Assista a Money Week
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Money Week
Notícias
Plataformas de investimentos internacionais: segurança para proteger e ampliar o patrimônio

Plataformas de investimentos internacionais: segurança para proteger e ampliar o patrimônio

O investimento em dólar é um porto seguro para quem busca proteger seu patrimônio da inflação e da volatilidade dos mercados emergentes, como o brasileiro, e também para ampliar esse patrimônio por meio da associação a empresas inovadoras e disruptivas que atuam ao redor do mundo.

O tema foi discutido na Money Week, evento promovido pela EQI Investimentos, durante o painel Plataformas de Investimentos Internacionais.. Os convidados foram Roberto Lee, CEO da Avenue, e Renato Moritz, co-CEO do BTG Pactual EUA, que falaram sob a mediação de Caio Tuca, head da área internacional da EQI Investimentos.

Plataformas de investimentos internacionais: segurança da moeda forte

Os convidados iniciaram o debate ressaltando da segurança de investir em moeda forte: “Eu já perguntei várias vezes em reuniões com analistas e assessores se eles conheciam alguém que havia perdido dinheiro comprando dólar de forma consistente e planejada. É uma anedota, mas que mostra a segurança desse investimento”, afirmou Moritz logo no início de sua participação.

Roberto Lee, por sua vez, lembrou que investir no exterior não é uma novidade para os investidores de alta renda, mas que é novidade para o investidor de varejo, agora com acesso a esse mercado graças a plataformas como a da Avenue.  

“No nível dos super-ricos, investimento internacional sempre existiu. Mas para aquele investidor que saiu dos produtos bancários para as plataformas abertas, de fato, esse é um assunto novo. Hoje também temos um público mais preparado para esse tipo de oferta”, explicou Roberto Lee.

Publicidade
Publicidade

Ele lembra que o termo offshore acabou se popularizando de forma negativa, ligado a negócios ilegais e causando uma má impressão inicial nos investidores sérios.

“Era uma coisa que parecia sombria, sem tanta transparência, parecia uma coisa à beira da ilegalidade. E hoje você tem um ecossistema preparado para isso, um mercado ainda amplo e que tem uma penetração mínima no mercado brasileiro, com potencial para um crescimento explosivo. E é um produto muito bom, que todo mundo deveria ter, vamos ver isso crescer muito nos próximos dez anos”, completou.

Segundo ele, nos EUA cerca de 20% da poupança dos cidadãos é aplicada no exterior, enquanto no Brasil esse índice ainda é mínimo.

Mortiz destacou que a tecnologia também facilitou o acesso dos investidores aos mercados externor.

“Antes era tudo mais complexo e só um patrimônio muito diferenciado era exposto a esse conceito. Hoje, a tecnologia simplificou o processo, aproximando o mercado dos potenciais clientes”, explicou o co-CEO do BTG, que atua em Miami.

Ele também enfatizou que o investimento no exterior permite ao brasileiro se associar a iniciativas promissoras de sustentabilidade e novas matrizes energéticas.

“Quem popularizou o mercado de carros elétricos foi a Tesla, que está nos EUA. Assim, nós investidores que queremos expor nosso patrimônio a histórias de sucesso como essas, temos de buscar internacionalização. Rentabilizar o dinheiro significa se juntar a cases de sucesso, a produtos disruptivos, e isso está substancialmente acontecendo fora do Brasil. Infelizmente não é aqui, mas em economias mais desenvolvidas”, destacou Moritz.

Ele disse ainda que a tecnologia, nesses casos, permite não só a possibilidade de investir, mas também de conhecer melhor onde investir. “Ficou mais fácil de você conhecer as empresas, entender os prospectos, trazer mais entendimento sobre os produtos, os lastros, ter acesso a documentos, a material educacional e de pesquisa, e as instituições estão aqui para ajudar os clientes nessa busca”, completou.

Lee afirmou também que o mercado internacional oferece oportunidades excelentes para a preservação de capital.

“O brasileiro gosta muito de renda fixa e prefere não arriscar. Hoje, o que é visto como mais seguro no Brasil? Título público, Tesouro Direto. Mas, quando você pensa globalmente, o título público brasileiro não é para investidores conservadores, e curiosamente nós, brasileiros, achamos arriscado investir nos treasuries, o equivalente norte-americano. Então, a ideia do investimento internacional é também buscar esse conhecimento para mostrar o que é melhor em termos de preservação do patrimônio, mesmo para quem é mais conservador”, afirmou o gestor da Avenue.

Mesa Plataforma de Investimentos Internacionais, com Renato Moritz, co-CEO do BTG Pactual EUA, e Roberto Lee, CEO da Avenue, e mediação de Caio Tuca, da EQI Internacional
Renato Moritz, Roberto Lee e Caio Tuca durante o painel

Plataformas de investimentos internacionais: o efeito da tecnologia

Caoi Tuca destacou que investidores da EQI ainda questionam se o investimento no exterior “é para todo mundo”, e Roberto Lee foi assertivo na resposta.

