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Crise Starbucks: pandemia ainda é responsável por recuperação judicial no Brasil

Crise Starbucks: pandemia ainda é responsável por recuperação judicial no Brasil

A SouthRock, dona das marcas Starbucks, Subway e Eataly no Brasil, anunciou um pedido de recuperação judicial, com uma dívida estimada em R$ 1,8 bilhão. Com isso, a crise Starbucks causou o fechamento de 36 franquias da cafeteria nos últimos meses. 

Em nota, a gestora citou que a razão do pedido de recuperação judicial está relacionada a dois fatores principais: a pandemia de covid-19 e os juros altos no Brasil. 

Para especialistas da área de recuperação judicial, o pedido proposto pela dona da Starbucks, com a justificativa de que não conseguiu se recuperar da pandemia, não é exclusivo dela; outras empresas estão em situação semelhante à SouthRock.

Claudio Miranda, sócio do escritório CGV Advogados, afirmou que essa motivação tem sido comum nos pedidos atuais de recuperação judicial.

Não obstante cada empresa e cada recuperação judicial tenha suas características, a pandemia e as necessárias medidas de não circulação impactaram diferentes setores da economia brasileira e internacional, trazendo desafios em termos de faturamento e de solvência, aptos a ensejar a crise que suscita o requerimento da recuperação judicial”, explica o advogado. 

Miranda ainda destaca que os pedidos de recuperação judicial ocorrem de forma cíclica, alternando momentos de bonança e cenários de dificuldades.

O sócio do LCSC Advogados, Frederico Loureiro, concorda com o argumento do colega, mas reforça que a pandemia trouxe graves consequências para os setores de varejo, serviços, bares e restaurantes, que sofreram mais com as restrições de circulação de pessoas.

Loureiro lembra que durante esse período, o Governo Federal ajudou os empresários com linhas de crédito emergenciais e que as instituições financeiras prorrogaram as dívidas bancárias. Segundo o sócio da LCSC Advogados, essas medidas ajudaram as empresas durante o período, mas “uma hora a conta ia chegar”.

O aumento das recuperações judiciais em 2023 pode ser explicado em parte pela retomada das cobranças dessas dívidas prorrogadas durante a pandemia, num cenário atual de juros muito mais altos e com a economia ainda patinando”, declarou Loureiro. 

A especialista em recuperação judicial do Benício Advogados Associados, Grasiele Roque da Silva, corrobora com esse argumento de que uma hora a conta ia chegar. Ela disse que muitos empresários pegaram empréstimos para manter sua função social ativa, como, por exemplo, o Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), e que agora estão sofrendo com as consequências disso.

Camila Crespi, advogada da Luchesi Advogados e especialista em reestruturação empresarial, destaca que a pandemia foi responsável por mergulhar a SouthRock na crise.

Em sua inicial, aduzem que houve uma queda expressiva de 70% nas vendas no ano de 2021 e 30% no ano de 2022 (devido ao isolamento social, fechamento das lojas, e etc) e, apesar das operações terem sido normalizadas no último ano, o impacto no fluxo de caixa não foi equalizado e parte do que foi passivo não foi recuperado”, informa Crespi.

Para Luiz Deoclecio Fiore de Oliveira, presidente da OnBehalf, empresa de assessoria em recuperações judiciais, a pandemia prejudicou, principalmente, as empresas do setor de varejo e alimentação com a interrupção das atividades durante as medidas de restrições sanitárias.

Segundo Oliveira, no segmento de alimentação, as empresas que não conseguiram se adaptar ao delivery para atendimento de entregas ainda têm dificuldades em se manter. 

No geral, quase todas as empresas alegam agravamento da crise devido à pandemia. Um exemplo relevante é o da empresa Gocil (Grupo Handz) com dívida aproximada de 1,7 bilhão e mais de 20 mil funcionários, que alegou que o pós-COVID reduziu a demanda por serviços“, descreve o presidente da OnBehalf.

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