A Eletrobras ($ELET3) reportou um prejuízo líquido de R$ 354 milhões no primeiro trimestre de 2025, revertendo o lucro de R$ 331 milhões no mesmo período de 2024. Na comparação trimestral, o resultado também representa um recuo significativo frente ao lucro de R$ 1,11 bilhão registrado no quarto trimestre do ano passado. De acordo com o balanço da elétrica, o desempenho negativo foi puxado principalmente pela redução no EBITDA e pelo aumento de despesas financeiras.
O EBITDA da companhia atingiu R$ 4,32 bilhões no 1TRI25, uma queda de 6,5% em relação ao 1TRI24 (R$ 4,62 bilhões) e de 14,1% na comparação com o 4TRI24 (R$5,03 bilhões). A margem EBITDA também recuou, passando de 53% no primeiro trimestre do ano passado para 41,5% no trimestre atual. O EBITDA regulatório, que exclui efeitos não recorrentes, ficou em R$ 5,49 bilhões, com leve queda de 3,7% ante o mesmo período do ano anterior.
A receita operacional líquida da Eletrobras apresentou crescimento de 19,5% no trimestre, alcançando R$ 10,41 bilhões. No entanto, o aumento não foi suficiente para compensar os custos e despesas, que pressionaram o resultado final. A receita bruta também subiu 15,6%, totalizando R$ 12,22 bilhões.
A dívida bruta ajustada da empresa aumentou 19,2% em 12 meses, chegando a R$ 71,19 bilhões. Já a dívida líquida ajustada recuou 3,8%, para R$ 39,27 bilhões. O índice de alavancagem (dívida líquida/EBITDA) melhorou, caindo de 2,2x para 1,5x no acumulado dos últimos 12 meses. Os investimentos, por sua vez, somaram R$ 912 milhões no trimestre, uma redução de 25,3% ante o 1TRI24.

Eletrobras (ELET3) conclui venda de térmicas ao grupo J&F por R$ 2,9 bilhões
A Eletrobras, em conjunto com sua subsidiária Eletronorte, anunciou nesta quarta-feira (14) o fechamento parcial da venda de cinco usinas termelétricas ao grupo J&F S.A., sucessor da Âmbar Energia no acordo. A transação, que inclui a transferência total de ativos e direitos, garantiu à companhia um montante de R$ 2,9 bilhões, referente ao pagamento pelos ativos e à liberação de depósitos em garantia vinculados aos contratos de fornecimento de gás.
As usinas envolvidas nesta etapa são UTE Cristiano Rocha, UTE Manauara, UTE Jaraqui, UTE Tambaqui e UTE Ponta Negra, que estavam sob controle de terceiros com contratos de venda de energia à Eletrobras até maio de 2025. Além dos R$ 2,9 bilhões, a Eletronorte já recebeu cerca de R$ 600 milhões gerados pelas térmicas entre a assinatura do acordo e o fechamento. A Eletrobras também mantém direito a um earn-out (pagamento adicional condicionado a metas) de até R$ 1,2 bilhão, cujo recebimento será comunicado ao mercado conforme o cumprimento das condições acordadas.
A venda da UTE Santa Cruz (500 MW), último ativo remanescente do pacote, ainda depende de aprovações regulatórias para ser concluída. A Eletrobras destacou que seguirá atualizando os acionistas sobre os desdobramentos.
A operação reforça a estratégia da Eletrobras de simplificar sua estrutura e direcionar recursos para prioridades alinhadas ao seu Plano Estratégico, com foco em eficiência e geração de valor. A companhia vem reduzindo sua exposição a ativos termelétricos para concentrar esforços em fontes renováveis e projetos com maior potencial de retorno.
A venda dessas térmicas marca mais uma etapa no processo de desinvestimento da Eletrobras em ativos não estratégicos, iniciado após sua privatização em 2022. Os recursos obtidos devem ser realocados em projetos de expansão e modernização da matriz energética, além de reforçar o caixa da empresa.
O mercado aguarda agora os próximos passos, incluindo a conclusão da venda da UTE Santa Cruz e o possível recebimento do earn-out, que pode elevar o valor total da transação para até R$ 4,7 bilhões.