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Banco do Brasil cai e é ação mais negociada do dia, com receio de novas sanções dos EUA

Banco do Brasil cai e é ação mais negociada do dia, com receio de novas sanções dos EUA

As ações do Banco do Brasil (BBAS3) registram nesta terça-feira (2) a maior queda do Ibovespa, recuando 3,27%, a R$ 20,40, no pregão. Os papéis também são os mais negociados do dia, em um movimento de forte aversão ao risco por parte dos investidores.

A queda ocorre em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de mais sete réus pelo Supremo Tribunal Federal (STF), acusados de envolvimento em uma suposta tentativa de golpe de Estado. O clima de incerteza ganhou intensidade após relatos de que o governo de Donald Trump estuda ampliar sanções contra autoridades brasileiras e, possivelmente, contra o próprio Banco do Brasil.

“Desde que as sanções da Lei Magnitsky recaíram sobre o Ministro Alexandre de Moraes, os investidores estão apreensivos de como isso poderia afetar instituições financeiras brasileiras. O que saiu para o mercado é que o governo Trump busca novas medidas contra o Brasil, e que o Banco do Brasil poderia ser um do alvos. Apesar de sempre vinculado a fontes anônimas e sem maior detalhamento de como isso aconteceria, o boato já foi suficiente para criar temor nos investidores, já muito machucados pelo momento muito ruim que o Banco do Brasil passa com seus resultados impactados pelas inadimplências”, avalia Nícolas Merola, analista da EQI Research. 

Recentemente, as ações do Banco do Brasil deixaram as carteiras recomendadas da casa de análise, diante do que os analistas acreditam ser um processo de deterioração nos resultados do banco – e você confere, aqui, a análise que detalha a decisão.

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Sanções ao Banco do Brasil: O fator Moraes e a Lei Magnitsky

O temor dos investidores é de que a instituição estatal seja incluída em um novo pacote de penalidades norte-americanas, devido à sua relação com o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo contra Bolsonaro no STF. Moraes já é alvo da chamada Lei Magnitsky, legislação que autoriza os Estados Unidos a impor sanções globais, congelar ativos e restringir a entrada de indivíduos considerados envolvidos em violações de direitos ou corrupção.

Segundo apuração da CNN, o Departamento do Tesouro norte-americano estuda medidas desde 18 de agosto, após o ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmar que o Brasil não cederia à pressão externa. A situação se agravou quando Moraes teve um cartão de crédito de bandeira americana cancelado e, em seguida, recebeu do Banco do Brasil um cartão Elo.

“A decisão sobre sanções cabe exclusivamente aos Estados Unidos, e nenhum tribunal estrangeiro pode anulá-las ou proteger indivíduos das consequências”, publicou a embaixada americana no X (antigo Twitter).

Impacto no mercado financeiro

A perspectiva de novas punições aumentou a volatilidade do setor bancário na B3. Um levantamento da Elos Ayta Consultoria mostra que, desde agosto, os principais bancos listados – Itaú, Bradesco, Santander, BTG e Banco do Brasil – perderam juntos R$ 41,98 bilhões em valor de mercado. Do total, R$ 7,25 bilhões correspondem apenas ao BB.

Em nota, o Banco do Brasil afirmou que atua “em conformidade com a legislação brasileira e internacional” e que está “preparado para lidar com temas complexos”. O comunicado, no entanto, não foi suficiente para conter as especulações no mercado.

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