As ações da ISA Energia (ISAE4) disparam no pregão desta segunda-feira (15), refletindo uma mudança relevante na percepção de risco-retorno do papel. Por volta das 13h20, os papéis avançam 5,78%, movimento que ocorre após o mercado passar a precificar uma assimetria positiva até então ignorada em relação ao setor elétrico.
Na avaliação que circula entre investidores, a ISA Energia reúne hoje uma combinação pouco comum: ativos defensivos, geração de caixa previsível e uma série de potenciais catalisadores que ainda não estão totalmente refletidos no valuation.
O resultado é uma ação que vinha ficando para trás em relação aos pares, mas que começa a chamar atenção justamente pelo que o mercado não estava precificando.
O novo preço-alvo para o fim de 2026 foi elevado de R$ 26,50 para R$ 30, o que implica um potencial de retorno total próximo de 20%. Ainda assim, o ponto central da reavaliação não está apenas no preço, mas na leitura de que existem fatores capazes de destravar valor adicional relevante.
Onde está a assimetria que o mercado começou a enxergar na ISA Energia?
Segundo a análise, a assimetria de risco para cima decorre de três frentes principais — regulação, litígios e cenário macroeconômico — que, somadas, representam mais de 35% do valor presente líquido (VPL) da companhia.
No campo regulatório, a discussão gira em torno de investimentos realizados no passado que não teriam sido adequadamente remunerados. A expectativa é de que essas revisões possam gerar cerca de R$ 500 milhões em VPL adicional para a companhia, funcionando como um ajuste retroativo relevante na base de ativos.
Já no front jurídico, o principal ponto está nas negociações em andamento com o governo do Estado de São Paulo relacionadas a custos associados a fundos de pensão — o chamado caso “Sefaz”. Esse tema, considerado um dos principais vetores de assimetria, pode representar entre 23% e 33% do VPL da ISA Energia, dependendo do desfecho das tratativas.
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O terceiro pilar está no cenário macro. A companhia tende a se beneficiar diretamente de um ambiente de juros mais baixos. A cada redução de 100 pontos-base na Selic, o lucro por ação estimado para os anos de 2026 e 2027 pode crescer cerca de 3%.
Além disso, a ISA Energia vem alongando a duração do seu fluxo de caixa — estimada em nove anos — por meio de crescimento orgânico e aquisições, característica que favorece empresas em ciclos de queda de juros reais.
Apesar da melhora no sentimento, os riscos seguem no radar. A alavancagem financeira ainda é elevada, com projeção de aproximadamente quatro vezes a relação entre dívida líquida e Ebitda no período entre 2026 e 2029.
Outro ponto de atenção é a participação de 21% da Axia Energia (AXIA3), que pode gerar pressão vendedora adicional, dado o histórico de comentários sobre possíveis desinvestimentos.
Mesmo com esses desafios, a leitura que começa a ganhar força no mercado é a de que parte relevante dos riscos já está no preço — enquanto os gatilhos positivos seguem, em grande medida, fora dele. É justamente essa assimetria que explica o movimento expressivo das ações no pregão e recoloca a ISA Energia no radar dos investidores.
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