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CRA ou LCA? Qual é o melhor título agrícola do mercado?

CRA ou LCA? Qual é o melhor título agrícola do mercado?

A Renda Fixa é uma das opções favoritas dos investidores em um cenário de juros altos como o atual. Mas essa opção não se resume apenas a Tesouro Direto ou CDBs (Certificado de Depósito Bancário). Há alternativas que oferecem rendimentos mais robustos e ainda financiam um dos setores mais rentáveis do Brasil, o agronegócio, que são os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e as Letras de Crédito do Agronegócio (LCA).

Mas e agora? Qual é o melhor ativo para investir: CRA ou LCA? Continue no portal EuQueroInvestir para conhecer essas duas opções de investimentos. 

O que é CRA e LCA?

O CRA é um título de crédito emitido por produtores rurais, cooperativas ou empresas agroindustriais com o objetivo de captar recursos financeiros para investimentos ou para o custeio de suas atividades.

De modo geral, o título funciona como uma securitização de dívida, ou seja, o emissor do título (produtor rural, cooperativa ou empresa) vende o direito de receber os pagamentos futuros de suas vendas de produtos agrícolas para investidores interessados em adquirir esses títulos.

Os investidores recebem juros e principal ao longo do tempo, com base nos fluxos de recebíveis do agronegócio. Os CRAs são negociados em bolsas de valores e, por isso, oferecem uma opção de investimento de renda fixa com lastro em atividades econômicas do setor agropecuário.

Já a LCA é um título de crédito emitido por instituições financeiras com o objetivo de captar recursos para o setor agrícola.

A principal diferença entre o CRA e a LCA é que, enquanto o CRA é emitido diretamente pelos produtores rurais, cooperativas ou empresas do agronegócio, a LCA é expedida pelas instituições financeiras, que utilizam os recursos captados para financiar operações de crédito destinadas ao setor agropecuário.

O estrategista de investimentos da EQI Investimentos, Denys Wiese, relata que outra diferença entre os títulos é que a LCA tem acesso ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC), por ser emitido por instituições financeiras, enquanto que o CRA possui outras formas de garantia. 

[Em relação ao CRA] cada título tem suas próprias garantias, que os tornam mais ou menos arriscados e rentáveis. Portanto, o CRA depende das garantias e das características de cada um”, explica.

Em resumo, a LCA funciona como uma espécie de CDB do agronegócio, oferecendo aos investidores uma opção de investimento de renda fixa com lastro em empréstimos realizados pelo banco a produtores rurais ou empresas do setor agropecuário. 

Uma das grandes vantagens do CRA e do LCA é que ambos os títulos são isentos de Imposto de Renda para pessoas físicas. Por isso, eles são bastante populares entre os investidores que buscam uma opção de investimento segura e com rentabilidade atraente.

Quais são os riscos?

Jovem perplexo e emocionado posando contra a parede branca
Fonte: Freepik

Assim como qualquer investimento, há riscos inerentes para quem deseja investir em CRA ou LCA. Com isso, o investidor deve ficar atento ao pagamento da remuneração preestabelecida até o seu vencimento, além de pesquisar a capacidade de o emissor desses títulos pagar o prometido. 

A variável mais importante a ser observada em ambos os papéis é o risco de crédito do emissor, também conhecido como risco de calote. Esse risco influencia os prêmios pagos pelos títulos, pois, como em qualquer investimento, quanto maior o risco, maior é o retorno exigido pelo investidor. É nesse ponto que a principal diferença entre as LCAs e os CRAs surge.

Como a LCA é emitida por bancos ou cooperativas de crédito, ele é regido pelo FGC, como já foi mencionado anteriormente, o risco dele é mais baixo. 

Por outro lado, o CRA é uma operação que envolve recebíveis, na qual o produtor agrícola, ou qualquer empresa que tenha negócios no setor, utiliza o mercado de capitais para antecipar contas a receber.

Embora o CRA não seja coberto pelo FGC, Wiese afirma que esse título tem as suas garantias, mas que eles variam conforme “as suas garantias próprias que o tornam mais arriscado ou menos, mais rentável ou menos”. Logo, cada CRA tem a sua característica própria. 

Como é a remuneração dos ativos?

A remuneração é um dos pontos mais relevantes para os investidores em CRA ou LCA. A forma de pagamento desses ativos varia entre os títulos, sendo comumente realizada por meio de uma taxa prefixada ou indexada ao CDI (taxa que acompanha a Selic) ou à inflação. Alguns títulos ainda acrescentam um prêmio ao indexador, como o CDI mais uma taxa prefixada.

De maneira geral, quanto maior for o risco do emissor, maior será o retorno exigido pelo investidor, de forma que um banco de menor porte deve pagar, em média, mais juros do que um grande banco que emite LCAs.

Por essa razão, é fundamental que o investidor preste muita atenção à classificação de risco conferida ao emissor por agências especializadas antes de escolher o título. É importante estar ciente de que emissores com notas mais baixas oferecerão um maior retorno, porém com um risco de calote mais elevado.

A remuneração dos títulos é independente do desempenho do produtor rural que recebe os recursos, o que significa que o retorno ao investidor é fixo e preestabelecido na emissão do título. Porém, o risco de inadimplência pode variar conforme os resultados da safra, independentemente do desempenho do produtor.

Isenção no Imposto de Renda melhora remuneração do CRA e LCA

Jovem empresário atravessa dólares e danças na rua
Fonte: Freepik

Os títulos agrícolas têm uma grande vantagem em comparação com outros títulos de renda fixa, que é a possibilidade de conseguir ganhos maiores por serem isentos do Imposto de Renda

Ao fazer a comparação com outros títulos, é essencial levar em consideração o retorno líquido, ou seja, o valor final da remuneração do investidor após o desconto de todas as taxas e impostos que podem reduzir a rentabilidade. 

Esses encargos podem incluir taxas de administração, no caso de fundos DI, e custódia, cobrada em investimentos acima de R$ 10 mil em títulos públicos indexados à Selic.

Em geral, a LCA apresenta uma remuneração superior à taxa de referência de renda fixa na maioria dos produtos oferecidos no mercado. No entanto, há exceções, como títulos emitidos por grandes bancos que podem pagar menos de 100% do CDI.

Ao comparar com títulos públicos, é importante observar que as LCAs devem apresentar uma remuneração líquida superior. Caso contrário, pode ser mais vantajoso investir em títulos emitidos pelo Tesouro, que são mais seguros e possuem maior liquidez.

Devido ao maior risco envolvido, é comum que os CRAs ofereçam um prêmio sobre o CDI em relação a outros investimentos.

Mas e o prazo?

Outra dúvida recorrente entre os investidores é a questão dos prazos dos ativos, visto que a liquidez dos títulos agrícolas é menor. Logo, os papéis não são fáceis de vender antes do vencimento. Então, caso precise do dinheiro antes do vencimento, você poderá ter dificuldades. 

Deste modo, é recomendado investir no CRA ou LCA apenas com o dinheiro que você não irá contar a curto prazo ou pretende usá-lo como uma reserva de emergência

Normalmente, os CRAs e diversos títulos de LCA possuem prazos médios mais longos, de dois a cinco anos. Portanto, estes ativos são recomendados para quem deseja investir a longo prazo. 

À medida que a duração do título aumenta, cresce o risco de safras ou ciclos econômicos ruins, que podem afetar a capacidade de pagamento do emissor. Assim sendo, títulos com prazos mais longos devem oferecer retornos mais elevados.

Vale fazer um destaque. Como as LCAs são títulos emitidos por bancos, é possível encontrar títulos com prazos mais curtos, de apenas 90 dias. 

Quem é melhor: CRA ou LCA?

Denys Wiese avalia que não existe uma resposta certa para indicar se é melhor investir em CRA ou LCA, uma vez que depende da necessidade de cada um. 

Para o investidor mais conservador, o melhor é a LCA, pois tem a garantia do FGC e oferece um rendimento um pouco menor. Já o CRA é mais adequado para o investidor moderado e sofisticado que conhece os riscos”, explica. 

O estrategista da EQI Investimentos esclarece que o CRA não é recomendado para o curto prazo, pois em caso de problemas que exigem a liquidação das garantias, pode haver um atraso na devolução do dinheiro investido ou mesmo um risco de perda do capital.

Em relação aos cuidados com o CRA, Wiese aconselha que o investidor pesquise “as garantias, a segurança, a liquidez, o prazo, ver o que a empresa está devendo, a estrutura de amortização e juros”. 

A pesquisa é uma ferramenta importante para investir nos CRAs visto que cada título tem a sua característica peculiar e pode variar de um para outro, desde as garantias até o prazo e a rentabilidade. 

A LCA é mais comum. Às vezes tem até uma LCA diferente, por exemplo, o BTG tem uma LCA que paga juros mensal, mas tirando essa especificidade, acho que não tem mais nada de diferente“, cita Wiese ao comentar sobre a LCA.

  • Ouça o comentário completo de Denys Wiese, Estrategista de Investimentos da EQI Investimentos, sobre CRA e LCA.

Conheça um exemplo de CRA

O Grupo Riad & Filhos emitiu  o Agro Bandeirantes, com o objetivo de alongamento de passivo e capital de giro. O título exige um investimento mínimo de R$ 5 mil e tem uma taxa de retorno de CDI + 4%. O prazo estimado de retorno é de sete anos, com duração aproximada de quatro anos. Os juros são mensais, sem carência, e a amortização é anual, a partir do segundo ano.

O público-alvo deste CRA são investidores qualificados. O título conta com algumas garantias, incluindo alienação fiduciária da Fazenda Maravilha do Araguaia, em Aruanã/GO, com 3.222 hectares e avaliação IHS a R$ 127 milhões (venda forçada), cessão fiduciária de contrato de fornecimento com a JBJ Agropecuária Ltda., podendo ser substituído por outro de igual ou melhor crédito, além do aval das pessoas físicas (Riad Ali Sammour, Riad Ali Sammour Junior, Adam Perrone Sammour e Mohamad Riad Perrone Sammour) e de todas as pessoas jurídicas do grupo.

Quem é o Grupo Riad & Filhos?

O Grupo Riad & Filhos é um grupo fundado em 1972 em Bebedouro – SP, com foco no setor da agropecuária em SP e GO. Atualmente, possui 9.300 hectares plantados e cerca de 40 mil cabeças vendidas por ano. As operações são conduzidas pelos três filhos de Riad Sammour (Mohamad, Riad Jr e Adam). 

O grupo possui 10.000 hectares de áreas em SP e GO, das quais mais de 50% das áreas de lavoura são irrigadas, além de manter estreito relacionamento com a Tereos (95% da cana-de-açúcar produzida) e JBS (100% de gado).

Quer saber mais sobre CRA ou LCA? Fale com a EQI!