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Derivativos: conheça o caminho para se proteger contra quedas do mercado acionário

Derivativos: conheça o caminho para se proteger contra quedas do mercado acionário

A maioria dos investidores que possuem ações e têm o mínimo de experiência sabe que o mercado de ações, volta e meia, cai, principalmente por questões macroestruturais.

Sabe, também, que uma única ação pode cair muito, em pouco tempo, por questões micro, da própria empresa.

Então como se proteger? Um dos caminhos está nos Derivativos, ativos que derivam de outro ativo; em outras palavras, são direitos (de comprar ou de vender) um ativo e, no caso, uma ação.

Nos últimos dias, dois eventos mexeram com o cenário internacional: a quebra dos bancos americanos Silicon Valley Bank e Signature. Os motivos se fizeram por duas vias: 

  • Questões macro (alta dos juros, falência bancária);
  • Questões micro (gestão da carteira de ativos do próprio banco).

Diante de tais acontecimentos, antes de criar uma visão pessimista sobre o futuro, é preciso analisar as oportunidades que essas situações trazem, conforme aponta o estrategista da EQI Investimentos, Denys Wiese. 

“É fato que o mercado brasileiro, está muito, muito barato. E que excelentes oportunidades podem estar passando pelos nossos olhos”, avalia.

É sobre elas que Wiese, ao lado de Alexandre Furghestti, especialista em Derivativos da EQI Investimentos; e Luis Moran, head da EQI Research; trataram na live semanal do Investidor Inteligente “Aproveite o preço descontado das ações com a segurança dos Derivativos”. 

Siga no texto se você quiser saber mais sobre:

  • Cenário para o investimento em ações;
  • Como escolher as ações corretas;
  • Como utilizar Derivativos para proteção e ganhos;
  • Exemplos de operações estruturadas.

Quebra dos bancos: como afeta o mercado?

O último final de semana foi bem agitado para o mercado financeiro, principalmente, nos EUA.

Ainda na tarde de sexta-feira (10/3), os reguladores americanos fecharam o Silicon Valley Bank, décimo oitavo maior banco americano, e assumiram o controle dos depósitos do banco, conforme anunciou a Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) – uma espécie de FGC (Fundo Garantidor de Crédito) dos EUA.

A causa principal da derrocada foi a presença de ativos (líquidos e não líquidos) no balanço do banco e que sofreram perdas patrimoniais com a alta dos juros, por conta da marcação a mercado dos títulos.

No entanto, tais turbulências dos últimos dias não costumam acontecer com grande frequência, conforme lembra Denys Wiese, estrategista da EQI Investimentos. 

“Desde 2008 não havia quebra de bancos nos EUA, agora tivemos o caso Silicon Valley. No entanto, o cenário traz oportunidades para o mercado de ações e existem ferramentas e estratégias para quem quer comprar sem se expor ao risco de perda de capital”, reforça Wiese.

Casos isolados ou caos generalizado?

Além do Silicon Valley, um outro banco americano, o Signature Bank, e o europeu, Credit Suisse, entraram no foco internacional sob o receio de uma possível ameaça ao sistema financeiro.

Na análise de Luís Moran, head da EQI Research, embora todos os casos tenham acontecido quase que de forma concomitante, não há motivo para pânico generalizado. Para uma análise mais efetiva a respeito dos possíveis impactos, ele recomenda observar os três eventos de forma isolada. 

Nesse sentido, ele lembra que o Silicon Valley se tratava de um banco de atuação regional, restrita a uma parte da Califórnia. Possuía uma clientela muito específica, que atendia às startups de tecnologia, um nicho que até pouco tempo atrás, estava recebendo muito dinheiro dos investidores.

“Esse mercado virou com a alta dos juros e as empresas começaram a usar o dinheiro que estava depositado no banco. Esse é um caso isolado, não é algo que compromete o sistema financeiro inteiro, como foi a crise de 2008”, explica. 

De acordo com Moran, o mesmo acontece com o Signature Bank. “Era um banco pequeno de Nova York, que estava bastante focado no mercado de criptomoedas e que atendia os traders e corretoras”, reitera.

Com relação ao Credit Suisse, o head aponta que o problema já é antigo. “O banco vem tendo problemas há algum tempo e vem tentando se reestruturar há alguns anos e agora, enfrentou uma nova temporada de dificuldades”, comenta.

Trajetória de juros altos podem “quebrar” coisas no caminho

Moran aponta, no entanto, uma coincidência que une os três eventos: a luta dos Bancos Centrais contra a inflação.

