O BTG Pactual (BAPC11) reiterou a recomendação de compra para as ações do Itaú (ITUB4) após a divulgação dos resultados do primeiro trimestre de 2025. Na avaliação do banco, o desempenho foi forte e de alta qualidade, com destaque para o lucro em linha com as expectativas e um balanço considerado robusto.
O lucro líquido recorrente do Itaú somou R$ 11,1 bilhões no período, representando alta de 2% em relação ao trimestre anterior e de 14% na comparação anual. O retorno sobre patrimônio (ROE) foi de 22,5%. Já o lucro antes dos impostos (EBT), considerado pelo BTG um melhor indicador do “poder de lucro”, cresceu 6,5% no trimestre e 16% em relação ao mesmo período de 2024, superando em 5% a estimativa do banco.
Segundo o BTG, a qualidade dos números do demonstrativo de resultados e do balanço surpreende positivamente, mesmo diante de expectativas já elevadas. O relatório também destaca a solidez nos indicadores de inadimplência e provisões sob a nova Resolução 4.966 do Banco Central, que reforçaram a resiliência da carteira de crédito do banco.
Itaú (ITUB4): inadimplência de 90 dias cai para 2,3%
A inadimplência acima de 90 dias caiu 10 pontos-base, para 2,3%, enquanto a inadimplência de pequenas e médias empresas (PMEs) recuou para 1,6%. As provisões para perdas com crédito atingiram R$ 8,5 bilhões, estáveis em relação ao trimestre anterior e representando cerca de 120% da formação de novos créditos inadimplentes (NPLs), que totalizaram R$ 7,7 bilhões no trimestre.
Do lado da receita, a margem financeira com clientes cresceu 3% no trimestre, totalizando R$ 29,4 bilhões, em linha com as expectativas. A carteira de crédito expandida teve alta de 9% em relação ao ano anterior, com destaque para o crédito imobiliário (+5%) e crédito pessoal (+2%). O resultado da tesouraria também foi positivo, com a margem financeira de mercado chegando a R\$ 923 milhões, superando projeções.
As receitas com serviços, por outro lado, recuaram 4% em relação ao trimestre anterior, impactadas por sazonalidade e mudanças regulatórias, ficando em R$ 11,2 bilhões. Ainda assim, houve crescimento de 3,5% na base anual.
As despesas operacionais caíram 5,5% no trimestre, ficando 2,5% abaixo das estimativas, favorecidas por menores gastos com pessoal, marketing e consultoria. O índice de eficiência consolidado ficou em 38,1% e, no Brasil, atingiu 36%, o melhor da história do banco.
O capital CET1 encerrou o trimestre em 12,6%, após distribuição adicional de juros sobre capital próprio e dividendos. O ROE no Brasil ajustado para o nível de capital alvo do banco (11,5%) seria de 26%, acima da média dos concorrentes.
banco ainda ressaltou que, apesar de a ação estar negociada próxima de 2 vezes o valor patrimonial e ter subido 32% no acumulado do ano, os fundamentos continuam sólidos e há espaço para revisões positivas nas estimativas do mercado. O Itaú segue como a principal escolha do BTG entre os bancos brasileiros.
Como foi o balanço do 1TRI25
O Itaú encerrou o primeiro trimestre de 2025 (1TRI25) com um lucro líquido atribuível aos acionistas controladores de R$ 10,7 bilhões, um aumento de 6,6% em comparação ao mesmo período do ano anterior, quando o resultado foi de R$ 10,0 bilhões.
O resultado recorrente, que exclui efeitos não recorrentes, atingiu R$ 10,5 bilhões, com crescimento de 7,1% ante os R$ 9,8 bilhões do primeiro trimestre de 2024. Esse indicador é considerado um termômetro mais preciso da saúde financeira contínua do banco.