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CEO da Evergrande está sob vigilância policial, diz site

CEO da Evergrande está sob vigilância policial, diz site

Hui Ka Yan, o bilionário presidente da incorporadora imobiliária China Evergrande Group, foi colocado sob vigilância policial nesta semana. O CEO da ex-gigante do setor imobiliário chinês foi levado pela polícia no início deste mês e está sendo monitorado em um local designado, segundo a Bloomberg News.

O motivo para a vigilância residencial não foi esclarecido. A ação policial fica aquém da detenção ou prisão formal e não significa, necessariamente, que Hui será acusado de um crime.

Ainda assim, o CEO da Evergrande não pode sair do local, reunir-se ou comunicar com outras pessoas sem aprovação, com base na Lei de Processo Penal da China. Passaportes e cartões de identificação devem ser entregues à polícia. Segundo a lei, o processo não deve exceder seis meses.

As autoridades detiveram alguns funcionários de sua unidade de gestão de patrimônio. Mais dois ex-executivos também foram detidos no início deste mês, incluindo o CFO (diretor financeiro) da companhia.

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A medida preocupa ainda mais o mercado sobre a possibilidade de recuperação da Evergrande, e é o mais recente sinal de que a saga da incorporadora mais endividada do mundo entrou em uma nova fase. 

A Evergrande foi proibida de emitir títulos de dívida, o que prejudica seu plano de reestruturação e aumenta o risco de liquidação. A companhia tem lutado para pagar dívidas, cumprir contratos com fornecedores e até entregar novos imóveis. Um congelamento prolongado do mercado de dívida poderia minar a proposta de reestruturação do grupo para a sua dívida em moeda estrangeira.

É muito cedo para dizer que a Evergrande acabará em liquidação, mas esse risco claramente aumentou”, disse Gary Ng, economista sênior da Natixis Asia. “Para o governo, isso mostra que nenhum desenvolvedor é grande demais para falir na China.

Quem é Hui Ka Yan, CEO da Evergrande

Hui Ka Yan, outrora considerado um dos empresários com melhores ligações políticas na China, tornou-se agora alvo de maior destaque na repressão do Presidente Xi Jinping à alavancagem excessiva e à especulação no setor imobiliário.

O magnata já foi a segunda pessoa mais rica da Ásia, antes de seu patrimônio líquido despencar. A fortuna de Hui vale agora cerca de US$ 1,8 bilhão, contra US$ 42 bilhões em 2017, segundo o Bloomberg Billionaires Index. A Evergrande tem 2,39 trilhões de yuans (US$ 327 bilhões) em passivos.

A polícia de Guangdong e a Evergrande não responderam aos pedidos de comentários da imprensa.

Relembre o caso

A Evergrande foi responsável pelo pontapé da crise que atravessa o setor na China desde 2021, quando anunciou que não conseguiria pagar suas dívidas de 2,4 trilhões de yuans (cerca de R$ 1,7 trilhão), um valor equivalente a 2% do Produto Interno Bruto (PIB) chinês.

O grupo entrou com pedido de proteção contra falência, conhecido como “Capítulo 15” nos Estados Unidos, em 17 de agosto. O recurso visa proteger empresas não norte-americanas de ações judiciais enquanto se reestruturam em falências transfronteiriças.

Na sexta-feira (22), a incorporadora disse que cancelou reuniões importantes com credores e precisa rever o plano de reestruturação de sua dívida offshore. No dia 30 de outubro, a Evergrande enfrentará uma audiência em tribunal de Hong Kong sobre uma petição de liquidação, o que poderia levá-la a este caminho.

As ações da Evergrande caíram 19% nesta quarta-feira (27). Os preços dos títulos em dólares da empresa permanecem em um patamar abaixo de 5 centavos.

O banco central da China culpou a “má gestão” e “expansão imprudente” pela derrocada da Evergrande. O governo instou Hui a usar a sua fortuna para ajudar a reembolsar os investidores.