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A carne está cara, e agora? Calma, dá até para ganhar dinheiro!

A carne está cara, e agora? Calma, dá até para ganhar dinheiro!

Nos últimos meses, os preços das carnes bovina, de frango e suína têm experimentado altas expressivas, impactando diretamente o bolso do consumidor.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do Brasil, tem apresentado um crescimento considerável ao longo do ano, com acumulado de mais de 4% até novembro de 2024.

No entanto, os preços das carnes estão subindo a uma taxa bem superior à do IPCA geral. A carne bovina, por exemplo, registrou aumentos de cerca de 15%, enquanto a carne suína e o frango também ultrapassaram os índices gerais de inflação, com aumento de 8% a 11% em diversos cortes.

Esses aumentos podem ser atribuídos a uma demanda bastante aquecida tanto no mercado interno quanto externo. Domesticamente, um cenário de desemprego em baixa e renda em alta (impulsionada pelos programas de transferência do governo) sustenta uma forte busca para o consumo de proteínas. Com a forte alta dos preços dos cortes bovinos, que são mais caros, temos visto uma migração dos consumidores para cortes de frango e porco.

Porém, o fator externo tem sido ainda mais relevante para os preços elevados. As exportações brasileiras de carne continuam robustas, especialmente para mercados como China, Japão e países da União Europeia. A alta demanda externa, aliada à desvalorização cambial do real em relação ao dólar, tem tornado a carne brasileira mais atraente no exterior, já que os compradores internacionais pagam em moeda forte. Esse movimento beneficia os produtores brasileiros, que preferem exportar para mercados mais lucrativos, reduzindo a oferta interna e, consequentemente, aumentando os preços no mercado doméstico. Com isso, temos visto as exportações das três principais proteínas do mercado crescendo de forma robusta ao longo de 2024, atingindo volumes comercializados recordes.

Preço da carne: qual a perspectiva?

Para entender a dinâmica de preços das proteínas, é importante ter primeiro uma visão do comportamento dos preços da carne bovina. Como corte mais premium entre as três, a carne bovina tende a ser a referência de preços para as carnes de frango e porco. Dificilmente, produtores dessas
duas proteínas conseguem praticar preços mais caros se a carne de boi estiver com preços baixos. Pois o consumidor acaba migrando para os cortes bovinos.

Dito isso, não vemos este cenário de preços elevados para proteínas mudando tão cedo. Diante de uma baixa disponibilidade de animais para abate nos EUA, que vê seu rebanho de gado no menor nível da história, os preços da carne norte americana seguem em patamares altíssimos. E como o ciclo pecuário é longo, ou seja, a recomposição do rebanho até atingir a idade de abate deve demorar, não vemos grande alívio em um horizonte de tempo curto.

Além disso, a recente desvalorização cambial do Real, que já se encontra em patamares próximos de R$ 6 por dólar, é extremamente positivo para a competividade das exportações brasileiras. Portanto, enxergamos as vendas internacionais continuando bastante aquecidas também no ano que vem.

No mercado interno, também não temos perspectivas de um arrefecimento de preços tão cedo. Após aproximadamente um ano e meio de alta disponibilidade de animais para abate (preços do boi gordo baixos), começamos a ver sinais de uma possível reversão de ciclo. Cotações do boi gordo já ultrapassam a marca de R$ 350 por arroba em diversas praças brasileiras. Isso também deve ajudar a sustentar os preços das carnes em patamares elevados.

Então, o que fazer?

Diante deste cenário, o consumidor que também seja um investidor atento, pode procurar refúgio em ações do setor de proteína animal. Na nossa bolsa temos quatro importantes frigoríficos que tendem a se
beneficiar deste momento de preços elevados, volumes robustos de exportação e câmbio desvalorizado.

No entanto, a empresa que mais gostamos é a JBS. Como uma das maiores empresas do setor de proteína animal do Brasil e do mundo, a JBS é a companhia mais diversificada do setor. Com um portfólio de produtos que inclui carne bovina, de frango, suína, pescados e produtos processados, possui também alta diversificação geográfica, produzindo a partir de localidades distintas e nos principais mercados do mundo para cada uma das proteínas.

Isso confere para a JBS, em nossa visão, um posicionamento único dentro da indústria em termos de vantagens competitivas e mitigação de riscos relacionados aos ciclos das commodities. Por exemplo, hoje sua operação nos EUA está sofrendo com margens comprimidas já que o custo de aquisição do boi gordo está muito elevado. No entanto, dado sua diversificação, a companhia tem conseguido excelentes resultados em sua operação de bovinos no Brasil, bem como nas operações de carne de frango e porco.

Assim, ainda que todo este momento positivo que estamos enxergando para o setor se modifique antes do esperado, é improvável que a companhia sofra em todas as suas operações. O que traz uma segurança grande para sua geração de caixa.

Conforme falamos, a companhia tem se aproveitado tanto do aumento das exportações quanto do fortalecimento do dólar. Com uma presença significativa nos mercados internacionais e um portfólio diversificado, incluindo carne bovina, de frango e suína, a JBS tem conseguido ampliar suas margens de lucro e geração de caixa, refletindo na valorização de suas ações na bolsa de valores.

Nos últimos 12 meses, as ações de JBS já acumulam uma alta de quase 60%. Apesar disso, ainda enxergamos um potencial de valorização para as ações de 32%. Além do mais, com todo esse momento favorável e forte geração e caixa, a companhia tem se tornado uma boa pagadora de dividendos, oferecendo atualmente um rendimento de dividendos para o seu acionista de mais de 6%.

Resumindo, as ações da JBS têm se mostrado uma boa opção de proteção contra a alta de preços dos alimentos e a desvalorização cambial para o investidor, já que a empresa se beneficia tanto da alta demanda por suas exportações quanto da depreciação do real. Além disso, a empresa continua a expandir suas operações e a consolidar sua posição no mercado global, o que pode gerar retornos atraentes no médio e longo prazo, mesmo em um ambiente de inflação elevada e custos de produção mais altos no Brasil.

Por Tiago Maciel, analista CNPI da EQI Research

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