“Agora é, antes não era. Para abrir uma conta internacional você precisava ter US$ 1 milhão, e olha que o conceito de private nos EUA é coisa para quem tem mais de US$ 10 milhões. Essa ausência de acesso por conta dos mínimos muito elevados criou barreiras, mas hoje o cenário é diferente, e as empresas que não tiverem produtos internacionais em suas carteiras vão ficar para trás”, explicou.

Para Lee, a globalização serviu para tornar o mundo mais homogêneo. “O brasileiro tem hábitos de consumo muito semelhantes aos do americano ou do europeu. Eu vivo em Miami e a gente nem precisa falar inglês, às vezes eu me sinto em São Paulo. Há quinze anos não era assim, e a tendência é que seja cada vez mais. A única coisa que falta internacionalizar na nossa vida é justamente a parte das finanças, que antes era vista como só para quem era muito ousado ou tinha muito dinheiro. Mas a gente percebe que os perfis mais conservadores é que deveriam se proteger lá fora”, defendeu.

Mortiz afirmou que é possível perceber que os clientes já têm se mostrado mais dispostos a investir, mesmo sem patrimônios muito robustos, e credita também essa mudança de cenário à tecnologia.

“Você tem uma diversidade enorme de produtos menos complexos, de compreensão mais fácil para aquele investidor que não é tão grande, e também possibilita acesso a produtos de private equity ou a investimentos em empresas não listadas. São produtos que requerem mais cuidado para a plataforma e investidor, mas esse mercado também está chegando e aquele produto que parecia ‘para rico’ já vai ficar disponível a qualquer um”, detalhou o executivo do BTG.

Roberto Lee enfatizou que a tecnologia também acelera processos, como a abertura de conta e a possibilidade de enviar dinheiro para o exterior de forma praticamente simultânea.

“Antes você fazia uma operação de câmbio e o dinheiro ‘sumia’ por dois ou três dias, agora isso acontece na velocidade de um Pix. Então, a tecnologia aproxima mercados desconhecidos ao tipo de conhecimento e hábito que a gente tem no Brasil. Isso já é uma realidade, e o que a gente vai ver agora é volume”, completou o CEO da Avenue.

Plataformas de investimentos internacionais: riscos e cuidados

Caio Tuca diz que outra preocupação recorrente dos brasileiros sobre os investimentos fora do país é a respeito da segurança e dos riscos.

Renato Moritz diz que o mercado norte-americano é extremamente regulado e cauteloso. “É difícil trabalhar aqui, os EUA já passaram por muitas crises e episódios impactantes que mostraram a importância da regulação para proteger os investidores e o próprio sistema. Assim, uma corretora nos EUA traz consigo um grau de padronização e governança muito forte, com informações que você deve dar ao cliente, o cuidado com a segregação do patrimônio, tudo de forma muito regulada”, explicou.

Mortiz diz que há outras ofertas de investimentos no exterior que podem parecer mais atraentes, fora dos EUA, mas que recomenda a segurança do mercado em que atua. “Sempre defendi que uma conta nos EUA, um mercado extremamente desenvolvido e hoje regulado, oferece uma proteção sistêmica e robusta. Claro que tenho uma visão enviesada porque eu vendo isso aos clientes, mas os EUA hoje são o lugar certo e seguro para se estar”, completou o gestor do BTG EUA.

Roberto Lee endossou os comentários do colega. “Para fugir da regulação nos EUA, você pode ir para paraísos fiscais, mas a jurisdição americana traz uma supervisão muito robusta que torna o ambiente maduro e seguro. Para você escolher, o ideal é ter uma corretora que atue nos dois países, que esteja sob regulação dos órgãos. Aí você vai estar seguro”, declarou o CEO da Avenue.

Ao ser questionado sobre a rentabilidade, já que os juros hoje são maiores no Brasil, Moritz lembrou que o momento também é positivo para o mercado americano.

“Os juros lá estão no maior patamar dos últimos 20 anos, então para quem tem o apego pela renda fixa, hoje e por algum tempo esse nível vai permanecer atraente. Mas essa reflexão também deve levar em conta a inflação, o câmbio, ver se você efetivamente está se protegendo. Sabemos que o mundo dos investimentos não é fácil, estamos sempre expostos a muitas variáveis, mas vale a máxima do custo médio: adotar uma disciplina consistente ao longo do tempo de ter uma parte do patrimônio alocado no exterior, num horizonte de médio e longo prazo, 10 a 15 anos, vai se mostrar salutar, com boa rentabilidade e uma previsibilidade muito saudável”, defendeu o executivo.

Roberto Lee destacou ainda a importância de ter noção do cenário em longo prazo. “Preservação do patrimônio diz respeito a dinheiro que você não pode perder, e o Real ainda não é uma moeda forte o suficiente para garantir isso. O juro no Brasil hoje é alto, mas o risco também é alto. Então, precisamos entender que a nossa vida é global e a preservação de nosso estilo de vida vai depender da nossa exposição a uma moeda forte”, concluiu o CEO da Avenue.