As empresas Small Caps são conhecidas por terem um capital menor, mas é justamente essa característica que as potencializa a ter ganhos maiores do que empresas brasileiras gigantes, como a Vale (VALE3) e a Petrobras (PETR4).
No painel da Money Week “Small Caps: Oportunidades de Ganhos Exponenciais”, Luís Fernando Moran, head da EQI Research, conversou com Werner Roger, co-fundador e CIO da Trígono Capital, sobre as oportunidades em Small Caps disponíveis no mercado. Confira os principais insights.

Oportunidades em Small Caps: este é o momento
Dado o início do ciclo de queda da taxa Selic, Moran começa o bate-papo questionando Roger se este é um bom momento para investir em Small Caps. Roger explica que este grupo de empresas sofre uma grande influência da movimentação das taxas de juros, o que também impacta o crescimento da economia, o Produto Interno Bruto (PIB) e as empresas.
Na avaliação do CIO da Trígono Capital, a diminuição dos juros também afeta os custos financeiros das empresas que estão investindo para expandir. Assim, quanto menores forem as taxas de juros, melhor será para as Small Caps. O movimento oposto também é verdadeiro.
“Estamos saindo de um período de transição, no qual as taxas de juros menores favorecem não apenas o mercado, pois este se antecipa. As Small Caps serão beneficiadas, mas o mais importante é a própria economia, que retorna ao crescimento, e a taxa de desconto das empresas, avaliada pelo valor presente, assim como o custo de capital, que se torna menor, favorecendo, desta forma, as próprias empresas. Não é somente o mercado que se beneficia do ciclo de taxas menores e da taxa de juros, mas também as empresas“, reflete Roger.
Boas empresas se destacam, independentemente do ciclo
O CIO da Trígono Capital ressalta que o ciclo é um fator positivo, mas o que realmente importa é o resultado apresentado pelas empresas. Ele ainda destaca que as companhias sólidas são aquelas capazes de crescer com recursos próprios.
Na avaliação de Roger, as empresas sólidas não dependem de empréstimos para capital de giro ou para investimentos. “E se as taxas de juros diminuírem, melhor ainda”, reforça.
“O que é importante para nós são os fundamentos das empresas, independentemente de as taxas de juros serem mais altas ou mais baixas. O foco está na capacidade da empresa de crescer, gerar valor para os acionistas – que é o aspecto mais relevante – e especialmente distribuir dividendos, independentemente da taxa de juros”, destacou o CIO da Trígono.
Crescimento é chave para empresa deixar de ser Small Cap

Para ilustrar como as empresas Small Caps podem crescer e evoluir para se tornarem Large Caps no futuro, Roger cita dois exemplos: a Weg (WEGE3) e o Magazine Luiza (MGLU3).
“Vou mencionar um exemplo que é a própria Weg. Gosto de mencionar outra empresa, a qual brinco chamando de ‘Weginha’, que é a Schulz (SHUL4). Se não me engano, em 1995, quando a Schulz abriu seu capital, a Weg possuía o mesmo tamanho que a Schulz possui hoje, o que era aproximadamente R$ 2 bilhões naquela época”, revelou.
O CIO da Trígono ressalta que a Weg era uma típica Small Cap, que poderia até ser considerada uma Micro Cap, e que agora se transformou em uma das dez maiores empresas listadas na bolsa de valores brasileira.
Quanto ao Magazine Luiza, Roger informa que a companhia tinha um valor de mercado estimado em R$ 300 milhões e, hoje, suas ações são negociadas na faixa de R$ 300 milhões diariamente.
“O atributo principal das Small Caps é o crescimento, mas um crescimento sustentável, especialmente daquelas que conseguem remunerar seus acionistas e criar valor para eles”, concluiu o CIO.
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