A recente decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de suspender temporariamente a imposição de tarifas de 25% sobre produtos do México e do Canadá trouxe alívio para esses países, que se comprometeram a reforçar suas fronteiras e combater o crime organizado. No entanto, as tarifas de 10% sobre produtos chineses seguem, intensificando as tensões comerciais globais. Mas como fica o Brasil nesta “Guerra das Tarifas“?
Os especialistas apontam que o Brasil tende a ser menos afetado diretamente por essa política tarifária em comparação com outros mercados emergentes. Segundo Felipe Reis, estrategista de ações da EQI Research, “a baixa exposição do Brasil ao comércio com os EUA protege o país de impactos mais severos”.
“A tímida relevância no comércio internacional, por todo e qualquer ângulo que se analise, tende a proteger o Brasil em termos relativos a outros mercados emergentes. Em outras palavras, provavelmente sofreremos bem menos que outros mercados com o retrocesso ao comércio global imposto pelo nacionalismo comercial da nova gestão Trump”, avalia.
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Atualmente, o fluxo comercial brasileiro com os Estados Unidos representa apenas 5% do PIB, enquanto para o México esse percentual é de 50% e, para o Canadá, 43% (veja gráfico).

Brasil e as tarifas de Trump: produtos americanos podem ficar mais competitivos
Ainda assim, há riscos para o Brasil. Uma das preocupações é que as tarifas impostas por Trump possam servir como ferramenta para os EUA ampliarem sua presença nos mercados de seus principais parceiros comerciais. Isso poderia tornar produtos americanos mais competitivos em relação aos brasileiros, prejudicando setores exportadores nacionais.
Outro ponto de atenção é que uma possível escalada da guerra comercial global pode reduzir a demanda internacional por commodities, que são uma parte fundamental das exportações brasileiras.
Benefício indireto: Brasil pode atrair mais capital estrangeiro
Por outro lado, a estratégia de Trump pode, paradoxalmente, gerar algum benefício indireto para o Brasil. O país pode se tornar um destino mais atrativo para investidores estrangeiros que buscam mercados emergentes menos expostos a retaliações comerciais.
“O Brasil já começou a atrair mais capital estrangeiro neste início de ano, e esse movimento pode se fortalecer caso a tensão comercial entre os EUA e seus principais parceiros aumente”, avalia Reis.
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