A Rede D’Or (RDOR3) aprovou uma das maiores distribuições de dividendos já registradas entre as companhias listadas na B3 ($B3SA3) em 2025, reforçando a estratégia de retorno elevado ao acionista em meio às mudanças no regime tributário brasileiro. A decisão do Conselho de Administração prevê um pacote que soma R$ 8,1 bilhões, equivalente a um yield de 7,9%, com a maior parte dos pagamentos concentrada ainda neste ano.
Do total aprovado, R$ 400 milhões serão pagos na forma de juros sobre capital próprio, enquanto R$ 5,62 bilhões correspondem a dividendos intermediários, ambos com liquidação em 30 de dezembro de 2025. Outros R$ 2,1 bilhões foram destinados a dividendos intercalares, com pagamento previsto apenas para dezembro de 2026. Considerando os R$ 1,35 bilhão já distribuídos em JCP ao longo do ano, o retorno total em caixa aos acionistas da companhia em 2025 alcança R$ 9,47 bilhões, o que representa um yield de 9,2%.
Segundo relatório do banco BTG Pactual (BPAC11), o montante aprovado superou as expectativas do mercado. Analistas vinham projetando uma distribuição extraordinária mais contida, abaixo de R$ 5 bilhões, diante da preocupação com os níveis de alavancagem financeira. A decisão por um payout mais agressivo foi interpretada como um sinal claro de confiança da administração na previsibilidade e na resiliência da geração de caixa futura da companhia.
“Além disso, ao anunciar dividendos dessa magnitude, a Rede D’Or sinaliza elevada confiança em sua capacidade de gerar fluxo de caixa livre robusto nos próximos anos. Estimamos mais de R$ 5 bilhões em fluxo de caixa livre ao acionista no próximo ano, com expectativa de redução gradual da alavancagem, apoiada pela expansão do EBITDA tanto no segmento hospitalar quanto no de seguros”, diz o BTG.
Rede D´Or: estratégia diferenciada
A estratégia da Rede D’Or também se diferencia pelo cronograma de pagamentos. Em meio às incertezas jurídicas envolvendo a nova Lei 15.270, que institui a tributação de dividendos a partir de 2026, a companhia optou por antecipar a maior parte das distribuições para 2025. Enquanto outras empresas têm aprovado dividendos agora para pagar nos próximos anos, a RDOR adotou uma postura mais conservadora em relação ao risco tributário, concentrando os desembolsos no curto prazo, segundo o BTG.
Como consequência, a alavancagem financeira líquida da companhia deve subir temporariamente, com a relação dívida líquida/EBITDA alcançando cerca de 2,1 vezes, ante 1,54 vez atualmente. Ainda assim, o impacto não é visto como um limitador relevante para a estratégia de crescimento. A Rede D’Or encerrou o terceiro trimestre com aproximadamente R$ 25 bilhões em caixa, além de manter amplo acesso ao mercado de capitais e forte credibilidade junto aos investidores.
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Na avaliação do mercado, a robusta distribuição de dividendos não compromete as perspectivas de investimento da companhia, que seguem apoiadas pela expansão operacional nos segmentos hospitalar e de seguros. Com expectativa de geração superior a R$ 5 bilhões em fluxo de caixa livre ao acionista no próximo ano e redução gradual da alavancagem, a empresa mantém preservadas suas opções estratégicas, incluindo possíveis movimentos de fusões e aquisições.
Diante desse cenário, a Rede D’Or continua figurando entre as principais recomendações do setor de saúde, com os dividendos extraordinários funcionando como mais um catalisador em um conjunto mais amplo de fatores positivos, que inclui melhora de resultados, ambiente de juros mais favorável e novas oportunidades de crescimento orgânico e inorgânico, diz o relatório BTG.
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