Assista a Money Week
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Negócios
Notícias
Governador do DF sanciona lei para BRB comprar Banco Master

Governador do DF sanciona lei para BRB comprar Banco Master

O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), sancionou a lei que autoriza o Banco de Brasília (BRB) a realizar compra de participação no Banco Master. A medida foi aprovada em regime de urgência pela Câmara Legislativa (CLDF), cinco dias após o envio do projeto pelo Palácio do Buriti. A operação, conhecida publicamente, ainda depende do aval dos acionistas das instituições e da aprovação do Banco Central.

O texto legal não trata apenas dessa transação específica. Ele também abre caminho para que o BRB, diretamente ou por meio de suas subsidiárias, possa adquirir participação em outras instituições financeiras no Brasil e no exterior, incluindo setores como previdência, capitalização e seguros.

Oposição questiona rapidez e recorre à Justiça

O trâmite acelerado da votação gerou protestos da oposição na CLDF, que entrou com mandado de segurança para suspender o processo. Deputados afirmaram que a proposta foi analisada sem o devido debate público e sem passar pelas comissões temáticas da Casa.

O deputado Leandro Grass (PT) destacou os riscos da negociação: “Um projeto como esse ser aprovado em menos de 72 horas, sem audiência pública, sem passar por comissões, sem o aprofundamento, é um grande risco. […] Até onde todos nós sabemos, o Banco Master tem seus ativos muito duvidosos.” Já o deputado Max Maciel (PSOL) reforçou: “Estamos falando de um projeto que chegou há 4 dias e detalhe: não está anexado o relatório fiscal e os dos riscos.”

Mesmo com as críticas, o projeto foi aprovado por 15 votos a 7 no primeiro turno e por 14 a 7 no segundo. A base governista defendeu a urgência como estratégia para garantir competitividade ao BRB no setor bancário.

Publicidade
Publicidade

Próximos passos da operação

O negócio foi anunciado ainda em março e prevê que o BRB compre 49% das ações ordinárias, 100% das ações preferenciais e 58% do capital total do Banco Master. O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) já deu aval para a operação em junho. Agora, resta a análise do Banco Central e a aprovação em assembleia de acionistas.

Em nota, o BRB afirmou que está cumprindo todas as exigências legais e que recorrerá de decisões judiciais que, na visão do banco, limitem sua capacidade de expansão. Para a instituição, a aquisição fortalece sua presença no mercado e amplia possibilidades de crescimento nacional.

O que está em jogo?

A sanção da lei que autoriza a compra é vista pelo governo como um passo estratégico para transformar o BRB em um player de maior relevância no mercado financeiro brasileiro. Fundado em 1964, o banco é controlado majoritariamente pelo GDF, com quase 72% das ações.

O Banco Master, por sua vez, atua desde 1974 e passou por transformações recentes, adotando seu nome atual em 2021. Para especialistas, a aquisição pode representar expansão e diversificação para o BRB, mas críticos alertam para possíveis riscos ligados à qualidade dos ativos da instituição comprada.

Enquanto a oposição busca barrar o negócio na Justiça, o governo e a diretoria do BRB sustentam que a operação é legal e benéfica para o futuro da instituição. O desenrolar da disputa promete movimentar tanto o cenário político quanto o mercado financeiro.

Leia também: