As ações da Trilogy Metals (TMQ) registraram uma impressionante alta de mais de 220% na terça-feira (7), após a Casa Branca anunciar a aquisição de uma participação de 10% na companhia canadense. O movimento faz parte de uma nova estratégia do governo norte-americano para fortalecer o fornecimento doméstico de cobre e outros minerais essenciais, considerados vitais para a transição energética e para a segurança nacional dos Estados Unidos. Por volta das 13h15, o aumento chegava a 221%, com a ação da empresa sendo negociada a 9,32 dólares canadenses.
O investimento, de US$ 35,6 milhões, marca um passo inédito na política industrial americana voltada para a independência mineral. A parceria com a Trilogy Metals foca o distrito de mineração de Ambler, no Alasca — região que, segundo a empresa, abriga “alguns dos depósitos polimetálicos predominantemente de cobre mais ricos do mundo”.
Em comunicado, a mineradora celebrou a decisão do governo Trump, que recentemente aprovou licenças para o desenvolvimento de minerais no estado. A medida reverte uma decisão anterior da administração Biden, que havia bloqueado o controverso projeto Ambler Road — uma estrada industrial de 340 quilômetros planejada para conectar a região de mineração à infraestrutura do restante do estado.

Trilogy Metals: nova diretriz
A empresa afirmou que a nova diretriz “reflete um compromisso federal renovado com o desenvolvimento responsável de recursos no Alasca” e destacou a Ambler Road como “infraestrutura crítica” dentro da política federal de recursos estratégicos.
Além de impulsionar a economia local, a parceria deve fortalecer as cadeias de suprimentos de minerais estratégicos, como cobre, cobalto, zinco e chumbo, fundamentais para a infraestrutura energética, tecnologias de defesa e indústria de manufatura dos Estados Unidos.
No entanto, o projeto segue cercado de polêmicas. Ambientalistas e comunidades locais alertam que a construção da Ambler Road pode causar impactos severos sobre ecossistemas do Alasca, afetando habitats de animais e modos de vida tradicionais.
A disputa em torno da Trilogy Metals ocorre em um contexto global de corrida por minerais críticos, em que a China ainda é amplamente dominante. O país asiático produz cerca de 70% das terras raras extraídas no mundo e é responsável por processar quase 90% desses materiais, o que o coloca no centro da cadeia de fornecimento global.
Para autoridades ocidentais, o avanço da parceria com empresas como a Trilogy Metals é um passo estratégico para reduzir a dependência de Pequim e garantir acesso estável aos recursos necessários para o futuro energético e tecnológico dos Estados Unidos.