O BTG Pactual (BPAC11) mantém recomendação de compra para Petrobras (PETR4), com preço-alvo de R$ 44, destacando que a estatal pode oferecer dividendos acima do que o mercado atualmente precifica a partir de 2026.
No relatório assinado por Bruno Henriques, Luiz Carvalho e Gustavo Cunha, o banco afirma que mantém uma visão fora do consenso sobre a companhia. A avaliação considera uma “assimetria positiva” em relação ao atual Plano de Negócios, que projeta Brent a US$ 83 por barril, acima da média anual observada, próxima de US$ 70. Para os analistas, esse cenário combinado com maior produção e menores capex e opex pode resultar em geração de caixa mais robusta e, consequentemente, em dividendos adicionais.
Segundo os cálculos do BTG, cada redução de US$ 1 bilhão em investimentos ou custos operacionais poderia aumentar em cerca de 0,5 ponto percentual o dividend yield de 2026. Por outro lado, os desembolsos previstos para 2025, de aproximadamente US$ 2,5 bilhões — sendo US$ 1,5 bilhão destinados ao etanol e US$ 1 bilhão aos compromissos de leilão do pré-sal — devem reduzir o yield estimado do próximo ano em 1,2 ponto, para 8,0%.

BTG mantém recomendação de compra para Petrobras: plano de negócios pode ter validade limitada por ciclo eleitoral
O banco também vê o Plano de Negócios 2026–2030 como um marco importante, embora ressalte que sua validade poderá ser limitada pelo ciclo eleitoral. Nesse sentido, aponta que a Petrobras pode se tornar cada vez mais um ativo sensível ao ambiente político. Maior clareza fiscal e estabilidade macroeconômica poderiam reduzir o custo de capital da empresa, destravando uma valorização adicional.
No front internacional, a perspectiva da Agência Internacional de Energia (IEA) de crescimento da demanda de 2,7 milhões de barris por dia em 2025 e 2,1 milhões em 2026 reforça o pano de fundo positivo para os preços do petróleo. O BTG lembra ainda que riscos geopolíticos podem sustentar as cotações. Para a Petrobras, cada alta de US$ 5 no Brent adicionaria cerca de 1,3 ponto percentual ao dividend yield.
Os analistas concluem que a confiança na sustentabilidade dos dividendos será o primeiro catalisador para uma reavaliação do valuation. Segundo o banco, se a Petrobras convergir para os múltiplos de pares regionais, que hoje negociam com prêmio de aproximadamente 20% em relação ao EV/EBITDA, o valor de mercado da estatal poderia avançar cerca de 30% frente aos níveis atuais.
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