A multa de 1,5 bilhão de euros (cerca de US$ 1,7 bilhão) imposta ao Google (GOOGL; GOGL34) pela União Europeia deve ser anulada, após uma contestação da big tech sobre o processo antitruste. A Comissão Europeia, braço executivo da UE, alegava que a companhia da Alphabet havia abusado de seu domínio como mecanismo de pesquisa e de publicidade no bloco, o que impedia a competição com empresas rivais.
Em 2019, a Comissão Europeia alegou que a Alphabet abusou de seu domínio de mercado ao utilizar o AdSense for Search. O serviço permite que os proprietários de sites de vários tipos entreguem anúncios quando os leitores utilizam a função de pesquisa do site. Nesse sentido, o AdSense atua como um intermediário de publicidade entre anunciantes e proprietários das páginas.
Em 2023, a receita publicitária do Google — que abrange serviços como busca, Gmail, Google Play, Google Maps, YouTube, Google Ad Manager, AdMob e AdSense — foi de US$ 237,85 bilhões, o que representou 77% da receita total da empresa. O resultado consolidou a empresa como líder global em publicidade digital.
O Google atua como intermediário, permitindo que anunciantes veiculem anúncios por meio de pesquisas em sites de terceiros.
A UE, no entanto, considerou que a big tech abusou de seu domínio de mercado ao impor uma série de cláusulas restritivas em contratos com sites de terceiros. Isso teria impedido sites rivais de inserirem anúncios de busca nesses sites.
Google enfrenta outros processos antitruste
Atualmente, o Google também enfrenta um processo antitruste do Departamento de Justiça dos Estados Unidos. A empresa é acusada de tentar monopolizar mercados de servidores de anúncios no país, além de buscar dominar o mercado de bolsas de anúncios intermediárias.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ) está avaliando a possibilidade de desmembrar a Alphabet em várias empresas depois que um juiz concluiu que a gigante da tecnologia monopoliza o mercado de buscas online.
Além disso, recentemente, o órgão de fiscalização da concorrência do Reino Unido divulgou uma declaração preliminar de objeções às práticas de tecnologia de anúncios do Google. O regulador determinou provisoriamente que as ações da empresa estão afetando a concorrência no país.
Em um comunicado, a Autoridade da Concorrência e dos Mercados afirmou que o gigante americano das buscas na internet “comprometeu a concorrência ao utilizar sua posição dominante na publicidade gráfica online para favorecer seus próprios serviços de tecnologia publicitária”.