Como viver de renda?
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Ações
Notícias
B3 retira Azul de seus índices após pedido de recuperação judicial nos EUA

B3 retira Azul de seus índices após pedido de recuperação judicial nos EUA

A B3 anunciou que excluirá as ações da Azul S.A. ($AZUL4) de todos os seus índices, conforme as normas do Manual de Definições e Procedimentos dos Índices da B3. A decisão foi tomada após a companhia aérea protocolar um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, sob o regime do Chapter 11, conforme Fato Relevante divulgado em 28 de maio de 2025.

As ações da Azul deixarão de compor os seguintes índices: IGCX, IBXX, IGCT, IBRA, IVBX, ISEE, ITAG, SMLL, IBXL, IDVR, IBHB, IBBR, IBEP, IBEW, IBBE, IBBC e IBOV.

A exclusão será efetivada ao preço de fechamento do pregão regular de 29 de maio de 2025. A participação da empresa será redistribuída proporcionalmente entre os demais ativos das carteiras, com os devidos ajustes nos redutores.

B3 exlui Azul de índices: recuperação judicial e plano de reestruturação

A Azul entrou com um processo voluntário de recuperação judicial nos EUA e garantiu um financiamento DIP (debtor-in-possession) de aproximadamente US$ 1,6 bilhão. O plano de reestruturação inclui a eliminação de mais de US$ 2 bilhões em dívidas.

O processo conta com o apoio de stakeholders estratégicos, como United Airlines, American Airlines e a arrendadora AerCap. O objetivo da companhia é reestruturar sua base de capital frente aos impactos da pandemia de COVID-19, desafios macroeconômicos e problemas na cadeia de suprimentos do setor aéreo.

Apoio de parceiros estratégicos

A United Airlines e a American Airlines demonstraram confiança na reestruturação da Azul, com possibilidade de aporte adicional de até US$ 300 milhões. Já a AerCap, principal credora de leasing da empresa, firmou um acordo formal de apoio ao processo.

“A United começou sua parceria com a Azul em 2014 e investiu na companhia em 2015. Já conectamos centenas de milhares de passageiros desde então”, afirmou Andrew Nocella, vice-presidente executivo da United. Stephen Johnson, da American Airlines, reforçou a confiança no plano e destacou os benefícios esperados para o setor aéreo brasileiro.

Finanças durante o Chapter 11

O financiamento DIP será usado para refinanciar dívidas existentes e garantir cerca de US$ 670 milhões em nova liquidez. Está prevista também uma oferta de subscrição de ações de até US$ 650 milhões, com garantia firme de investidores.

“Esses acordos representam um passo importante na transformação da Azul”, afirmou John Rodgerson, CEO da companhia. Segundo ele, o processo permitirá a criação de uma empresa aérea mais forte, resiliente e competitiva.

Operações mantidas e compromisso com clientes

Apesar do pedido de recuperação judicial, a Azul assegurou a continuidade normal de suas operações. Todos os bilhetes emitidos, pontos do programa de fidelidade e benefícios aos clientes serão mantidos, assim como os compromissos com funcionários e fornecedores.

A companhia opera cerca de mil voos diários para mais de 150 destinos, com uma frota de mais de 180 aeronaves e um time de mais de 15 mil colaboradores. Em 2023, foi reconhecida pela Cirium como uma das duas companhias aéreas mais pontuais do mundo.

Supervisão e transparência no processo

Para garantir transparência na reestruturação, a Azul formou um comitê independente especial responsável por supervisionar negociações, financiamentos e os trabalhos dos assessores envolvidos.

A empresa conta com assessoria jurídica dos escritórios Davis Polk & Wardwell, White & Case e Pinheiro Neto Advogados, e apoio financeiro da FTI Consulting e Guggenheim Securities.

Com o pedido de Chapter 11, a Azul também anunciou a suspensão das projeções financeiras anteriormente divulgadas para o ano de 2025.