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Investir em Small Caps: entenda tudo sobre as ações com maior potencial de valorização

Investir em Small Caps: entenda tudo sobre as ações com maior potencial de valorização

Há uma idealização no mercado de ações de que é possível enriquecer com a valorização de uma empresa na bolsa de valores. No entanto, as grandes variações nos preços dependem de uma série de fatores e nem sempre ocorrem em empresas de grande porte.

Assim, para aqueles mais familiarizados com a compra e venda de ações, sabe-se que as Small Caps possuem um potencial de valorização maior do que as Large Caps (também conhecidas como Blue Chips), embora as empresas do primeiro grupo enfrentem alta volatilidade e, em alguns casos, falta de liquidez.

Diante disso, o portal EuQueroInvestir preparou um guia completo sobre as Small Caps e se é vantajoso investir nesse grupo de empresas.

O que são Small Caps?

Small Caps, abreviação de “small capitalization” em inglês, são empresas de pequeno porte com menor capitalização de mercado. O volume de negociações das ações dessas empresas também é um fator a ser considerado quando é feita a classificação dessas companhias. 

Devido à metodologia diferente das casas de análise para definir o que são Small Caps, o valor pode variar de casa para casa. 

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Nas suas análises, algumas corretoras estabelecem que são as empresas com até R$ 3 bilhões de valor de mercado. Outras trabalham com um intervalo entre algumas centenas de milhões até R$ 2 bilhões. Em outros casos, os limites são estendidos até R$ 6 bilhões.

Embora esses valores assustem os investidores mais desavisados por causa do seu tamanho, uma large cap, como a Ambev (ABEV3), tem um valor de mercado estimado em R$ 231,727 bilhões. 

O valor de mercado da Ambev foi calculado multiplicando o número total de ações em circulação pelo valor estimado de cada ação. No caso, a cervejaria possui 15,74 bilhões de ações e cada uma delas tem um valor estimado de R$ 14,74 (cotação realizada no dia 25 de maio).

Para calcular o valor de mercado, basta multiplicar esses dois valores:

Valor de mercado = Número de ações x Valor estimado por ação

Ou

Valor de mercado = 15,74 bilhões x R$ 14,74

Calculando o valor, temos:

Valor de mercado = R$ 231,727 bilhões

Você pode estar se perguntando: por que investir em small caps se é mais seguro investir em empresas maiores? Ou ainda pode fazer a seguinte reflexão: por qual motivo eu vou investir em empresas desconhecidas?

É um equívoco afirmar que as small caps são empresas desconhecidas. Afinal, Brasil Agro (AGRO3), Embraer (EMBR3) e Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) são consideradas small caps e certamente estão presentes em seu cotidiano.

Vale ressaltar também os casos de small caps que se tornaram gigantes. Nomes como Weg (WEGE3), Magazine Luiza (MGLU3) e Grupo Cosan (CSAN3) são exemplos de empresas com menor capitalização que alcançaram um crescimento significativo. Esses casos evidenciam o potencial de valorização das small caps e como elas podem se tornar grandes participantes no mercado financeiro.

Quais as classificações das Markets Caps?

Além das Small Caps, as casas de análise estabelecem diferentes classificações de empresas com base no tamanho de sua capitalização de mercado. Essas classificações são fundamentais para definir o perfil e a escala de uma companhia, auxiliando os investidores na análise de oportunidades. 

Para efeito de comparação e classificação vamos adotar as categorização das empresas listadas em ordem crescente de  market cap:

