Pela primeira vez, a Apple (AAPL; $AAPL34) vai encerrar uma loja de varejo na China, um movimento inédito desde a chegada da empresa ao mercado chinês. A unidade localizada no Parkland Mall, no distrito de Zhongshan, na cidade de Dalian, fechará as portas em 9 de agosto. A decisão ocorre mesmo com os planos da companhia de ampliar sua presença na região.
Atualmente, a Apple mantém mais de 50 lojas na chamada Grande China, uma fatia significativa dos seus 530 pontos de venda globais.
Apesar do encerramento inédito, a companhia segue apostando no país como um dos principais mercados fora dos Estados Unidos. A estratégia parece ser a de reavaliar localizações, redirecionar recursos e continuar crescendo com mais eficiência.
Encerramento pontual e realocação de funcionários
O fechamento da unidade de Dalian é considerado pontual e não sinaliza uma retração definitiva da Apple na China. A outra loja da cidade, situada no complexo comercial Olympia 66, continuará funcionando normalmente. A distância entre as duas é de cerca de dez minutos, permitindo que clientes e funcionários possam se adaptar à mudança com facilidade.
Os colaboradores da loja encerrada serão transferidos para outras unidades da empresa, o que reforça o compromisso da Apple com sua equipe. Essa realocação mostra que, embora a empresa esteja otimizando sua presença física, ela não está diminuindo sua força de trabalho na região.
Nova loja em Shenzhen e planos para Pequim e Xangai
Apesar do encerramento, a Apple não está recuando no mercado chinês. Pelo contrário, já está programada a abertura de uma nova unidade no Uniwalk Qianhai, em Shenzhen, no próximo dia 16 de agosto. Essa iniciativa reforça a intenção da empresa de se manter relevante e acessível em centros urbanos estratégicos.
Além disso, a companhia abriu uma loja na província de Anhui em janeiro e planeja novas inaugurações em Pequim e Xangai até 2026. Essas cidades concentram um grande volume de consumidores e representam polos tecnológicos importantes, tornando-se cruciais para a manutenção da marca no topo da preferência local.
Desempenho de vendas e contexto econômico
Os ajustes da Apple na China ocorrem em um momento em que o país enfrenta desafios econômicos significativos. No segundo trimestre, a empresa registrou uma queda de 2,3% nas vendas na região, somando US$ 16 bilhões, abaixo da expectativa de US$ 16,8 bilhões. Essa desaceleração se soma à pressão deflacionária e à queda no consumo doméstico.
A economia chinesa também foi impactada pela queda nos preços dos imóveis e pela diminuição das exportações. Tais fatores complicam o cenário para grandes multinacionais como a Apple, que precisam repensar sua atuação para manter a rentabilidade e o crescimento.
Expansão global equilibrada com revisão de estratégias
A Apple está adotando uma postura seletiva e estratégica em sua expansão global. Além da China, a companhia abriu recentemente novas lojas em locais como Osaka (Japão), Miami (EUA) e está investindo em países como Índia, Emirados Árabes e Arábia Saudita. O objetivo é diversificar sua presença e se aproximar de mercados emergentes promissores.
Ao mesmo tempo, a empresa está reavaliando contratos de locação e fechando lojas com desempenho abaixo do esperado. Um exemplo disso é o encerramento da loja em Bristol, na Inglaterra, marcado para o mesmo dia do fechamento em Dalian. Isso mostra uma busca por eficiência operacional e foco em locais com maior retorno.
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