“Quando os BCs estão elevando os juros ‘quebram’ algumas coisas no caminho”, diz.

Para ele, o aperto das economias estão afetando diretamente os nichos de mercado que os dois bancos americanos trabalhavam. Já a situação do Credit Suisse é um pouco mais ampla. 

No entanto, na avaliação do head da EQI Research, se as condições da política monetária estivessem um pouco mais frouxas seria possível passar por esse momento com mais tranquilidade. 

“Nesse atual ambiente, as coisas tendem a ficar mais drásticas. Quando o risco sobe muito, todos ficam com medo e, independentemente de juros altos, as condições financeiras por si só já se apertam”, comenta.

Quebra pode ser gatilho para revisão de políticas monetárias 

Denys Wiese reitera que antes mesmo dos acontecimentos dos últimos dias envolvendo os bancos, já havia uma pressão para que os Bancos Centrais baixassem os juros ou reduzissem o número de altas. “Tais eventos, funcionaram como um gatilho que acelerou esse ciclo econômico”, acredita.

Contudo, nesta mesma semana, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu elevar a taxa de juros em 0,50 ponto percentual. O órgão se justificou dizendo estar “vigilante a qualquer perigo maior para a economia da região” “De qualquer forma, o mercado reagiu bem e parece que a decisão foi bem recebida”, diz Moran.

Juros e bolsa: reação dos mercados aponta oportunidades

Nos últimos dias, depois que o FED – o BC americano – interveio, o mercado de juros americanos reagiu rápido com a maior queda de juros futuros desde 1987, conforme é visto no gráfico abaixo. 

gráfico juros nos EUA - março 2023

Brasil reage bem 

No Brasil, o juro de curto prazo estava em 14,5% e caiu abaixo dos 13%, uma queda expressiva. No juro longo, a queda foi menor, mas ficando abaixo dos 13%. “O mercado brasileiro reagiu positivamente aos eventos internacionais”, comenta o estrategista da EQI, Denys Wiese. 

gráfico juros futuros brasileiros março 2023

Ibovespa segue com tendência positiva 

Até o momento, o Ibovespa está operando em volta dos 103 mil pontos, com tendência positiva. 

gráfico Ibovespa - variação março 2023: derivativos

Ações estão baratas 

A razão P/L do Ibovespa – preço por ação dividido pelo lucro anual – um dos indicadores mais usados pelo mercado, que mostra quantos anos de lucros são necessários para pagar o preço da ação, está bastante baixo, o que segundo Denys Wiese revela boas oportunidades. 

gráfico ibovespa preço / lucro das ações

Nesse cenário, para Luís Moran, o desafio das casas de análise, como a EQI Research, é apontar quando os ativos mais baratos inverterão a curva em ritmo de valorização. 

“Usamos o PL e outros múltiplos para essa análise, mas vamos além, projetando os resultados das empresas. O cuidado na hora de usar tais premissas é se perguntar o que faria os preços das ações mais descontadas subirem nesse instante”, frisa. 

Compra ou venda de ações: como tomar a melhor decisão

“O que é bom hoje, não é sinal de que será bom para sempre. E o que não está muito bom hoje, pode ser que comece a melhorar daqui para frente. Daí a importância de buscar bons profissionais para evitar cair em armadilhas”, comenta Alexandre Furghestti, especialista em Derivativos da EQI Investimentos.

Se o mercado é movido a expectativas, todo o investidor da bolsa sabe que o sobe e desce atual do mercado não dá sinais claros da direção futura. Então, é hora de comprar ou vender? 

Para ajudar na decisão, Denys Wiese recomenda a utilização da seguinte modelo:

esquema análise do mercado para compra de ações: derivativos

Nesta estrutura de análise do mercado, no topo, está o ciclo econômico que reúne as principais forças capazes de exercer uma força dominante sobre o desempenho das empresas. 

“Se uma companhia for boa, mas o ciclo econômico estiver empurrando para baixo, dificilmente haverá valorização. O contrário também é verdadeiro”, aponta.

Em segundo aspecto vem a análise setorial e dos ativos. “Dentro de um ciclo econômico há setores e classes de ativos que podem se beneficiar mais”, comenta.

O próximo passo é a análise do timing do mercado. “Os preços mostram como está a elasticidade do ativo, indicando o momento de compra e venda”. Já a forma de exposição é a operacionalização sobre como o investidor irá compor sua estratégia frente aos aspectos analisados anteriormente.

