O CEO do SoftBank, Masayoshi Son, revelou um plano para investir US$ 100 bilhões nos Estados Unidos nos próximos quatro anos durante uma reunião com o presidente eleito Donald Trump, conforme fontes próximas ao assunto.
“O presidente Trump é um presidente que dobra a aposta”, afirmou ele na segunda-feira (16), durante uma coletiva de imprensa ao lado de Trump em Mar-a-Lago. A declaração fez referência ao fato de o valor ser o dobro dos US$ 50 bilhões prometidos por ele em um evento realizado há oito anos.
O bilionário japonês se alia a diversos executivos do setor de tecnologia que estão tentando conquistar o apoio da nova administração. Sam Altman, CEO da OpenAI, anunciou que fará uma doação de US$ 1 milhão ao fundo inaugural de Trump, após já ter contribuído anteriormente para a campanha de reeleição do presidente Joe Biden em 2024. Além disso, a Meta Platforms, a Amazon.com e a startup de inteligência artificial Perplexity também se comprometeram a doar US$ 1 milhão cada.
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Relacionamento entre Trump e o CEO do SoftBank
Son estabeleceu uma relação sólida com Trump durante seu último mandato, quando visitou os Estados Unidos em dezembro de 2016 e se comprometeu a investir US$ 50 bilhões. O Vision Fund do SoftBank fez investimentos significativos em empresas dos EUA, mas acabou enfrentando dificuldades, já que muitos desses investimentos não tiveram sucesso.
Agora, uma questão importante é de onde o SoftBank obterá o capital para cumprir sua mais recente promessa e quais serão os destinos desses investimentos. Durante o último governo de Trump, Son estava levantando o Vision Fund de US$ 100 bilhões com recursos de investidores externos, direcionando esse dinheiro para startups como WeWork, Uber Technologies Inc. e DoorDash Inc.
Os desafios por trás dos US$ 100 bi
Masayoshi Son tem intensificado suas estratégias para impulsionar os investimentos diretamente do SoftBank, enquanto também recruta funcionários do Vision Fund para apoiar a execução desses negócios. A recuperação financeira da empresa foi impulsionada pela oferta pública inicial (IPO) da Arm Holdings Plc, especializada em design de chips. Embora o SoftBank ainda possua cerca de 90% da Arm, que agora vale cerca de US$ 160 bilhões, a companhia enfrenta desafios financeiros para cumprir as promessas de Son.
Para levantar os US$ 100 bilhões necessários, o SoftBank precisará adotar uma combinação de estratégias: um esforço massivo de arrecadação de recursos, contração de uma grande quantidade de nova dívida ou até mesmo a venda de partes de seus ativos.
Interesses e Desafios do SoftBank
Os interesses do SoftBank no mercado americano são diversos. A empresa sofreu um grande golpe quando o governo do presidente Barack Obama bloqueou a fusão entre a Sprint, de sua propriedade, e a T-Mobile. No entanto, o governo Trump posteriormente aprovou o acordo. Atualmente, o maior ativo do SoftBank é a Arm, especializada no design de chips, um setor afetado por políticas dos EUA, como subsídios, tarifas e questões relacionadas a Taiwan e à China.
Além disso, o SoftBank tem participação na ByteDance, que enfrenta o risco de ver o TikTok ser proibido nos EUA, a menos que a empresa altere sua estrutura de propriedade até janeiro. Durante uma coletiva de imprensa na última segunda-feira, Trump comentou que avaliaria a situação do TikTok. O SoftBank também possui investimentos em várias empresas de veículos autônomos, um setor no qual o governo de Trump busca modificar as regulamentações.
Passado de Son e seus planos futuros
Son, conhecido por suas apostas arrojadas, foi inicialmente auxiliado por empréstimos durante o auge das pontocom, no final dos anos 1990. Ele costuma lembrar como, por um breve período, se tornou o homem mais rico do mundo, apenas para ver o valor das ações da SoftBank cair drasticamente em seguida. Contudo, conseguiu reerguer a empresa.
Atualmente, o bilionário japonês tem planos ambiciosos, incluindo investimentos em centros de dados e fontes de energia nos EUA. Há também a intenção de ingressar na fabricação de chips, setor importante para a tecnologia moderna.
No entanto, cumprir sua promessa de criar 100 mil empregos nos próximos quatro anos será um grande desafio, uma vez que a tecnologia, por natureza, não é um setor altamente empregador. Além disso, o SoftBank precisará de recursos financeiros substanciais para atingir sua meta.
Em setembro de 2023, a empresa tinha cerca de US$ 30 bilhões em caixa, mas também enfrentava um endividamento de US$ 142 bilhões, conforme dados da S&P Global Market Intelligence. Para Son, parte do financiamento necessário virá de investidores externos.
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