concessionária.
Além disso, a companhia está exposta a riscos ambientais e climáticos que podem afetar a disponibilidade da água bruta, sua principal matéria-prima.
Por fim, a EQI Research cita que o risco de execução do programa de investimentos é considerado como o maior risco para a tese. Isso porque a companhia se comprometeu com a universalização do saneamento até 2029, o que vai exigir investimentos vultosos e execução de obras.
“Além disso, a empresa deve seguir reduzindo custos em um processo de ganho de eficiência que requer redução do número de funcionários e salários médios”, completa a casa de análise.
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