Ciclo econômico: o momento atual

O Brasil começou a subida de juros para combater a inflação muito antes que os EUA e Europa. “Agora, estamos vendo na economia brasileira reflexos como demissões e o valor das empresas encolhendo”, lembra o estrategista da EQI. 

gráfico ciclo econômico 2023

Setores mais indicados para cada ciclo 

De modo geral, existe um ponto ideal de entrada para cada um deles, conforme destaca Wiese. “Hoje estamos no final de um ciclo recessivo e quando os juros começarem a cair, entraremos em uma fase de expansão”, indica. 

tabela setores econômicos e os ciclos

Análise dos setores: onde estão hoje as melhores perspectivas? 

Quanto ao ciclo econômico, hoje, a perspectiva de que o aperto de juros nos EUA esteja chegando no final se mantém no radar dos investidores brasileiros. “Quando o juro parar de subir por lá, normalmente, existirá um fluxo de recursos que serão direcionados aos países emergentes como o Brasil”, aponta Luís Moran.  

De acordo com ele, a análise setorial para o momento também tem foco no desempenho da economia chinesa. 

“O impacto da reabertura pós-Covid-Zero na demanda e nos preços das commodities tem sido menor do que o esperado. Até agora, ao menos, o impacto mais relevante tem sido no setor de serviços, enquanto setores relevantes para a demanda de commodities, como construção civil, ainda passam por ajuste significativo”. 

Acompanhe abaixo análise da EQI Research para cada setor:

  • Petróleo: “demanda mais fraca com desaquecimento dos EUA e União Europeia, China ainda não teve impacto significativo. Restrições de oferta continuam relevantes e a recomposição das reservas dos EUA é outro fator de suporte aos preços, que devem continuar oscilando em patamar elevado e sujeitos a choques”, comenta;
  • Mineradoras: “demanda chinesa vem frustrando expectativas, com reabertura da economia na saída do Covid-Zero, mas com impacto ainda limitado nos preços de commodities”, aponta;
  • Siderurgia: “mercado norte-americano deve continuar com demanda mais fraca na indústria automobilística e não deve aumentar volumes de importação no futuro próximo, compensando eventual impacto positivo da reabertura chinesa”;
  • Papel e Celulose: “preços começam a cair, mas ainda em patamar historicamente elevado, em função de atrasos na expansão de capacidade. Divergência entre preços da commodity e das ações brasileiras tem diminuído. Fundamentos não ajudam, mas ações são vistas como boa proteção cambial”;
  • Agro: “demanda menos elástica, recuperação parcial da produção brasileira e preços internacionais ainda elevados, assim como custos, pressionando margens. Etanol sofre política de preços de combustíveis na nova gestão, mas fim da desoneração é positiva”;
  • Autopeças: “ano começa fraco para pesados, com troca de modelo/emissão, com possibilidade de recuperação no segundo semestre. Veículos leves ainda têm demanda reprimida e alguns problemas de produção. A demanda externa em queda impacta exportações”, reforça;
  • Bancos: “evento “Americanas” parece ter esfriado o ambiente para crédito. Resultados do 4T mostraram mais provisões e mais inadimplência. Continuamos evitando os bancos estatais”.
  • Elétricas e Saneamento: “casos pré e pós-privatização são mais atraentes, mas ruídos políticos superam atratividade de ganhos de eficiência. Ambiente de excesso de oferta é preocupação e mudanças tributárias podem afetar o setor”;
  • Telecom: “telefonia é mais defensivo, provedores de internet não tem liquidez e são percebidos como arriscados, apesar de estarem cumprindo plano de negócios”;
  • Aéreas: “setor alavancado e sensível aos juros internacionais, expostas aos choques nos preços de petróleo e menor demanda local”, adverte;
  • Logística: “alavancadas ao crescimento e juros mais baixos, ações têm sofrido, apesar de players mais fortes estarem capturando participação de mercado”.
  • Consumo básico: “oferecem alguma proteção em cenário de renda menor, inflação e juros altos”, indica.
  • Educação: “perspectivas de programas de financiamento estudantil poderiam impulsionaram o setor, mas sustentabilidade do programa é questionável e setor é alavancado”;
  • Saúde: “consolidação é resposta para custos em alta e dificuldade de repasse, mas dificuldades de execução são relevantes. Juros altos por mais tempo impactam crescimento e, em alguns casos, alavancagem pode se tornar problema”;
  • Incorporadoras: “alavancado aos juros, renda e inflação. Construção popular tem condições de financiamento melhores e um programa sustentável, que poderia ser acelerado com alguma rapidez”;
  • Propriedades: “vendas e fluxo nos shoppings acima do pré-pandemia, mas juros altos deprimem valuations. Logística ainda tem demanda forte e vacância baixa, mas eventos de crédito no varejo podem afetar percepção sobre setor”.

