O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar nesta terça-feira (27) as privatizações de empresas estatais no Brasil, com destaque para a Vale (VALE3) e a grande quantidade de acionistas da companhia. Na segunda, ele já havia chamado a privatização da Eletrobras (ELET6) de “crime de lesa pátria”.
Lula comparou a situação da Vale a um “cachorro com muitos donos”, em que, segundo ele, ninguém assume a responsabilidade de fato.
No final da noite de segunda-feira (27), o conselho de administração da empresa elegeu por unanimidade o vice-presidente financeiro Gustavo Pimenta, 46 anos, como sucessor de Eduardo Bartolomeo na presidência da mineradora. Lula havia tentado emplacar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega no comando da empresa.
Lula e Vale: corporation sem dono
“A Vale, que antes tinha uma diretoria clara, onde eu sabia quem era o presidente, hoje está numa situação em que, na discussão de um acordo para o pagamento aos afetados por Mariana, não se sabe quem é o responsável”, comentou Lula.
“É uma tal de ‘corporation’ sem dono, com vários acionistas possuindo pequenas participações, como 2% ou 3%. É como cachorro com muitos donos, que acaba morrendo de fome e sede, porque todos pensam que alguém já cuidou, mas no fim ninguém cuidou”, acrescentou.
Atualmente, a Vale não tem um controlador definido, sendo uma corporation, embora ainda conte com a influência de antigos acionistas, como o fundo de pensão Previ, do Banco do Brasil, Bradesco e a japonesa Mitsui.
Críticas também ao “desmonte da Petrobras”
O presidente também reiterou suas críticas à venda de ativos da Petrobras (PETR3; PETR4), afirmando que isso teria “desmontado” a empresa e prejudicado seu papel estratégico.
“Desde a época de Getúlio Vargas, sempre aparece alguém dizendo que a Petrobras deve ser privatizada. E, quando não conseguem, começam a vender seus ativos de forma fragmentada, desmontando a empresa aos poucos”, afirmou o presidente. “Quando você olha, a empresa está toda desmontada e não cumpre mais seu papel.”
Lula fez essas declarações durante uma visita ao Centro de Operações Espaciais Principal da Telebras, em Brasília. O COPE-P é responsável pela operação e monitoramento do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas, que cobre todo o território nacional.
Durante o evento, foi assinado um contrato entre Telebras e o Ministério do Trabalho e Emprego para fornecer serviços de telecomunicações de longa distância.
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