Um relatório recente da EQI Research destaca que a Cosan (CSAN3) vem ganhando destaque nas carteiras de investidores em busca de oportunidades sólidas de valorização de longo prazo. De acordo com a análise, movimentos corporativos recentes e a alta qualidade dos ativos da holding posicionam a empresa de forma privilegiada para capturar os benefícios do ciclo de juros em declínio no Brasil, reforçando a tese de valorização da Cosan. Em seu relatório, a casa de análise informa que a ação da empresa possui um desconto superior a 30%, tendo então potencial de valorização que chega a 70%.
“Negociando abaixo de 5x lucro para 2026, com plano de capitalização em curso, vemos Cosan com uma bela oportunidade de alocação de capital para capturar o movimento da taxa de juros brasileira nos próximos anos”, diz trecho do relatório da EQI Research.
Segundo o relatório, a empresa enfrentou desafios relacionados à sua estrutura de capital, considerada alavancada, e à complexidade do balanço da Raízen, uma de suas principais investidas. Inicialmente, a expectativa da EQI Research era de que uma solução viria “de baixo para cima”, começando por uma capitalização da Raízen.
No entanto, as pressões de mercado teriam antecipado o movimento, levando a própria Cosan a realizar uma capitalização com a entrada de novos sócios relevantes, como Perfin e BTG, em sua estrutura de controle.

Valorização da Cosan: novo fôlego
A EQI Research ressaltou que, na ocasião, a oferta foi vista como atraente devido ao preço descontado, reforçando o potencial de valorização da Cosan. A entrada desses investidores institucionais trouxe, na avaliação da casa de análise, um novo fôlego e credibilidade para a empresa.
A perspectiva para a Cosan melhorou de forma estrutural, conforme a análise. Um dos fatores centrais apontados para a valorização da Cosan é a expectativa de resolução do balanço da Raízen – seja pela queda dos juros, seja por uma futura oferta de capital de R$ 10 a 15 bilhões com a entrada de sócios estratégicos. A EQI Research avalia que esse desfecho deve atrair ainda mais investidores para o papel.
O relatório enfatiza que o valor da holding é lastreado principalmente pela qualidade de seus ativos, como a Rumo e a Compass, empresas que devem capturar de maneira significativa os benefícios do afrouxamento monetário. Este ambiente macroeconômico é apontado como um catalisador direto para a valorização da Cosan.
À medida que a curva de juros deve se consolidar em queda nos próximos anos, a EQI Research enxerga a Cosan como um alvo natural do mercado para capturar esse cenário. A combinação de uma estrutura de capital mais robusta, a resolução progressiva dos passivos da Raízen e a exposição a ativos resilientes forma uma base sólida para a valorização da Cosan de forma sustentada.
A EQI Research conclui que, embora os próximos movimentos da Raízen devam ser monitorados, a convicção em relação ao potencial da Cosan é crescente, projetando que a valorização da Cosan pode ser uma consequência lógica da reestruturação corporativa e do cenário econômico favorável.
Para investir na Cosan, é necessário abrir conta em uma corretora, como a EQI Investimentos, transferir os recursos para ela e, em seguida, acessar a plataforma de negociação (home broker) para adquirir ações da companhia pelo código CSAN3, definindo o preço e a quantidade desejada. Antes de aplicar seu dinheiro, é fundamental conhecer o modelo de negócios da Cosan e avaliar suas perspectivas de desempenho. Para isso, o investidor pode recorrer a relatórios de análise disponibilizados por corretoras, além das informações publicadas no próprio site da empresa.
Atualmente, as classificações de crédito da empresa são acompanhadas pelas agências S&P, Moody’s e Fitch. Nas seções de Endividamento e Ratings, é possível consultar a estrutura consolidada da dívida do grupo, seus níveis de alavancagem e as atualizações mais recentes atribuídas por cada uma dessas agências.
As informações financeiras da Cosan são encerradas, auditadas e divulgadas ao mercado em base trimestral, seguindo as regras e prazos estabelecidos pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), conforme a Instrução CVM nº 480, de 7 de dezembro de 2009.
A legislação vigente estabelece que as companhias abertas realizem suas assembleias de forma presencial, híbrida ou exclusivamente digital, garantindo, em qualquer formato, a possibilidade de utilização do boletim de voto à distância como meio para o exercício do direito de voto.
Em cada Assembleia Geral da companhia, seja ordinária ou extraordinária, é divulgado um edital de convocação, conforme previsto no artigo 124 da Lei das S.A. e na Instrução CVM nº 481/2009. O documento informa aos acionistas a data e o local da assembleia, a ordem do dia, as orientações para participação e voto, além da forma em que a reunião será realizada.
A reorganização da estrutura societária do Grupo Cosan, aprovada em Assembleia Geral Extraordinária em 22 de janeiro de 2021, consistiu na incorporação das sociedades de controle comum Cosan Limited e Cosan Logística pela Cosan S.A., que passou a atuar como a única holding do grupo.
Como foi o balanço no 2TRI25
A Cosan divulgou, em agosto, os resultados do segundo trimestre de 2025 (2TRI25), com prejuízo líquido de R$ 946 milhões. O número é significativamente maior do que a perda de R$ 227 milhões registrada no mesmo período do ano anterior, evidenciando um trimestre de forte pressão nos resultados.
O desempenho negativo foi influenciado, sobretudo, pela queda no resultado de equivalência patrimonial. Em 2024, a companhia havia se beneficiado de créditos tributários da Raízen (RAIZ4) e ganhos com desinvestimento na Vale (VALE3), efeitos que não se repetiram neste ano. Essa ausência foi parcialmente compensada pela melhora no resultado financeiro.
A receita operacional líquida consolidada atingiu R$ 10,478 bilhões, recuo de 2% em relação ao mesmo período do ano passado. O resultado reflete a menor geração de receita em negócios como Raízen e Moove, ainda que tenha sido atenuado pelo crescimento nas operações da Rumo (RAIL3) e pela estabilidade da Radar.
O EBITDA sob gestão, que contabiliza 100% do resultado ajustado das controladas, somou R$ 6,024 bilhões, queda de 17% em base anual. O recuo foi impactado principalmente pelo desempenho mais fraco da Raízen, afetada por menor moagem de cana, queda de produtividade agrícola e fatores pontuais no segmento de combustíveis na Argentina. Além disso, a Compass sofreu retração de margens e a Moove registrou menor volume de vendas.