O banco BTG Pactual ($BPAC11) manteve recomendação neutra para a Vale (VALE3), com preço-alvo de US$ 11. O relatório do banco de investimentos foi feito após uma conferência com investidores em Londres. Na ocasião, o diretor de Relações com Investidores e Joint Ventures da empresa, Thiago Lofiego, apresentou os principais progressos recentes, incluindo mudanças na administração, melhorias nas relações institucionais, evolução no caso Samarco, estabilização das operações de minério de ferro, redução de custos, cortes em investimentos e distribuição de dividendos extraordinários.
Em seu relatório, o banco avaliou que a $VALE3 mantém uma visão construtiva sobre o mercado de minério de ferro, com expectativas de que os preços permaneçam acima de US$ 100 por tonelada no curto prazo, impulsionados pela demanda chinesa e restrições sazonais na oferta.
No entanto, desafios relacionados ao acordo da Bamin e a prioridade da Vale em retornos aos acionistas foram apontados como questões a serem acompanhadas. Apesar dos avanços, a incerteza sobre o mercado de minério e a menor geração de fluxo de caixa livre (FCF) da companhia, em comparação a concorrentes, justificam a recomendação neutra para as ações da empresa.
Vale (VALE3): minério de ferro encontra suporte forte na faixa de US$ 90-100/t
O relatório diz que os preços do minério de ferro estão superando expectativas, impulsionados pelo aumento da atividade nos altos-fornos da China, pela oferta restrita sazonalmente na Austrália e no Brasil e pela leve redução dos estoques portuários. A Vale prevê que os preços continuarão acima de US$ 100/t no curto prazo, alinhando-se com a média das projeções de mercado.
Além disso, a empresa acredita que a Índia pode reduzir a oferta marítima em 10 a 20 milhões de toneladas por ano caso os preços caiam para a faixa dos US$ 90/t, o que ajudaria a equilibrar o mercado, de acordo com o banco de investimentos.
Mesmo com previsões pessimistas para a demanda chinesa, a Vale observa que as exportações de aço do país seguem elevadas, acima de 100 milhões de toneladas por ano, contrariando expectativas de queda. Quanto a tarifas e disputas comerciais, ainda não há sinais de mudanças significativas nos fluxos de comércio. Sobre o projeto Simandou, a companhia projeta que 2026 será um ano de transição, com desafios logísticos limitando uma oferta relevante no mercado marítimo.
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Estratégia de alocação de capital
A Vale mantém sua estratégia conservadora na alocação de capital, com baixa propensão a fusões e aquisições, investimentos reduzidos em crescimento e foco na desalavancagem moderada, enquanto retorna a maior parte do fluxo de caixa aos acionistas. A companhia pretende reduzir sua dívida líquida de US$ 16,5 bilhões para cerca de US$ 15 bilhões ainda neste ano.
Recentemente, a empresa anunciou um programa de recompra de 130 milhões de ações e um dividendo adicional de US$ 500 milhões, o que surpreendeu o mercado. Para o futuro, a Vale afirmou que seu rendimento de dividendos deve permanecer em um nível competitivo, próximo de 10%, mesmo com os preços do minério de ferro na faixa dos US$ 95/t.
Balanço da Vale (VALE3) despenca 64% no 4TRI24
A Vale registrou uma queda de 64% no lucro líquido do quarto trimestre do ano (4TRI24) ao atingir US$ 872 milhões ante US$ 2,425 bilhões do mesmo período do ano anterior. No terceiro trimestre de 2023, o lucro havia atingido US$ 2,433 bilhões. Já ao considerar o resultado atribuível aos acionistas, há prejuízo de US$ 694 milhões ante lucro de US$ 2,4 bilhões do mesmo trimestre do ano anterior.
O lucro líquido acumulado de 2024, chegou a US$ 7,772 bilhões contra US$ 8,023 bilhões do ano anterior, tendo uma retração de 3%.
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