Viralizou no mercado um vídeo dos gestores Porter Collins e Vincent Daniel, retratados no livro e no filme “The Big Short” (“A Grande Aposta“) por sua aposta certeira contra o mercado imobiliário americano antes da crise do subprime. Desta vez, eles voltam suas atenções para as ações brasileiras.
Em meio a um bull market histórico nos Estados Unidos impulsionado por ações de tecnologia, os gestores da Seawolf Capital estão evitando apostas contrárias na bolsa americana. “Não faço ideia do que vai acontecer com Nvidia ou DeepSeek”, afirmou Collins em entrevista à CNBC, durante um painel de investimentos em Miami.
Em um momento em que muitos discutem a sobrevalorização dos mercados globais, Collins destaca a busca por ativos subvalorizados, e a resposta, segundo ele, está nos mercados emergentes. “Veja o Brasil: um dividend yield de 10%!”, enfatizou.
A Seawolf Capital também tem posições no mercado chinês, incluindo Alibaba. “Está sendo negociada a quatro vezes lucro, sem contar o caixa”, comentou Collins. Ele pondera que um acordo comercial entre China e EUA ou avanços chineses em IA podem gerar ganhos expressivos. “Se ela chegar a 15 vezes lucro, triplica de valor.”
Durante o vídeo, Collins citou ainda os incentivos do governo chinês ao mercado acionário, como o aumento da exposição de fundos de pensão em ações.
Na contramão do mercado: gestores falam em dólar mais fraco com Trump
Na contramão do consenso, seu sócio Vincent Daniel aposta que a visão de “excepcionalismo americano” defendida por Trump pode enfraquecer o dólar, e não o contrário. “Se quisermos internalizar empregos e fábricas, precisaremos de um dólar mais fraco para competir internacionalmente”, disse ele. Caso isso ocorra, ele sugere que mercados emergentes, como o brasileiro, poderiam receber um fluxo substancial de capital estrangeiro.
Collins também mencionou a possibilidade de uma guinada política no Brasil, alinhada a uma tendência observada nos EUA e na Argentina. “Isso pode acontecer no Brasil”, disse ele.
Seawolf Capital e o impacto de Trump
A Seawolf Capital teve um 2024 com retorno de 66%, apostando em teses menos convencionais ligadas ao retorno de Trump à presidência. Suas principais apostas incluíram empresas do setor de prisões e vigilância, que se beneficiaram de políticas imigratórias mais rigorosas.
Outro investimento bem-sucedido foi nas ações dos bancos Fannie Mae e Freddie Mac, resgatados pelo governo americano após a crise de 2008. Com expectativas de privatização sob uma nova administração, essas ações dobraram de valor.
Agora, Collins e Daniel veem um novo gatilho para suas posições em mercados emergentes. Para eles, as medidas de Trump podem enfraquecer o dólar, tornando os ativos desses mercados mais atrativos. “Se o dólar começar a enfraquecer, muitos investidores passarão a olhar para as bolsas emergentes. E é aqui que vemos valor”, concluiu Daniel.
Dessa vez, ao contrário do que aconteceu em 2008, sua grande aposta é na valorização e não na queda de ativos. “As pessoas acham que somos sempre pessimistas, mas o importante é pensar corretamente em termos de probabilidades”, afirmou Collins.
Quais são as melhores ações brasileiras no momento?
A EQI Research acaba de divulgar sua carteira recomendada de ações para fevereiro, onde aponta quais os ativos de destaque na bolsa no momento.
Foram privilegiadas exposições a empresas com baixa alavancagem, resultados positivos no curto prazo e beneficiárias de um dólar forte. A carteira continua com Itaú ($ITUB4) com 15% de peso na carteira, Petrobras ($PETR4) com 15% de peso, Gerdau ($GGBR4) com 10%, Copel ($CPLE6) com 10%, PRIO ($PRIO3) com 10%, Sabesp ($SBSP3) com 10%, JBS ($JBSS3) com 10%, Porto Seguro ($PSSA3) com 10%, Eletrobras ($ELET3) com 5% e Banco do Brasil ($BBAS3) com 5%. Clique aqui para baixar o relatório na íntegra!
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