O setor de construção civil e o padrão de moradia no Brasil têm sido marcados por mudanças significativas ao longo dos últimos anos. A evolução da moradia no Brasil e o futuro da construção civil são impactados, sobretudo, por mudanças demográficas em regiões do país, como o crescimento da população e a demanda por novas necessidades, explicaram os especialistas Pedro Fernandes, Fábio Inthurn e Luciano Amaral, na 9ª edição da Money Week, que acontece até esta quinta-feira (17) – clique aqui para participar!
“As grandes transformações no setor imobiliário nos últimos 10 anos foram impactadas pelo grande crescimento de regiões, como é o caso do centro-oeste do país, impulsionado pelo agronegócio. O crescimento da população na região também eleva demandas por moradia nas capitais e no interior”, diz Pedro Fernandes, CEO da Beiramar Imóveis. “Com as cidades crescendo, imóveis melhores e conectados a novas necessidades são necessários” avalia.
Um dos pontos mais relevantes das transformações na construção civil é o usuário: o mercado imobiliário é feito para o usuário, que precisa estar no centro de tudo, segundo Fernandes.

“Precisamos entender para quem estamos desenhando esse produto. O comprador de imóvel, de médio a alto padrão, quer um imóvel que reflita sua personalidade e seu estilo de vida”, pondera.
Segundo o especialista, o imóvel deixou de ser apenas uma conta a se pagar ou uma necessidade. Ele tem que gerar desejo em quem vai morar. “É o lugar mais importante para uma pessoa e sua família”, completa.
Futuro da construção civil deve refletir personalidade e necessidade
Fábio Inthurn, CEO da Lotisa e presidente do Sinduscon, reflete sobre o mercado imobiliário de São Paulo, que “sempre lançou tendências”.
Para Luciano Amaral, CEO da Benx, a maior mudança no setor, nos últimos 10 anos, foi o lançamento de estúdios e apartamentos de um dormitório.
“Isso começou, recentemente, a se espalhar para as principais capitais do país, e nos perguntamos como a tendência surgiu. Já que o apartamento não tem muito espaço, esses empreendimentos são focados na área comum: há um bom espaço de coworking, de convivência (lounge, salão de festas, fitness), pensando em pessoas que vivem sozinhas”, explica Amaral.
O CEO da Benx acrescenta que, hoje, há uma preocupação grande com arquitetura interior também, algo que não existia há 20 anos, a fim de criar um ambiente agradável e que se relacione com o estilo de vida do morador.
Inthurn completa a afirmação, dizendo que o público que ocupa esses imóveis não é o comprador.
“O inquilino costuma ser uma pessoa jovem, que mora sozinha, e que quer facilidade em seu dia a dia. Essa pessoa tende a pagar um aluguel maior para ter muita comodidade em seu entorno: uma boa localização, academia, portaria. Portanto, os projetos têm de ser concebidos para essa finalidade”, pontua.
O CEO da Lotisa observa que as facilidades disponíveis nesses prédios já estão sendo importadas para empreendimentos de alto valor agregado. Seus moradores também querem desfrutar desses recursos, que são a base do futuro da construção civil.