O bilionário e fundador da Neuralink, Elon Musk, anunciou pelo X (ex-Twitter) que o primeiro humano recebeu um implante cerebral da startup no último domingo (28).
“O primeiro humano recebeu um implante da Neuralink ontem e está se recuperando bem. Os resultados iniciais mostram uma detecção promissora de picos de neurônios”, escreveu.
A Neuralink, fundada em 2016 por Musk e um grupo de engenheiros, busca ajudar pessoas com deficiência ou lesões a se moverem, comunicarem, além de restaurar a visão e auxiliar na operação de aparelhos.
Para isso, a startup se baseia em tecnologias antigas para implantar eletrodos em cérebros humanos para interpretar sinais e tratar doenças como paralisia, epilepsia e doença de Parkinson.
O implante da Neuralink, chamado “Telepatia“, tem um chip que processa e transmite sinais neurais que podem ser transmitidos para dispositivos como computadores ou telefones.
A startup espera que uma pessoa com deficiência possa controlar um mouse, teclado ou envie uma mensagem de texto por meio de pensamentos.
O dispositivo conta com mais de mil eletrodos — quantidade maior do que qualquer outro implante já desenvolvido até então. Com alvo em neurônios individuais, a tecnologia deve permitir um maior grau de precisão para suas funções.
Neuralink e primeiro chip em humanos: como foram os testes
A Neuralink vem realizando diversos testes em animais desde sua fundação, em 2016. Apesar das críticas duras, alguns resultados bem-sucedidos chegaram a ser compartilhados, como um vídeo em 2021 que mostrava um macaco jogando videogame.
Por outro lado, de acordo com documentos analisados pela agência de notícias Reuters, a pressa em realizar testes causou sofrimento e mortes desnecessárias, e cerca de 1,5 mil animais teriam sido mortos.
Em 2023, a FDA (Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos) autorizou o recrutamento para o primeiro teste em humanos de seu implante cerebral para pacientes com paralisia. Desde setembro do último ano, milhares de pessoas se inscreveram para o experimento.
A Neuralink estima que o dispositivo tenha valor estimado de US$ 10,5 mil, o que deve cobrir exames, mão de obra e as peças utilizadas para desenvolvimento.