Os títulos indexados à inflação podem ser aliados poderosos de quem investe pensando no longo prazo. Em simulação feita pelo portal EuQueroInvestir, um aporte único de R$ 100 mil no Tesouro IPCA+ 2050 nesta quinta-feira (18), mantido até o vencimento, pode se transformar em R$ 1,46 milhão líquidos – já descontados impostos e taxas.
O investimento teria uma rentabilidade líquida de 11,43% ao ano, com rendimento bruto de 12,26% ao ano. No período, o valor bruto de resgate seria de R$ 1,76 milhão, mas após o desconto do Imposto de Renda e da taxa de custódia, o montante final chegaria a pouco mais de R$ 1,46 milhão.
Invista R$ 100 mil, resgate mais de R$ 1 milhão: O que é o Tesouro IPCA+
O Tesouro IPCA+ é um título público híbrido, que combina duas formas de remuneração:
- Taxa fixa (prefixada): definida no momento da compra;
- Correção pela inflação (IPCA): que garante a preservação do poder de compra.
Na prática, isso significa que o investidor recebe uma taxa real, sempre acima da inflação. Por exemplo: se o título paga IPCA + 5% ao ano e a inflação for de 4%, o retorno será de 9% ao ano. Se a inflação subir para 6%, a rentabilidade sobe para 11%.
Esse mecanismo faz do Tesouro IPCA+ uma das alternativas mais seguras e eficientes para quem deseja planejar a aposentadoria, grandes objetivos financeiros ou simplesmente proteger o patrimônio da perda causada pela inflação.
Quando vale a pena investir?
Especialistas apontam três momentos estratégicos para incluir o Tesouro IPCA+ na carteira:
- Planejamento de longo prazo: ideal para aposentadoria ou reserva para os filhos.
- Cenários de alta inflação: protege contra a perda do poder de compra.
- Diversificação da carteira: equilibra investimentos pós-fixados e prefixados.
Além disso, títulos de prazos longos, como o Tesouro IPCA+ 2050, oferecem a possibilidade de ganhos adicionais pela marcação a mercado – valorização antecipada quando há queda nas taxas de juros.
Não é só no Tesouro Direto: outras opções atreladas ao IPCA
Embora o Tesouro IPCA+ seja o mais seguro, existem alternativas no mercado com a mesma lógica de remuneração:
- Debêntures incentivadas IPCA+: isentas de IR para pessoa física, mas com maior risco de crédito.
- CRI e CRA: lastreados em recebíveis imobiliários ou do agronegócio, também costumam pagar IPCA + taxa fixa.
- Fundos de crédito privado e renda fixa: que aplicam em uma carteira diversificada de títulos atrelados à inflação.
Essas opções podem oferecer taxas maiores, mas exigem mais atenção ao risco envolvido.
O cenário atual
Segundo João Neves, analista de renda fixa da EQI Research, as taxas atuais do Tesouro IPCA+ estão entre as mais atrativas dos últimos 15 anos, reflexo da instabilidade econômica e da necessidade do governo em oferecer prêmios de risco elevados para atrair investidores.
“O patamar elevado de remuneração real é um fenômeno raro. Poucos países oferecem títulos soberanos com retorno acima da inflação tão elevado, o que garante uma oportunidade única”, afirma o especialista.
Vale investir?
Quem busca segurança, proteção contra a inflação e alta rentabilidade real encontra no Tesouro IPCA+ um aliado poderoso. Como mostrou a simulação, R$ 100 mil aplicados hoje podem se transformar em quase R$ 1,5 milhão líquidos até 2050 – uma multiplicação de mais de 14 vezes no capital inicial.
Para investidores pacientes e com foco no longo prazo, trata-se de uma das oportunidades mais consistentes do mercado.
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