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Augusto Nunes e Rafael Favetti revelam os bastidores do poder em Brasília

Augusto Nunes e Rafael Favetti revelam os bastidores do poder em Brasília

A Money Week 100 dias de Governo, evento online e gratuito da EQI Investimentos, recebeu Rafael Favetti, advogado e cientista política da Fatto, e Augusto Nunes, jornalista da Revista Oeste, em bate-papo sobre os bastidores de Brasília mediado por Paula Moraes, jornalista da BM&C News.

Paula Moraes iniciou a conversa lembrando que os 100 primeiros dias do Governo Lula III ficou marcado pela falta de articulação política dentro do próprio Governo. 

A jornalista citou os exemplos de anúncios de projetos dos ministros, mas que não foram debatidos pela equipe ministerial, como nos casos do ministro Márcio França com o programa Voa Brasil (com o projeto de oferecer passagens aéreas populares a R$ 200) e o ministro Alexandre Silveira, que chegou a anunciar alterações na política de preços na Petrobras, mas que foi desmentido pelo presidente Lula Inácio Lula da Silva. 

Favetti brinca que política e a seleção brasileira tem a mesma premissa: todo mundo gosta de pitacos independente da sua formação. Diante disso, ele aponta que na Fatto a análise política é feita em cima de dados ao invés da sua própria opinião. 

Dito isso, Favetti relata que no Governo Lula III há um gap entre a posse do novo governo e as expectativas das forças políticas sobre ele. 

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“Apesar da posse oficial ter sido realizada no dia 1º de janeiro, vale mencionar que o governo trabalha desde o fim das eleições em novembro com a equipe de transição. Não foi à toa que, antes mesmo do final do mandato de Bolsonaro, o governo atual conseguiu articular a PEC da Transição”, afirmou. 

Contudo, Favetti reforça que ainda que o Governo Lula tenha iniciado os seus trabalhos em novembro, ele ainda sofre com a falta da articulação política. O cientista político lembra que Lula não formou a sua equipe ministerial durante a campanha eleitoral, mas após o final das eleições e tentando trazer nomes estratégicos para a formação do novo governo, como Simone Tebet, Márcio França, Daniela Carneiro e o Juscelino Filho. 

Com toda essa mistura, Favetti aponta que o Governo está bem confuso. Ele usou os exemplos explicitados por Paula Moraes ao relatar que o presidente já teve que chamar a atenção dos ministros em mais de uma oportunidade. 

Em sua primeira participação, Augusto Nunes lembra quando Lula assumiu o seu primeiro mandato em 2003, ele nomeou o médico Antônio Palocci para ser ministro da Fazenda. Segundo o jornalista, o ex-ministro articulou de forma inteligente ao dar continuidade à política econômica do FHC (Fernando Henrique Cardoso). 

“Apesar do discurso petista da época citar a ‘herança maldita’, o próprio Palocci ligou para FHC para agradecer os rumos da economia na época”, afirmou. 

Nunes relatou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem brigado pelas suas posições dentro do governo de forma respeitosa, embora ele não seja um economista respeitado pelo mercado financeiro.

Money Week: Augusto Nunes critica número de ministérios do governo

Nunes aproveitou o ganho de Favetti para criticar a quantidade de ministros no Governo Lula III. “Pense em uma empresa com 37 diretores. Claro que isso não vai dar certo. É muita gente para tomar decisão. Quando trabalhava no Estadão, uma empresa familiar de sucesso, eu achava que 17 diretores eram muitos. Uma equipe com 37 ministros é um desastre. O Lula até hoje não conseguiu falar com todos os ministros”, declarou.

O jornalista comentou que a relação entre os poderes Executivo e Legislativo é realizada por meio do poder de barganha. Por isso que o novo governo tem uma grande quantidade de ministérios, já que ele é necessário para alocar cargos políticos. 

“Há uma frase famosa em Brasília de que os Governos procuram os deputados e não o contrário”, afirma Nunes sobre o jogo político no Congresso. 

Os bastidores do governo

Sobre o que acontece nos bastidores do governo federal, Nunes ressaltou a afinidade entre o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, com o novo governo. Ele relembra que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, já tinha uma certa proximidade com o governo. 

De acordo com o jornalista, a agilidade da aprovação da PL Fakes News, com anuência do Senado, mostra a proximidade entre os atores políticos. Inclusive, o jornalista afirma que está preocupado com esse projeto de lei que “pode provocar a institucionalização da censura na internet”.

Paula Moraes lembra que o texto sobre o PL das Fakes News foi direto para o Plenário e sequer foi discutido nas comissões da Câmara. Com isso, ela questiona se esse movimento é considerado uma vitória do governo ou uma estratégia de Lira para viabilizar o projeto de poder dele. 

Favetti informou que até os partidos mais alinhados à direita votaram a favor do PL das Fake News com os Republicados e o PP majoritariamente em linha com o projeto e metade do União Brasil seguindo a orientação do governo. O cientista política aponta que somente o PL foi contra o projeto. 