  • Nanocaps: Empresas com capitalização inferior a US$ 50 milhões. Exemplos de Nanocaps incluem a Viver Incorporadora (VIVR3), atuante no setor da construção; a Bardella (BDLL4), especializada em indústrias mecânicas, e a Cambuci (CAMB4), voltada para o segmento de vestuário.
  • Microcaps: Empresas com market cap entre US$ 50 milhões e US$ 300 milhões. Nessa categoria, podem-se citar a Springs (SGPS3), dedicada a artigos têxteis, a Grazziotin (CGRA4), uma varejista, e a Portobello (PTBL3), conhecida no setor de cerâmica.
  • Small Caps: Empresas com capitalização de mercado entre US$ 300 milhões e US$ 2 bilhões. 
  • Mid Caps: Empresas com market cap variando entre US$ 2 bilhões e US$ 10 bilhões. Nessa faixa, há empresas como Grendene (GRND3), MRV (MRVE3), Grupo Soma (SOMA3) e CVC (CVCB3).
  • Large Caps: Empresas com capitalização de mercado entre US$ 10 bilhões e US$ 200 bilhões. Exemplos notáveis de Large Caps são Petrobras (PETR3), Itaú (ITUB3), Vale (VALE3), Ambev (ABEV3) e Bradesco (BBDC3).
  • Mega Caps: Empresas com market cap acima de US$200 bilhões. Nessa categoria, estão gigantes como Microsoft (MSFT; MSFT34); Apple (AAPL; AAPL34); Meta (META; M1TA34), empresa controladora do Facebook; Alphabet (GOOG; GOGL34), empresa controladora do Google, e JP Morgan (JPM; JPMC34).

Índice Small Cap (SMLL)

foto de homem segurando uma seta com gráfico indicado crescimento

Uma referência para empresas de menor capitalização é o Índice Small Cap, criado nos anos 2000 e acompanhado diariamente pela B3 (B3SA3). O objetivo do SMLL (seu código no pregão) é fornecer um indicador do desempenho médio das ações dessas empresas. A composição da carteira é revisada a cada quatro meses. Para que uma ação seja incluída no índice, ela deve atender aos seguintes critérios:

  • Ser uma ação ou unit (cesta de ações);
  • Não fazer parte da lista das ações que representam 85% do valor de mercado total das empresas listadas na B3. Ao mesmo tempo, deve estar entre as 99% mais negociadas no pregão;
  • Ter presença em 95% dos pregões;
  • Não ser classificada como “penny stocks”, ou seja, não pode ter uma cotação abaixo de R$ 1.

O SMLL  tem apresentado uma valorização média anual de 12,5%, enquanto o Ibovespa, que contempla as empresas de maior capitalização, registra uma média de 9,4%. Embora a diferença de três pontos percentuais possa parecer insignificante, no longo prazo ela se traduz em uma valorização consideravelmente maior.

ilustração livro digital small caps

Small Caps: Ações Exponenciais

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O bom desempenho das Small Caps pode ser atribuído ao fato de que essas empresas menores possuem um maior potencial de crescimento. Geralmente, elas estão em estágios iniciais de desenvolvimento ou atuam em setores promissores, o que as torna mais propensas a gerar resultados expressivos ao longo do tempo.

Enquanto as empresas de grande porte muitas vezes já alcançaram um patamar de maturidade e expansão mais estável, as small caps têm a vantagem de poder crescer de forma mais ágil e capturar oportunidades de mercado. Essa flexibilidade e capacidade de se adaptar às mudanças são características que podem impulsionar seu desempenho e atrair investidores em busca de retornos mais expressivos.

Confira a seguir uma tabela com as taxas médias de crescimento do SMLL e do Ibovespa com suas variações desde 2006:

AnoVariação do Índice SMLLVariação Ibovespa
200647,2%32,9%
200720,8%43,7%
2008–53,2%–41,2%
2009137,5%82,7%
201022,7%1,0%
2011–16,6%–18,1%
201228,7%7,4%
2013–15,2%–15,5%
2014–17,0%–2,9%
2015–22,4%–13,3%
201631,8%38,9%
201749,4%26,9%
20188,1%15,0%
201958,2%31,58%
2020–1%2,92%
2021–16,20%–11,93%
2022–14,69%4,69%
Comparação de desempenho do Ibovespa com o SMLL

Vantagens de investir em Small Caps

As small caps oferecem um maior potencial de crescimento em comparação às Blue Chips, tornando-se atrativas para os investidores. 

Apesar de possuírem menor capitalização de mercado e liquidez, essas características podem ser vantajosas. Haja vista essa relativa falta de interesse por parte dos investidores, especialmente das pessoas físicas, as ações das Small Caps podem ser mal precificadas, resultando em oportunidades de investimento. 

Muitos desses ativos são negociados abaixo do seu verdadeiro valor, criando uma janela favorável para investidores que estão atentos e realizam análises criteriosas. 