Carteira Recomendada de Ações da EQI Research

Toda a análise setorial foi traduzida pela EQI Research na Carteira Recomendada de Ações, que é revisada mensalmente. Na carteira do mês de março de 2023 estão Vale (VALE3), WEG (WEGE3) e PRIO (PRIO3). 

 Para ver em mais detalhes todos os ativos da carteira. Baixe aqui a carteira recomendada de ações da EQI Research.

Como se posicionar frente ao preço das ações

“Se o Ibovespa estiver em cima da média, podemos montar uma carteira dividida entre 50% agressiva e 50% defensiva. Se subir 20% acima da média, a divisão ideal seria estar 25% posicionado de forma agressiva e 75% defensiva. Se o mercado subir 40% acima da média, zeramos a posição agressiva, mantendo 100% da carteira defensiva. Se a média cair, a lógica é a mesma”, explica Denys Wiese. 

gráfico balanceamento da estratégia na bolsa de valores: derivativos

Como está a bolsa hoje

A média do Ibovespa está em 108 mil pontos, com a bolsa operando 4% abaixo da média, não está nos 20%, que seriam os 86 mil pontos que indicariam uma estratégia mais agressiva. ”Nesse momento, o ideal seria estar posicionado em 50% de exposição direcional e 50% defensiva”, comenta Wiese. 

variação Ibovespa hoje

Formas de exposição à bolsa: operações estruturadas e capital protegido

Em momento de incerteza a respeito da queda ou subida de juros, o investidor deve usar instrumentos e estratégias para aproveitar as oportunidades.  

“O investimento em ações é como entrar em um ringue de boxe em que o investidor vai lutar contra um adversário muito forte. O primeiro objetivo é se defender. É com essa premissa que usamos os Derivativos que vem das ações para a montagem das operações estruturadas no sentido de ter resultados satisfatórios, protegendo o capital”, avalia Alexandre Furghestti.

Entenda o Smart Hedge 

O Smart Hedge é uma estratégia de alocação para diminuição de risco em períodos mais voláteis, sem abrir mão dos potenciais de valorização do mercado de renda variável.

Ele funciona para prevenir grandes perdas, mas também pode funcionar para ganhos quando os preços sobem com a valorização do mercado.

Assim, funciona como uma operação casada. Ou seja, ele permite definir lucro e prejuízo máximo da aplicação.

O investidor compra as ações e tem a segurança de que, em um cenário de queda, ele poderá vender as ações por valor equivalente ao que pagou no início da operação. Em caso de alta, o investidor participa até determinado limite, chamado de barreira.

Caso as ações superem esse limite em algum momento ao longo da operação, o ganho máximo fica travado em um nível inferior.

Como funciona o Smart Hedge na prática 

Imagine uma operação com prazo de 1 ano, em que fica estipulada barreira de 40,01% e ganho máximo de 14%.

Isso quer dizer que, neste caso, o investidor participa da alta da ação em até 40%. Caso as ações se valorizarem 30% e não tenham atingido em nenhum momento a barreira de alta, ele terá essa rentabilidade garantida.

Em contrapartida, se as ações superarem o limite de 40%, o ganho máximo fica limitado a 14% (atualmente muito próximo ao retorno da renda fixa). 

Veja abaixo um outro exemplo simulado de operação estruturada com as ações da Vale (VALE3):

tabela exemplo de operação smart hedge

Veja agora outros exemplos e patamares para as ações da Eletrobras (ELET3), Itaú Unibanco (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3), Petrobras (PETR4):

tabela exemplo de operações estruturadas: derivativos

“A operação de Smart Hedge é recomendada para todo investidor que deseja ter posição em bolsa como estratégia de alocação ou deseja aproveitar as condições de mercado para proteger as posições já em carteira, sem o risco de participar da desvalorização dos ativos”, finaliza Furghestti. 

Se você perdeu a live do Investidor Inteligente, pode assistir aqui: 

Aproveite o preço descontado das ações com a segurança dos Derivativos

Quer saber mais sobre Derivativos? Converse com um assessor da EQI Investimentos.