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Fusão entre Cogna e Yduqs volta à mesa de negociações, diz jornalista

Fusão entre Cogna e Yduqs volta à mesa de negociações, diz jornalista

A Cogna ($COGN3) e a Yduqs ($YDUQ3) retomaram as negociações para uma possível fusão. A informação foi divulgada pelo colunista Lauro Jardim, em nota publicada no jornal O Globo no último domingo (4).

De acordo com o colunista, um encontro recente reuniu Juan Pablo Zucchini e Rodrigo Galindo, presidentes dos conselhos de administração da Yduqs e da Cogna, respectivamente. Walfrido Mares Guia, sócio e conselheiro da Cogna, também participou da conversa.

A notícia não pegou o setor de surpresa. Em setembro de 2024, o Valor Econômico já havia noticiado que as duas gigantes estavam retomando diálogos sobre uma possível união de forças – uma ideia que não é nova no radar das companhias.

Um segundo round após o veto do Cade

Para quem acompanha o setor, a aproximação entre as empresas traz à memória o ano de 2017, quando o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) barrou a união entre a então Kroton (hoje Cogna) e a Estácio (atual Yduqs). 

Na época, o órgão regulador entendeu que a concentração de mercado resultante da operação representaria riscos à concorrência no setor educacional.

Agora, sete anos depois, as conversas foram retomadas, mas não sem obstáculos. Segundo fontes ouvidas pelo Valor Econômico, um dos principais impasses está relacionado ao interesse da Cogna em incluir seus ativos de educação básica na fusão – uma área que aparentemente  não desperta o mesmo entusiasmo por parte da Yduqs.

A questão da educação básica

Excluir o segmento de educação básica da negociação poderia deixar a Cogna em desvantagem, já que esta é uma das suas principais fontes de receita atualmente. Essa diversificação, aliás, foi uma estratégia adotada pela companhia após o veto do Cade em 2017, quando a empresa percebeu limitações para crescer via aquisições no ensino superior.

Em 2018, conforme reportado pelo Valor Econômico, a então Kroton investiu R$ 4,6 bilhões na aquisição de operações voltadas à educação básica. 

Hoje, a Cogna mantém dois negócios robustos nesse segmento: a Vasta, empresa listada na Nasdaq com um portfólio que inclui sistemas de ensino como Anglo e pH (com Ebitda de aproximadamente R$ 400 milhões), e uma operação focada na venda de livros didáticos das editoras Saraiva, Ática e Scipione para o governo federal, que gerou um Ebitda recorrente de R$ 175 milhões em 2023.

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Xadrez corporativo e assessoria financeira

Para avançar nas tratativas, a Yduqs já contratou o banco Morgan Stanley como assessor financeiro, enquanto a Cogna ainda não anunciou parceiros para este fim, segundo apurou o Valor Econômico.

As negociações também esbarram em potenciais conflitos de interesse. Conforme revelado pelo mesmo jornal, a Advent, gestora de private equity e acionista da Yduqs, recentemente comprou participação na Inspira, rede de escolas controlada por um fundo do BTG. 

Ao mesmo tempo, Chaim Zaher, maior acionista individual da Yduqs, é proprietário do Grupo SEB e da Conexia, ambos com atuação no segmento de educação básica.

O novo cenário do EaD

O panorama competitivo do ensino a distância (EaD) também pode influenciar o rumo das negociações. Se em 2017 as duas companhias detinham juntas cerca de 40% desse mercado, hoje sua participação combinada caiu para aproximadamente 25%, consequência direta das flexibilizações nas regulamentações do Ministério da Educação, que permitiram a entrada de novos players.