Ao investir em Small Caps, é possível encontrar empresas em fase de crescimento acelerado, com modelos de negócio inovadores e potencial de valorização expressivo. Essa classe de ativos é considerada um campo fértil para aqueles que buscam oportunidades de investimento de longo prazo com perspectivas de retornos significativos.

Potencial de crescimento das Small Caps

Faça a seguinte reflexão: o que é mais provável dobrar de tamanho, uma empresa A com R$ 1 bilhão de valor de mercado ou uma empresa B com R$ 100 bilhões de valor de mercado? 

Sem dúvida, a empresa A, com R$ 1 bilhão de market cap. Isso ocorre porque, à medida que a empresa se torna maior, fica cada vez mais difícil manter um ritmo acelerado de crescimento. 

Essa é uma lição reforçada várias vezes nas cartas anuais de Warren Buffet.

No exemplo mencionado, a empresa B tem uma maior probabilidade de estar próxima do seu período de maturação. Por outro lado, a empresa com R$ 1 bilhão de capitalização de mercado tem mais chances de estar em um momento de crescimento significativo, como a conquista de participação de mercado.

Portanto, ao investir em Small Caps, os investidores normalmente procuram por empresas com um grande potencial de crescimento, que possam se tornar Mid ou Large Caps no futuro. 

Empresas como Apple, Google e Facebook cresceram vertiginosamente nas últimas décadas e um dia foram consideradas Small e Mid Caps. Aqueles que acreditaram no potencial de crescimento delas, sem dúvida, fizeram um bom investimento.

No Brasil, a Magazine Luiza (MGLU3), por exemplo, já foi uma Small Cap que passou por um grande crescimento e acabou se tornando uma Large Cap. Mais uma vez, aqueles que acreditaram no potencial de crescimento dessa empresa fizeram um excelente negócio.

Quais são os riscos das Small Caps?

Homem preocupado analisando algo no notebook

Devido ao seu maior potencial de valorização, os riscos envolvidos em investir nessas companhias também são mais elevados. Acompanhe abaixo os principais riscos envolvidos para investir nas Small Caps.

Menor valor de mercado

Conforme mencionado anteriormente, a capitalização de mercado das Small Caps, em comparação com as Mid Caps e Large Caps, pode ser considerada um problema para os investidores de menor porte. 

Devido ao valor de mercado mais baixo, muitos investidores assumem que investir nessas empresas é mais arriscado. Como resultado, eles preferem alocar recursos em empresas de maior porte, visto que elas possuem um risco menor. 

É importante lembrar que, para ser classificada como Small Cap, a empresa precisa ter um valor de mercado entre US$ 300 milhões e US$ 2 bilhões.

Menor Liquidez

A falta de liquidez é uma preocupação significativa para os investidores quando se trata de empresas Small Caps. Devido ao seu menor nível de capitalização, essas empresas têm uma quantidade reduzida de papéis negociados na bolsa em comparação com as de maior porte. 

Essa limitação na negociação afasta investidores institucionais, como grandes investidores, seguradoras, family offices e fundos de investimento, que tendem a evitar empresas com essa classificação.

Uma das principais consequências da baixa liquidez é a dificuldade de comprar ou vender os papéis das empresas, devido ao reduzido volume de negociação. 

Essa falta de liquidez é uma das razões pelas quais muitos investidores e fundos evitam as Small Caps, já que essas empresas não oferecem a liquidez necessária para facilitar a compra e venda de ações, dificultando a movimentação de posições com agilidade.

Menor cobertura do mercado

Conforme observado anteriormente, devido à menor liquidez de suas ações, as empresas Small Caps geralmente não possuem relevância significativa nas carteiras de fundos, gestoras e grandes investidores institucionais. Esse fato resulta em um acompanhamento de mercado menos frequente dessas empresas.

Maior volatilidade

Por conta da menor liquidez de suas ações, as empresas Small Caps são conhecidas por sua volatilidade. O baixo volume de negociações permite que movimentos de compra ou venda mais significativos causem fortes oscilações nos papéis.

Consequentemente, é possível que as ações apresentem um aumento expressivo quando grandes investidores adquirem uma quantidade relevante de ações. Por outro lado, é provável que as ações sofram quedas intensas durante períodos de venda de investidores com participação expressiva na empresa.

