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Gestão disciplinada guia Petrobras em ajustes estratégicos no pré-sal, diz BTG

Gestão disciplinada guia Petrobras em ajustes estratégicos no pré-sal, diz BTG

Na rodada, a Petrobras elevou sua fatia em Mero de 38,6% para 41,4%, enquanto a Shell avançou de 19,3% para 20%

A Petrobras (PETR4) reforçou sua postura de disciplina na alocação de capital ao participar da rodada de licitações de áreas não contratadas do pré-sal, na qual optou por não disputar Tupi, concentrando-se em ativos considerados mais rentáveis, segundo relatório do BTG Pactual (BPAC11). A estatal ampliou suas participações nos campos de Mero e Atapu, movimento que especialistas veem como uma aposta em barris incrementalmente mais lucrativos em meio a um ambiente de preços de petróleo mais pressionado.

Na rodada, a Petrobras elevou sua fatia em Mero de 38,6% para 41,4%, enquanto a Shell avançou de 19,3% para 20%. Em Atapu, o incremento foi mais modesto: a estatal passou de 65,7% para 66,4%, e a Shell, de 16,7% para 16,9%. Segundo projeções com base na produção atual — 653 mil barris/dia em Mero e 153 mil barris/dia em Atapu —, os novos percentuais podem gerar cerca de 19,3 mil barris/dia adicionais para a Petrobras, sendo a maior parte proveniente de Mero.

Assumindo um Brent a US$ 60 por barril, um desconto realizado de US$ 5 e margem EBITDA de 60%, esses volumes extras podem resultar em um incremento de aproximadamente US$ 228 milhões no EBITDA da estatal.

“Os contratos, no entanto, incluem obrigações contingentes definidas pela Resolução CNPE 16/2025, que determinam pagamentos adicionais quando o preço médio do Brent supera US$ 55 por barril ou quando há aumento das participações dos consórcios”, diz trecho do relatório.

Movimento estratégico da Petrobras

O movimento estratégico, embora positivo para geração futura de caixa, implica uma saída imediata estimada em US$ 1,3 bilhão. Analistas apontam que o desembolso deve pressionar a alavancagem financeira em um momento de volatilidade nos preços internacionais do petróleo, além de reduzir o dividend yield projetado para o quarto trimestre de 2025 em cerca de 0,8 ponto percentual, conforme explica o relatório do BTG

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Mesmo assim, o banco de investimentos avalia que a escolha da Petrobras por priorizar “barris de qualidade”, e não entrar em disputas agressivas por Tupi, reforça uma agenda de eficiência alinhada ao próximo ciclo estratégico. Para o período 2026–2030, a companhia depende de disciplina de gestão e de um Brent consistentemente acima de US$ 60 para sustentar investimentos robustos e elevados custos de afretamento.

Ainda assim, há visões positivas no horizonte: caso haja uma compressão do risco-país com as eleições de 2026, analistas veem assimetria favorável para as ações da Petrobras, que poderiam refletir um ambiente macroeconômico mais benigno para o setor de petróleo e gás.

Como foi o leilão

O consórcio formado pela Petrobras (80%), em parceria com a Shell Brasil Petróleo Ltda (20%), adquiriu a participação da União de 3,500% no acordo de individualização de produção da jazida compartilhada de Mero ofertando o valor final de R$ 7,791 bilhões. Com esta aquisição, a Petrobras aumenta a sua participação na jazida compartilhada de Mero de 38,60% para 41,40%.

Adicionalmente, também em parceria com a Shell (26,76%), a Petrobras (73,24%) adquiriu a participação da União de 0,950% no acordo de individualização de produção da jazida compartilhada de Atapu, ofertando o valor final de R$ 1,001 bi. Com esta aquisição, a Petrobras aumenta a sua participação na jazida compartilhada Atapu de 65,687% para 66,38%.

O valor a ser pago em dezembro de 2025 pela Petrobras é de R$ 6,97 bilhões e a assinatura dos contratos ocorrerá até março de 2026. O desembolso já estava previsto pela companhia e os volumes, embora não previstos, estão dentro da margem de aproximadamente 4% da projeção da curva de produção do Plano de Negócios 2026-30, segundo a petroleira.

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