“A impressão que dá é que há dois grandes eixos políticos sobre o PL das Fakes News: a primeira é censura de conteúdo extremistas e violência, que foi intensificado pelo episódio de Blumenau, e outro é a questão de uma censura política contra os opositores. A dinâmica nessa votação mostrou como o Congresso irá funcionar nos próximos anos. As votações serão apenas pontuais, em que a concepção clássica de parlamento de oposição e situação não será tão clara quanto antes”, explica. 

Nunes cita que a articulação no Congresso é feita como sempre foi realizada, ou seja, por meio da barganha. “Os deputados dizem que os governos os procuram e não o contrário”, disse. 

O jornalista aponta que a prioridade de Arthur Lira é manter o poder regional e esse é o principal motivo da briga entre ele o senador alagoano Renan Calheiros. 

Quais são as prioridades do governo?

Rafael Favetti relata que há dois eixos estruturantes para serem votado ainda em 2023: o marco fiscal e a reforma tributária. Inclusive, sobre a última, o cientista político relembrou que essa é uma pauta que todos os governos, desde a redemocratização, buscam fazer, mas são impedidos porque é preciso fazer uma mudança constitucional.

Apesar disso, Favetti destaca que neste ano há um elemento diferente: os governadores estão dispostos a mudar a estrutura tributária. 

“Há uma janela de oportunidade para a reforma tributária finalmente sair do papel, mas é preciso encerrar o debate sobre o marco fiscal. É importante que o governo faça as isenções antes de realizar uma reforma tributária. Inclusive, os ex-ministros Paulo Guedes e Henrique Meirelles tentaram avançar nessa questão, mas não conseguiram devido à falta de força política”, explicou. 

Em contrapartida, Nunes entende que o governo federal não está interessado nas reformas que são precisas para o país e que ele estaria mais preocupado com outras questões, como a volta do imposto sindical.

O que foi os 100 dias de governo para os analistas?

Favetti destaca que ele faz uma leitura política por meio de dados e que não se preocupa sobre posicionamentos de esquerda ou direita, mas sim nos movimentos realizados pelo Congresso sob as orientações do governo federal. 

“Em nosso modelo, acreditamos que o governo tem dois anos para implementar políticas macroeconômicas, incluindo o marco fiscal e a reforma tributária, e os dois anos seguintes para políticas microeconômicas”, avalia. 

Dessa forma, o cientista político explica que o Governo Lula III terá um comportamento clássico da esquerda ao pensar o Estado como um agente indutor do desenvolvimento. Logo, a tendência é o investimento em políticas sociais, como Bolsa Família que manteve o pagamento dos R$ 600 mensais. Embora o ex-presidente Jair Bolsonaro também tenha sinalizado manter o pagamento deste benefício social durante a campanha.

Para concluir, com as pautas macro e micro divididas no mandato, Favetti fez a seguinte argumentação: “Em nossa análise, esperamos que o governo tenha uma postura lateralizada, sem grandes variações para cima ou para baixo”. 

Já Augusto Nunes vê com preocupação o futuro do Brasil porque ele se considera um democrata radical. Ele usa como exemplo o posicionamento do PT na política externa para revelar a sua “verdadeira face”, com a defesa da Rússia e minimizando a questão da Ucrânia.

“Me preocupa também a passividade do povo brasileiro em relação aos atos do Supremo. Devemos lutar pela liberdade de expressão”, desabafou.

Money Week 100 Dias de Governo

Nos primeiros 100 dias do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Governo federal apresentou diversas propostas e medidas relacionadas à área econômica. Os principais temas em destaque são a reforma tributária, o novo arcabouço fiscal e a taxa de juros.

Diante dos desafios e propostas apresentadas pelo Governo, a EQI está promovendo a Money Week 100 Dias de Governo, um evento online e gratuito nos dias 2 e 3 de maio, que busca debater e analisar as diretrizes e ações do Governo de Lula na área econômica, assim como seu relacionamento com o Congresso, o mercado e a sociedade como um todo. 

É uma oportunidade para discutir os rumos da economia brasileira e entender os impactos dessas medidas no cenário econômico do país.

Confira outros nomes já confirmados no evento:

  • Heni Ozi Cukier – cientista político, professor e palestrante
  • Luís Moran – head da EQI Research
  • Paula Moraes – sócia fundadora e âncora da BM&C News
  • Ibsen Costa Manso – analista político na ICM Consultoria
  • Wafá Kadri, comentarista política
  • Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset
  • André Raduan – fundador e co-CIO na Genoa Capital
  • Gustavo Pessoa – gestor na Legacy Capital
  • Thierry Roland Soret – CFO na Usina Coruripe
  • Alexandre Viotto – head da EQI Banking
  • Ricardo Cará – head de Multimercados da EQI Asset
  • Rodrigo Samaia – head de Equity Sales da EQI Internacional
  • Alejandro Schiuma – head de Crédito Privado na EQI Investimentos
  • E muito mais…

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