Outro fator que contribui para a volatilidade das Small Caps é a imprevisibilidade de seu comportamento. Como essas empresas recebem menos acompanhamento de casa de análises, elas estão mais suscetíveis a surpreender ou decepcionar o mercado.

No caso das empresas com maior capitalização de mercado, a confiança ou desconfiança em relação aos resultados da empresa é precificada ao longo do tempo, devido às constantes análises realizadas sobre elas.

No entanto, no caso das Small Caps, isso ocorre com menor frequência. Assim, o mercado muitas vezes só toma conhecimento de melhorias ou pioras nos resultados quando as empresas os divulgam.

Consequentemente, as correções na cotação das ações acontecem rapidamente e de forma abrupta, em comparação com as empresas de maior valor de mercado. Essas correções bruscas, tanto para cima quanto para baixo, aumentam a volatilidade das Small Caps.

E agora? Como investir em Small Caps?

Homem olhando para um gráfico na tela do notebook

Após analisar as características das Small Caps, incluindo as vantagens e os riscos desses ativos, se você deseja investir nessas empresas, este tópico é para você. 

Ao contrário do que muitos imaginam, investir em Small Caps não se resume apenas a comprar ações de empresas menores e menos conhecidas no mercado. 

Existem três formas de fazer investimentos nessas empresas: através de ações Small Caps, ETFs e Fundos.

Ações Small Caps

A principal forma de investir em Small Caps é adquirir ações dessas empresas. Para isso, é necessário possuir uma conta em uma corretora e realizar a compra dos papéis por meio do home broker. 

Dessa forma, o investidor se torna um sócio direto da empresa, adquirindo um percentual da companhia e tendo direito a receber lucros na forma de dividendos e juros sobre o capital próprio (JCP).

É importante ressaltar que esse tipo de investimento direto requer estudo por parte do investidor sobre as empresas e acompanhamento constante do desempenho delas no mercado de ações. 

Essa análise e monitoramento permitem identificar as Small Caps com maior potencial de crescimento a longo prazo.

Veja algumas Small Caps de destaque:

  • Totvs (TOTS3)
  • Eneva (ENEV3)
  • Movida (MOVI3)
  • Arezzo (ARZZ3) 
  • Camil (CAML3) 
  • Multiplan (MULT3)
  • M.Dias Branco (MDIA3)
  • Yduqs (YDUQ3)
  • Odontoprev (ODPV3)
  • Eztec (EZTC3)
  • Petz (PETZ3)
  • Taesa (TAEE11)

ETFs

Também é possível investir em ETFs vinculados a Small Caps. ETF é a abreviação de Exchange Traded Fund, que é um tipo de fundo de investimento negociado em bolsa de valores. Ele é composto por uma carteira diversificada de ativos, como ações, títulos de renda fixa, commodities, entre outros. Ao investir em um ETF, o investidor adquire uma cota que representa uma fração do fundo.

No caso de um ETF de Small Caps, o investidor adquire uma cota que representa uma parcela do fundo, composto por várias empresas e gerenciado por profissionais do mercado financeiro.

No que se refere às Small Caps, a B3 oferece atualmente quatro tipos de fundos: o SMAL11, TRIG11, XMAL11 e SMAB11.

Com exceção do TRIG11, todos replicam o desempenho de uma carteira teórica de small caps da B3, representada pelo índice SMLL. O TRIG11, por sua vez, replica o Teva Ações Micro Caps.

Fundos de Small Caps

Outra forma de investir em Small Caps é por meio de fundos de investimento específicos que se concentram nesse tipo de empresa.

Nesse tipo de investimento, o investidor delega a análise e a tomada de decisão sobre quais ações investir a um gestor profissional. Esse especialista de mercado será responsável por gerenciar ativamente os recursos dos investidores e encontrar as melhores oportunidades de investimento em Small Caps.

A vantagem de terceirizar o investimento é que traz consigo custos. Ou seja, esses fundos de investimento cobram taxas de administração pelo trabalho de análise e seleção das ações. Geralmente, as taxas dos fundos de ações variam em torno de 2% ao ano.

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