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Expansão de múltiplos ou crescimento de resultados, qual é o melhor?

Expansão de múltiplos ou crescimento de resultados, qual é o melhor?

Existem tantas formas de escolher ações para investir quanto existem investidores.

O mercado é amplo, as pessoas são diferentes e têm objetivos e preferências diversas.

Alguns gostam de análise técnica, outros preferem a análise fundamentalista. Tem gente que olha para as duas coisas, numa espécie de sincretismo analítico.

E nem todo mundo vai com tanta profundidade assim na análise. Se tem analista que adora fazer modelo de fluxo de caixa descontado e projetar cada variável e conta contábil, tem quem prefira a facilidade usar múltiplos, como o preço/lucro ou o valor da firma/EBITDA.

Ainda que essas diferenças na aplicação dos métodos de avaliação seja relevante, é possível simplificar e dizer que existem basicamente duas filosofias de investimento em ações:

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  1. Regressão à média / expansão de múltiplos  – neste caso, o investidor vai buscar ações que estão negociando abaixo do seu padrão usual, na expectativa de que essa divergência seja corrigida no tempo. Por exemplo, uma ação que tem múltiplo P/L médio de 10x e está negociando a 5x parece, à primeira vista, bastante atraente.
  2. Crescimento de resultados – aqui o investidor está menos preocupado com o nível atual dos múltiplos, que aliás podem ser bastante elevados, e mais com o crescimento futuro dos lucros (ou do EBITDA, conforme a preferência). Se a empresa é capaz de manter o crescimento do denominador (lucro ou EBITDA), o numerador (preço da ação ou valor da firma) vai acompanhar. Ou pelo menos essa é a ideia.

Naturalmente, esta é uma simplificação grosseira da realidade, que não considera todas as situações e casos.

Por exemplo, a filosofia regressão à média funciona melhor se o denominador não sofrer grandes variações ao longo do tempo. Por esta razão, muita gente gosta de usar múltiplos médios para avaliar se o Ibovespa está caro ou barato. O índice tem mais de 90 companhias, o que dilui as variações individuais e torna o lucro (sintético) do índice mais estável.  

Já quando se está olhando para uma ação isolada, pensar em termos de regressão à média (ou expansão de múltiplos) é mais complicado.

As variações do denominador são muito maiores e o múltiplo pode subir e cair muito sem que o numerador se movimente muito.

Por exemplo, uma mineradora vai ter lucros muito elevados quando o preço do minério estiver alto, reduzindo seu P/L. Mas, como este é um mercado cíclico, vai ter lucros muito menores quando o minério cair, elevando drasticamente o múltiplo. Ainda que pareça contraintuitivo, o melhor momento para comprar ações de empresas cíclicas é quando o múltiplo estiver muito alto. 

Outra alternativa é encontrar uma companhia que tenha perspectivas claras de crescimento de resultados por um longo período no futuro.

Melhor ainda se tiver também um longo histórico de crescimento de resultados no passado. As ações de uma companhia assim provavelmente terão múltiplos elevados, já que muita gente gosta de casos assim.

Mas isso não é um problema sério se você confia que o futuro é tão bom quanto o passado. Você paga um múltiplo elevado para comprar a ação, recebe um múltiplo elevado quando quiser sair e se beneficia do crescimento dos resultados no meio do caminho. 

Mas qual é a melhor?

Essa discussão sobre qual a melhor filosofia, expansão de múltiplos ou crescimento de resultados, é um daqueles debates que não tem fim.

A resposta, como sempre, é DEPENDE. E depende do contexto, das suas preferências, objetivos, enfim, daquelas coisas que falamos lá no começo. Mas é possível tirar algumas regras gerais:

  1. Se você tem tempo, disposição e conhecimento para ir fundo na análise dos casos de investimento individuais, é possível ter bons resultados na estratégia “expansão de múltiplos”. Não é fácil e exige uma dedicação que a maior parte das pessoas não consegue manter. 
  2. Se você não tem como ter essa dedicação integral, a estratégia “crescimento de resultados” é a que provavelmente vai produzir resultados mais consistentes. 

Interessante notar que mesmo investidores profissionais acabam fazendo escolhas nestas linhas.

Os profissionais de investimento brasileiros normalmente têm dedicação exclusiva (ou quase) ao mercado brasileiro e mostram clara preferência pelas histórias de expansão de múltiplos dentre as ações ações disponíveis na B3.

Já os investidores estrangeiros que investem em ações brasileiras mostram clara preferência por histórias de  crescimento de resultados, pois estas exigem “menor manutenção”. 

Por Luís Fernando Moran, head da EQI Research.

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