O cenário econômico tem sofrido com diversas dificuldades: elevação dos juros, tanto no Brasil quanto no exterior, inflação em alta de forma global entre outros fatores. Daí fica a pergunta sobre como o venture capital no cenário atual pode superar essas dificuldades e quais as melhores formas de investir.
Para debater o tema, a Money Week recebeu nesta quinta-feira (10) Laura Constantini, Co-Fundadora Astella Investimentos. O painel teve a moderação de Luiz Razia, apresentador do Auto Esporte, da TV Globo.
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Venture Capital: o começo no mercado
A co-fundadora da Astella explicou como foi sua entrada no mercado de venture capital. Ela disse que sua carreira teve início no mercado financeiro, primeiro no banco Garantia, comprado posteriormente pelo Credit Suisse, e depois no Santander. Ela migrou para a área de venture entre os anos de 2007 e 2008.
“Estava cobrindo empresas de telecom quando migrei para a venture e me apaixonei por esse movimento de inovação e empreendedorismo. No início, houve muita dificuldade, o ecossistema do mercado era ainda pouco maduro, mas já dava sinais de que alguma coisa grande viria pela frente”, explicou.
Ela disse ainda que dessa época ficou uma lição, como por exemplo a importância de que o preponderante não é a quantidade de empresas e sim a magnitude de como o investimento terá impacto na trajetória de sucesso.
Completou dizendo que muitas vezes, 20% das companhias do portfólio garantem o retorno de um fundo como um todo e que nos demais casos podem ocorrer saídas intermediárias dos investimentos.
“O jogo é fazer um portfólio para acertar com poucos e ter um retorno explosivo”, completou.
Como funciona a montagem do portfólio
Constantini disse também que a decisão de investimentos leva em consideração alguns critérios de seleção. Um deles é avaliar modelos de negócios que já geram recursos, onde é possível fazer uma escalabilidade desse modelo, considerando principalmente como é a questão do canal de distribuição do serviço ou produto – algo considerado fundamental para ela.
“Toda startup surge para endereçar o problema de seus clientes. A questão é: no começo do funcionamento da empresa, não há indícios de como aquele produto vai resolver o problema que os empreendedores identificaram. É preciso fazer uma avaliação sobre qual segmento está mais propenso a consumir um produto que ainda está em testes, para que ao interagir, aqueles empreendedores possam entender o que é preciso melhorar. O canal de distribuição tem de dar sinais de que funciona”, comentou ela.
A co-fundadora do fundo disse ainda que um ponto muito importante para a startup é entender de forma profunda o cliente que ela vai atender. E tendo um alto conhecimento dos problemas que esse cliente precisa resolver, fica mais ágil montar uma solução que atenda de forma mais adequada.
“O grande diferencial das startups, não é o produto em si, mas a visão de como ela consegue endereçar os problemas dos clientes, principalmente no canal de distribuição, e fazer com que chegue ao maior número de pessoas possível”, disse ela.
Como os juros impactam e os cuidados ao investimento
A executiva comentou ainda que o venture é uma classe de ativos que tem um risco maior, porém a taxa de retorno também pode ser maior. O diferencial de uma carteira de ativos é aquela que consegue trazer um retorno adicional ao investidor.
E para cada estratégia ou apetite maior ao risco, a venture vai alocando mais ou menos recursos. Assim, o venture capital pode ser uma opção adicional em cenário de taxa de juros mais alta, quando os empréstimos bancários começam a ficar mais restritos.
Com relação aos cuidados a serem tomados pelos investidores, Constantini afirmou que o investidor precisa pensar em um portfólio de uma composição de diversos ativos de classes diferentes e uma participação pequena do venture que possa ir aumentando conforme o investidor possua mais recursos.
“Toda atividade de empreendedores nasce para solucionar um problema. Em um cenário de pandemia, por exemplo, o que interessou mais ao mercado foi a capacidade de uma empresa em trazer um modelo que atendesse o problema desse momento. Outro exemplo: a boa vontade o Banco Central em trazer novas alternativas ao mercado financeiro e o open finance, possibilitou o boom das fintechs”, complementou ela.
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Acompanhe na íntegra o painel Venture capital no cenário atual no vídeo abaixo:
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