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Debêntures da Enauta (ENAT3): vale a pena investir?

Debêntures da Enauta (ENAT3): vale a pena investir?

Em 2023, o preço do barril de petróleo do tipo Brent, referência internacional para commodities, já subiu 17,05% na sua cotação em dólar. Nos últimos seis meses, a valorização foi ainda mais intensa, quase 28%. Esse fenômeno tem beneficiado as empresas de petróleo e energia.

Com a elevação nos preços da principal commodity energética do mundo, as empresas desse setor estão investindo para aumentar a eficiência na exploração do petróleo.

Uma dessas empresas é a Enauta (ENAT3). No início de setembro, a companhia anunciou a emissão de R$ 1,1 bilhão em debêntures para financiar a implementação e o desenvolvimento do Sistema Definitivo do campo de Atlanta, localizado na Bacia de Santos, a 185 km da costa do Rio de Janeiro. 

Além disso, os recursos serão disponibilizados para reforçar o capital de giro da operação e outros propósitos corporativos. 

As debêntures da Enauta são uma oportunidade de investimento para quem deseja aproveitar o movimento de alta do barril, financiando as operações da empresa. Além disso, o investidor terá um risco menor, visto que estará exposto a uma Renda Fixa com uma rentabilidade de NTN-B 2028 + 3,70% ao ano ou IPCA + 8,75% ao ano, sendo pago o maior dos dois.

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Este artigo apresentará a empresa Enauta, suas debêntures e as vantagens e riscos de investir nelas.

Conheça a Enauta

Plataforma de extração de Petróleo
Plataforma de extração de petróleo. Foto: Divulgação

A Enauta é uma empresa de capital aberto, controlada pelo Grupo Queiroz Galvão, especializada na exploração de petróleo, óleo e gás natural, com foco principal em clientes do setor industrial, de transporte e indústrias.

A empresa detém blocos em diversas bacias localizadas no litoral brasileiro, como a Bacia de Santos, o Campo de Atlanta, a Bacia Sergipe-Alagoas e a Bacia de Camamu-Almada. Além disso, por meio de suas operações em outras companhias, a Enauta também possui participação em mais de 13 blocos de extração de petróleo.

A produção inicial de petróleo ocorre em dois blocos de extração, um deles localizado no Campo de Manati, no litoral da Bahia, e o outro no litoral do Rio de Janeiro, no Campo de Atlanta. O Campo de Manati, descoberto em 2000 e com produção iniciada em 2007, é atualmente um dos maiores produtores de gás natural não associado do Brasil.

Campo de Manati

O Campo de Manati, situado na Bacia de Camamu no litoral da Bahia, é explorado por meio de um consórcio no qual a Enauta possui uma participação de 45%. A empresa já investiu mais de US$ 400 milhões no desenvolvimento deste campo, que utiliza linhas submarinas interligadas à plataforma PMNT-1, uma plataforma fixa de produção localizada a 10 km da costa e em uma profundidade de lâmina d’água de 35 metros. 

O petróleo refinado é vendido à Petrobras (PETR3; PETR4) para uso em suas refinarias, termelétricas e fábricas de fertilizantes de nitrogênio, além de ser revendido para a Bahiagás.

Campo de Atlanta

A Enauta é reconhecida por sua destacada produção de óleo no Brasil e é a única empresa privada brasileira operando na zona de exclusão do pré-sal da Bacia de Santos. O Campo de Atlanta, localizado na Bacia de Santos no Bloco BS-4, a 185 km da costa brasileira, possui um volume total estimado de 2,1 bilhões de barris de óleo. Após abrir capital em 2011, a Enauta realizou seu segundo acordo de farm-in com o Campo de Atlanta.

A produção no Campo de Atlanta é realizada por meio de três poços produtores conectados a uma unidade FPSO (Floating Production, Storage and Offloading Unit). Esses poços têm uma capacidade de produção total de 30 mil barris de óleo por dia, e a área total de desenvolvimento do Campo de Atlanta abrange 115,920 km². 

Debênture da Enauta

A Enauta aprovou uma segunda emissão de debêntures simples, não conversíveis, no valor de R$ 1,1 bilhão. 

A oferta é reservada exclusivamente para investidores qualificados e envolverá até três séries. A primeira e a terceira emissão terão vencimento em 17 de setembro de 2029. As debêntures da segunda série, por sua vez, vencerão em 15 de setembro de 2028. 

Os recursos líquidos obtidos na segunda série serão aplicados no reforço do capital de giro da operação e em outros propósitos corporativos gerais. 

Enquanto que o montante captado nas demais séries terá como destino o reembolso e o pagamento futuro de gastos, despesas ou dívidas relacionados à implementação e desenvolvimento do Sistema Definitivo do campo de Atlanta.

Detalhes da debênture da Enauta

As debêntures da Enauta representam uma oportunidade de investimento em títulos de Renda Fixa emitidos pela empresa, que se compromete a pagar uma rentabilidade acordada nos termos da emissão.

É importante destacar que as debêntures dessa emissão contam com diversas garantias, incluindo a fiança corporativa da Enauta Energia S.A. (a “Garantidora Local”), a corporate guarantee da Enauta Netherlands BV e Atlanta Field BV (as “Garantidoras Estrangeiras”), bem como a alienação fiduciária das ações da Garantidora Local e o pledge of shares das Garantidoras Estrangeiras. 

Além disso, são garantidas por penhor de direitos emergentes das concessões de Atlanta e Manati, cessionamento fiduciário de contas de pagamento e cessionamento fiduciário de ajustes de derivativos relacionados à emissão das debêntures.

A Enauta também se compromete a contratar uma agência de classificação de risco para atribuir um rating às debêntures em até nove meses a partir da data de emissão.

A rentabilidade oferecida para os investidores que adquirirem os papéis da 1ª série será de até IPCA + 8,75% ao ano, ou a taxa equivalente à remuneração da NTNB-28 + 2,70% a.a., prevalecendo a maior, conforme definido na data do bookbuilding. 

Já para os investidores da 3ª série, a rentabilidade poderá atingir até 14,75% ao ano, ou a taxa equivalente à DI Fut + 3,75% a.a., também prevalecendo a maior, sendo esta a “TAXA TETO” da oferta. Os investidores que participam da oferta podem especificar uma taxa inferior à TAXA TETO até a qual estão dispostos a investir, e neste caso, a reserva está sendo realizada aceitando a taxa de até 3,00% abaixo da taxa teto.

As debêntures desta emissão pagarão juros semestrais, a partir do 48º mês a partir da emissão do ativo, proporcionando uma fonte de renda periódica para os investidores.

Importante ressaltar que os prazos de vencimento das debêntures da 1ª série e da 3ª série são de seis anos, não permitindo o resgate antecipado por parte do investidor junto ao emissor ou distribuidor. No entanto, esses títulos são negociados via CETIP21, o que possibilita que o comprador os venda antes do vencimento, com base no preço de mercado e sujeito à demanda dos compradores (levando em consideração os riscos de liquidez e de mercado).

É fundamental que os investidores considerem os fatores que podem influenciar o preço dessas debêntures, caso desejem vendê-las antes do vencimento, incluindo a curva de juros e o risco de crédito da empresa emissora.

As debêntures da Enauta são destinadas a investidores qualificados e, como qualquer investimento, apresentam riscos, tais como os relacionados ao mercado (variação de preço), baixa liquidez no mercado secundário (dificuldade de venda), e risco de crédito (possibilidade de inadimplência).

Portanto, é importante que os investidores compreendam plenamente esses riscos das debêntures da Enauta antes de tomar uma decisão de investimento.