O Banco de Brasília – BRB (BSLI4) decidiu não recorrer da decisão do Banco Central (BC) que vetou a compra do Banco Master, segundo informações publicadas pelo Estadão. Pessoas próximas à instituição afirmam que eventuais ajustes no formato do negócio dificilmente fariam o regulador mudar de posição.
Na última quarta-feira (3), horas antes do anúncio oficial, o BRB chegou a enviar um ofício ao BC sugerindo alterações na proposta para atender possíveis exigências do órgão. A tentativa, no entanto, não surtiu efeito, e o veto foi confirmado na mesma noite.
Com a recusa, aumenta o risco de o Banco Master sofrer uma intervenção ou até mesmo uma liquidação, segundo analistas ouvidos pelo jornal. Apesar disso, o BRB avalia que não faria sentido participar de um processo de liquidação, embora não descarte a possibilidade de uma nova proposta em outros formatos.
O Banco Central não detalhou oficialmente os motivos da negativa, mas, de acordo com o Estadão, quatro pontos principais pesaram na decisão: risco de sucessão — com a possibilidade de o Master contaminar financeiramente o BRB —, qualidade dos ativos do Master, forma da proposta e problemas identificados em auditoria interna do BRB.
Inicialmente, o BRB planejava incorporar cerca de R$ 48 bilhões em ativos do Master, mas, após uma análise mais detalhada, esse montante foi reduzido para R$ 23,9 bilhões. O negócio envolvia a compra de 49% das ações ordinárias e 100% das preferenciais do Master, em um acordo avaliado em R$ 2 bilhões.
Com o veto, o futuro do Banco Master segue incerto, e a possibilidade de intervenção pelo BC permanece no radar do mercado.
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