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Como escolher o melhor crédito privado?

Como escolher o melhor crédito privado?

Com a taxa Selic em alta e a expectativa de que atinja 16,25% ainda este ano, conforme análise da EQI Asset, o cenário atual se mostra altamente favorável para investimentos em renda fixa. Dentre as diversas opções disponíveis nesse segmento, uma alternativa que se destaca são os títulos de crédito privado.

Embora esses ativos sejam amplamente conhecidos por investidores institucionais, eles ainda são pouco explorados por investidores brasileiros, que tradicionalmente se acostumaram com títulos emitidos pelo governo e por grandes bancos.

O baixo interesse pelo crédito privado nas carteiras dos brasileiros pode ser explicado por alguns fatores, como a histórica elevada taxa de juros (nominal e real), a inflação de dois dígitos, os ciclos políticos instáveis e, sem dúvida, a falta de educação financeira.

Mas, antes de abordar as oportunidades que esses títulos oferecem e as melhores formas de escolher o crédito privado ideal, é importante entender o que são exatamente esses investimentos.”

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Afinal, o que é crédito privado?

O crédito privado consiste em uma modalidade de financiamento na qual empresas emitem títulos de dívida para captar recursos com o objetivo de financiar seus projetos, expandir suas operações ou cobrir necessidades de capital de giro. Em troca, o investidor que adquire esses títulos recebe uma remuneração previamente acordada, geralmente ao longo de um período determinado.

Apesar de ser uma opção muito comum para investidores mais experientes e também em portfólios de fundos de investimentos e fundos imobiliários, o crédito privado ainda é uma alternativa de renda fixa que possui grande potencial de valorização e oferece boas oportunidades de rentabilidade.

Em sua essência, é um investimento em renda fixa. Nesse caso, ao adquirir os títulos emitidos por empresas ou instituições privadas, o investidor assume o risco de crédito da empresa emissora, com a promessa de um retorno financeiro preestabelecido.

Características do crédito privado

Como mencionado anteriormente, os ativos de crédito privado são classificados como renda fixa, o que significa que o investidor conhece com antecedência a remuneração que receberá, especialmente se mantiver o título até o vencimento. Essa característica oferece um alto grau de previsibilidade, o que atrai investidores em busca de estabilidade.

Esse tipo de investimento é ideal para quem tem um horizonte de médio a longo prazo, pois possibilita retornos superiores aos oferecidos por outros instrumentos de renda fixa, especialmente se o investimento estiver indexado à inflação, como o IPCA.

Além disso, o crédito privado é uma excelente opção para estratégias de geração de renda passiva, com pagamentos periódicos, ou para quem busca vender o título antes do vencimento, aproveitando uma valorização do ativo.

Formas de remuneração

Existem diferentes formas de remuneração no crédito privado, sendo as mais comuns:

  • Pós-fixados: esses títulos acompanham índices como a Selic ou o CDI, ajustando a remuneração ao longo do tempo.
  • Prefixados: neste caso, o investidor já sabe exatamente qual será o retorno no momento da compra do título.
  • Indexados à inflação: esses títulos têm uma rentabilidade composta por uma taxa fixa somada à correção pela inflação, geralmente medida pelo IPCA. Alguns títulos, como os de inflação, são mais difíceis de encontrar atualmente.

Principais tipos de crédito privado

Entre os diversos tipos de crédito privado, destacam-se:

  • CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários): são títulos emitidos por empresas securitizadoras de créditos imobiliários. O investidor que adquire um CRI está basicamente antecipando os fluxos de pagamento que a empresa irá receber ao longo do tempo. Além disso, os CRIs são isentos de imposto de renda para pessoas físicas e, por conta da natureza do setor imobiliário, seus prazos de vencimento tendem a ser mais longos, geralmente superiores a três anos.
  • Debêntures: são títulos de dívida emitidos por empresas privadas, com exceção dos bancos. Podem ser de prazos curtos ou longos e podem ser classificadas em “comuns” ou “incentivadas”. As debêntures comuns seguem uma tributação regressiva e são mais flexíveis quanto à remuneração e ao prazo. Já as debêntures incentivadas, ligadas a projetos de infraestrutura, têm a vantagem de serem isentas de Imposto de Renda para pessoas físicas e geralmente oferecem uma rentabilidade prefixada ou atrelada à inflação. O prazo de vencimento é, em geral, superior a quatro anos.
  • CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio): semelhante aos CRIs, mas focados no agronegócio, os CRAs financiam atividades agrícolas, desde a produção até a industrialização. Assim como os CRIs, eles são isentos de IR para pessoas físicas e têm prazos variados. A rentabilidade pode ser pós-fixada, prefixada ou atrelada à inflação. O setor do agronegócio é um dos pilares da economia brasileira, tendo demonstrado grande resiliência durante crises, o que o torna um segmento atraente para investidores.

Vantagens e desvantagens do crédito privado

O crédito privado apresenta diversas vantagens, mas também requer atenção cuidadosa por parte do investidor. Entre os principais pontos positivos, destacam-se:

  • Rentabilidade superior: o crédito privado oferece retornos geralmente mais altos do que os títulos públicos e bancários.
  • Isenção de impostos: títulos como as debêntures incentivadas, CRIs e CRAs são isentos de imposto de renda para investidores pessoa física.
  • Diversificação: é possível investir em diferentes setores da economia, com variados prazos e tipos de indexadores, o que contribui para uma maior diversificação do portfólio.
  • Renda passiva: pagamentos periódicos, como mensal, trimestral ou semestral, são uma característica atrativa desse tipo de ativo.
  • Rentabilidade adicional: em algumas situações, o investidor pode vender antecipadamente o título com um valor superior ao pago inicialmente, gerando um ganho extra.

Por outro lado, existem alguns fatores de risco a serem considerados:

  • Risco de crédito: o maior risco é o de inadimplência da empresa emissora do título. A análise de crédito e o acompanhamento dos ratings da empresa são fundamentais para mitigar esse risco.
  • Risco de liquidez: alguns títulos de crédito privado podem ser difíceis de vender antes do vencimento, principalmente se o mercado for restrito ou em momentos de crise.
  • Risco de deságio: caso o investidor precise vender o título antes do vencimento, ele poderá enfrentar perdas, especialmente se houver variação negativa nos preços dos ativos.

Como escolher o melhor crédito privado?

Agora que já se sabe as vantagens e os riscos que existem, é importante ressaltar que a escolha do crédito privado mais adequado depende do perfil do investidor, de seu apetite ao risco e dos objetivos financeiros.

João Neves, analista de renda fixa da EQI Research, ressalta que é fundamental ficar atento a alguns pontos ao analisar os títulos. Ele explica que, enquanto os títulos públicos não apresentam risco de crédito — ou seja, o risco de não pagamento —, isso não é o caso dos títulos de crédito privado.

No Brasil, é possível mensurar esse risco por meio de alguns índices. João menciona que gosta de observar o índice IDEX, elaborado pela JGP, que calcula com base nos títulos mais negociados no mercado secundário. Ele destaca que, a partir desse índice, é possível verificar qual a média que os títulos privados estão pagando em comparação aos títulos públicos.

João também enfatiza que há várias métricas que podem ser analisadas. Ele explica que é necessário avaliar empresa por empresa, sempre considerando o risco de a empresa não cumprir com o pagamento da dívida que o investidor está comprando.

“É interessante observar também a alavancagem, o índice de cobertura de juros, as perspectivas do setor, a capacidade de geração de caixa da empresa, o prazo do título e as expectativas para a empresa nesse período.”, conclui.

Ou seja, o importante é realizar uma análise caso a caso, lembrando que investir em crédito privado pode ser uma excelente forma de buscar rendimentos superiores, mas exige cautela e conhecimento para compreender os riscos envolvidos e tomar decisões informadas.

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