As ações da MRV Engenharia (MRVE3) figuram entre as maiores quedas do Ibovespa nesta terça-feira (7), recuando mais de 12%, após a divulgação da prévia da MRV referente ao terceiro trimestre de 2025. No fim da tarde, próximo ao fechamento, os papéis da companhia recuavam 12,12%, cotados a R$ 6,31, com forte volume de negociações e sentimento de cautela entre investidores.
O balanço preliminar revelou que a geração de caixa ajustada da MRV foi de R$ 30 milhões no período, resultado considerado abaixo do esperado pelo mercado. Segundo a construtora, o desempenho foi afetado por atrasos nos repasses de programas regionais de habitação, que provocaram um descasamento temporal de R$ 93 milhões. Caso esses valores tivessem sido recebidos dentro do prazo, a geração de caixa teria alcançado R$ 123 milhões.
A companhia destacou que terminou o trimestre com 1.400 unidades não repassadas a mais que no trimestre anterior, o que reduziu tanto a geração de caixa quanto as vendas líquidas reportadas. A MRV ressaltou que, sem esse atraso, as vendas do 3T25 seriam semelhantes às do 2T25, mantendo um ritmo mais equilibrado de entregas e repasses.
Prévia da MRV: números da Resia preocupam
O desempenho da subsidiária americana, a Resia, também trouxe preocupação. A operação registrou um consumo de caixa de US$ 1,5 milhão, revertendo a geração de US$ 34,2 milhões do trimestre anterior e de US$ 19,7 milhões no mesmo período de 2024. O resultado acendeu um alerta sobre a recuperação das operações internacionais e o impacto dos custos de financiamento no segmento de construção nos Estados Unidos.
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Apesar do tom negativo do mercado, analistas ressaltam que parte dos desafios relatados pela MRV tem caráter pontual, relacionado a atrasos administrativos nos programas regionais. Ainda assim, o resultado reforça as incertezas sobre o ritmo de retomada da companhia em meio a um ambiente de crédito mais restrito e de margens pressionadas.
A MRV afirmou que segue comprometida com o fortalecimento de sua geração de caixa e com a manutenção de uma estrutura de capital saudável, apostando na retomada gradual dos repasses nos próximos meses.
