Um dia após a repercussão da possibilidade de a Azul (AZUL4) solicitar recuperação judicial nos EUA sob o Chapter 11, suas ações operam em queda de 0,55%, cotada a R$ 5,47 às 12h45.
Na noite de ontem (29), a Azul divulgou uma nota informando que a recuperação judicial está fora de cogitação no momento.
A empresa diz que está envolvida em negociações construtivas com os arrendadores para encontrar uma solução para US$ 570 milhões em passivos relacionados a aeronaves.
Além disso, a Azul mencionou outras iniciativas para fortalecer sua posição de liquidez, o que pode resultar em um influxo total de caixa de quase US$ 1,3 bilhão nos próximos meses, incluindo US$ 800 milhões em novos títulos, US$ 209 milhões provenientes de um empréstimo do Fundo Garantidor de Infraestrutura (ABGF) e US$ 300 milhões da FNAC.
O mercado está reagindo à situação da Azul, com as principais casas de análise publicando relatórios para esclarecer o cenário envolvendo a $AZUL4.
BTG continua preocupado com a AZUL4 e reitera recomendação neutra
No relatório que explica a situação da Azul, o BTG Pactual ($BPAC11) resume as informações divulgadas pela agência de notícias Bloomberg, que podem ser consultadas com mais detalhes aqui.
Os analistas do maior banco de investimentos da América Latina destacam que os resultados do segundo trimestre de 2024 (2TRI24) ainda causam preocupação devido à alavancagem financeira, com o aumento das taxas de câmbio elevando a relação dívida líquida/EBITDA para 4,5x.
“Após os resultados do segundo trimestre, rebaixamos a recomendação da ação para neutra devido ao aumento dos riscos de alavancagem. Acreditamos que a ação deve permanecer sob pressão no curto prazo, ou pelo menos até que haja mais clareza sobre a gestão de passivos”, acrescentam.
O BTG ressalta que a questão das conversões de leasing tornou-se uma preocupação, especialmente com o término do período de lock-up. “Os termos atuais dos contratos de leasing refletem um ambiente mais favorável do que o atual, com o preço de exercício acordado de R$ 36 bem acima do preço de mercado atual”, explica o banco de investimentos.
Segundo os analistas, embora a Azul tenha experiência em reestruturar pagamentos de leasing, a falta de clareza sobre os novos termos e condições levanta preocupações.
O relatório observa que “uma oferta subsequente aos preços atuais seria dilutiva” e sugere que a empresa pode estar considerando uma possível aquisição da Gol ($GOLL4), o que poderia alterar os parâmetros de valuation.
No entanto, a “clareza sobre essas condições é baixa”, conforme mencionado pelos analistas.
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Notícias positivas também estão em pauta
Contudo, nem todas as notícias são negativas. O BTG também discute as negociações em curso com o governo sobre um programa de ajuda financeira para o setor aéreo.
A Câmara dos Deputados aprovou o financiamento do Fundo Nacional de Aviação Civil (FNAC), que deve ser sancionado pelo presidente Lula nos próximos dias. A proposta prevê um orçamento anual de aproximadamente R$ 5 bilhões para o FNAC.
Por que o BTG se mantém neutro com a Azul?
Apesar das perspectivas positivas, o BTG Pactual mantém a recomendação Neutra para as ações da Azul devido às incertezas persistentes.
O relatório destaca que “os problemas de alavancagem da Azul provavelmente continuarão pressionando a ação” e que o mercado continuará a monitorar atualizações sobre uma possível reestruturação da dívida e o impacto da diluição potencial.
Em meio a essas incertezas e alta alavancagem, a recomendação permanece Neutra.
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